15: Quando se ama alguém...

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🌼 Aolani🌼

Cian estava triste, pensativo. Deitado na minha cama enquanto olhava para o teto;para a luz específicamente. Não havia dito mais nada desde que chegou da praia...
Até que ele se levantou de repente,com um olhar apreensivo e curioso:

-Aolani...-Ele chamou, fazendo com que eu saísse da escrivaninha e me sentasse a sua frente,na cama.-O que você estava fazendo... na festa? Com aquele humano?-Ele perguntou,me olhando atentamente analisando minha expressão. Senti minhas bochechas queimarem ao me lembrar o que houve, desviando os olhos.

-Bem...-Tentei começar sem parecer tão envergonhada.-Aquilo foi um beijo. Vocês não fazem isso? Não se beijam?-Perguntei,o vendo negar com a cabeça,seus olhos cintilavam intensamente, buscando mais respostas.-Quando duas pessoas se amam,elas se beijam.-Simplifiquei, dando de ombros. Sabia que não era tão simples, porém, não saberia explicar as variáveis. Mas, acabei tentando incluí-lo no assunto.-Ou quando se gosta de alguém... quando a pessoa te atraí.-Finalizei, derrotada por ter dado uma explicação tão ruim.

-Como vou saber se devo fazer isso?-Ele sorriu animadamente,como uma criança aprendendo coisas novas.

-Ãnh...-Eu só queria cavar um buraco e me esconder.-Acho que você simplesmente saberá. Seu corpo te induzirá a isso. Você só tem que se certificar de que a outra pessoa também quer.-Sorri timidamente,fixando meus olhos nos seus. Ele pensou por alguns segundos antes de voltar a falar:

-E como você soube?-Arregalei os olhos, não sabendo o que dizer.-Se atraiu? Vocês dois se amam?-Minha cabeça começou a rodar com tantas perguntas, tive que segurá-la.

-Não sei,Cian...por favor, chega de perguntas por hoje,ok?-Me deitei ao seu lado, derrotada.

-Posso fazer uma última pergunta?-Ele teimou, também se deitando. Me virei para ele lentamente, encarando suas belas feições. Assenti, já me arrependendo.-O que se sente quando ama?-Ele disparou, como uma flecha certeira.

-Bom, acho que você se sente protegido...sente que não quer que a pessoa esteja longe,quer beijá-la, tocá-la...estar sempre ao seu lado...

-Você sente isso? Sente essas coisas ao lado dele?

-Bem...Ah,eu já disse: Chega por hoje.-Desconversei,me virando pera o lado contrário a ele e apagando a luz do abajur. Me arrepiei inteira quando o senti me envolver, senti sua respiração em minha nuca,o que me causou mais arrepios.

-Quer que eu cante?-Ele perguntou, sussurrando em meu ouvido. Apenas assenti, ouvindo a canção logo em seguida. Comecei a pensar no que faria,o que diria a Matt. Como posso ama-lo? Ele é meu melhor amigo.
Nunca havia pensado nele dessa forma,e certamente não pensaria de um dia para o outro,mas não queria deixa-lo chateado. "O que eu deveria fazer?" Pensei, fechando os olhos e me entregando a canção que Cian cantava.

Meu sábado havia acabado,e um domingo ensolarado acabara de chegar. Abri os olhos, notando que Cian estava de pé ao meu lado:

-Aolani,estou com fome.-Ele murmurou com uma expressão emburrada.  Revirei os olhos,me levantando da cama, ainda sonolenta.

-Tem algumas latas de sardinha na geladeira,serve?-Perguntei, já de pé ao lado da cama.

-Latas?-Ele perguntou com um olhar apreensivo. Sem dizer nada, apenas fui até a cozinha, sendo seguida por ele.
  Peguei duas latas de sardinha e as abri à frente dos olhos curiosos de Cian:

-Ja vi isso boiando no mar.-Ele afirmou, olhando para o próprio dedo.-Me machuquei quando peguei.-Ele terminou, direcionando os olhos para mim. Eu ia dizer algo,mas desisti quando o vi atacar a sardinha como um animal selvagem. Arregalei os olhos, vendo a voracidade com que ele devorava o peixe, espalhando-o por todo o rosto.

  Cian passou o resto do dia calado, apenas me observando andar de um lado para o outro quando passava pela sala tentando arrumar a casa. As vezes ele parecia só fingir que estava lá, olhando para o nada, enquanto eu me matava de limpar e esfregar.  Até que terminei, voltando para onde ele estava sentado:

-Tá tudo bem?-Perguntei com um sorriso fraco.

-Não. Eu preciso encontrar Nahala agora mesmo.-Ele me encarou seriamente. Só então notei o quão pálido ele estava.

-Vamos encontrá-la.-Afirmei com um sorriso,mas ele apenas abaixou a cabeça, abrindo um pouco a boca. Me permiti tocar sua testa, percebendo o quanto sua pele estava fria.

-Temos que encontrá-la agora!-Seus olhos se msrejaram inesperadamente, enquanto  perdiam  o brilho. Me aproximei dele, tentando entender o que estava acontecendo. Cian começou a hiperventilar, gritando como se estivesse sentindo dor.

-O que está havendo?!!!! CIAN!!!-Comecei a chamar seu nome, enquanto percebia o real motivo de ele estar assim: ele precisava voltar para o mar com urgência.


 

CianOnde histórias criam vida. Descubra agora