No dia seguinte, sai escondida da mansão, deixando um recado que eu estava bem e voltava logo. Fui em uma loja de brinquedos e vi uma boneca linda, que tenho certeza que Kitty adoraria. Quando vi o preço eu quase mudei de ideia. Quase. Passei numa loja de roupas infantis e comprei três conjuntos de roupas e um vestido fofo para ela. E não resisti de comprar uns doces para ela.
Para os irmãos Bartholy, eu sabia o que cada um gostava. Entrei em uma livraria e comprei três livros de aparência grossa. Cada livro tinha o gosto dos três. Um para o Nicolae, coisas antigas, romance e informações. Outro para o Drogo, coisas sobre atualmente, ação é um toque de perigo. Para o Peter, um livro mais profundo, romântico e intenso, além de falarem sobre pianos uma hora do livro.
Depois fui em uma joia de roupas e fiquei um pouco indecisa. Para o Nicolae, achei uma blusa que combinava um pouco com o estilo dele, antigo e casual. Para o Drogo, achei um casaco preto com capuz. Para o Peter, um moletom preto azulado, da cor de seus cabelos. E como eu sabia que eu não resistiria a não comprar para eles também, comprei três tipos de doces para eles. Agora eu estou satisfeita.
Sai carregando várias sacolas e mega feliz por estar colaborando para que eles relembrem o que é Natal. Quero que eles estejam perto da tão antiga humanidade deles.
Comprei um livro e uma roupa para o Sebastian e para o Natan também. Para Seth e Leah, comprei uns cinco conjuntos de roupas casuais para eles, afinal, eles se transformavam com frequências para emergências, não tinham como ter uma roupa reserva. Para Sara e Jessica, dois livros sobre magias que achei e uns vestidos que achei bastante a cara delas. E não resisti em comprar doces para eles seis. Por agradecimento ao vir conversar e me ajudar, comprei uma bela canga e uns temperos para a Sheila, que parecia gostar desse tipo de coisa. Comprei um pequeno livro pra ela sobre receitas para cafés, chás e remédios rápidos. Ela devia gostar disso também.
No fim, eu estava com bastante peso e cheia de sacolas. Com certeza, o Natal seria bom!
Voltei para a mansão e fui direto para a árvore de Natal. Deixei todas as sacolas embaixo dela e suspirei satisfeita.
- Caraca, o "volto rapidinho" demorou. - resmungou Drogo mas parou ao ver a quantidade de sacolas aos meus pés.
- Olá para você também, meu irmão. - cumprimentei ajeitando as coisas.
- O que é tudo isso? - perguntou.
- Como assim? Não sabe o que são presentes de Natal? - perguntei rindo.
- Faz tempo que não recebemos isso. Não comemoramos a muito tempo. - admitiu ainda olhando.
- Por isso que quero que este seja o Natal mais especial que vocês já tiveram desde que viraram vampiros.
- Não precisava.. foi muito gentil da sua parte fazer isso por.. nós. - falou um pouco hesitante mas senti sua alegria por ver que eu me importava com ele.
- Não foi nada. - discordei me erguendo. Eles nem sabiam a surpresa que eu vou fazer para eles!
- Isabelly, que bom que voltou. Eu estava pensando que como você cozinha muito melhor que a gente, poderia nos ajudar a fazer a ceia de Natal e essas coisas... - comentou Nicolae chegando mas parou ao ver as sacolas.
- Presentes. - falei sorrindo.
- Ah.. eu agradeço por estar deixando esse Natal mais especial do que é. - agradeceu sorrindo carinhosamente.
- E sim, eu estou pensando na ceia também. Tenho umas ideias boas. - respondi ao seu comentário. Ele riu e confirmou.
Fui para meu quarto quando vi dois bilhetes na minha cama. Peguei um e vi que era do Peter.
- Tive que ir caçar, seu cheiro esta ficando difícil de me deixar raciocinar. Volto logo para você, assim como você voltará para mim, te amo Bella. Com amor, seu vampiro Peter. - li.
Sorri com o bilhete e guardei na minha caixinha de coisas especiais. Era tão simples, mas tão fofo que não pude deixar de ficar aquecida por dentro.
O outro bilhete estava um pouco sujo e maltratado. Fiquei curiosa e abri para ler.
- Adorável Bella. Tic-Tac, tic-tac. Seu tempo com os Bartholy está acabando brevemente. Quando dezembro acabar e janeiro começar.. se prepare. Não vai querer ver seus amiguinhos machucados, vai? Bom Natal, seu correspondente. - li engolindo em seco.
Amassei o bilhete e o joguei na lixeira do banheiro. Quem era essa cara e o que ele queria? Já estava me deixando estressada.
Alguem bateu na porta e eu abri. Meus dois amigos lobisomens, Seth e Leah estavam parados na porta. Abracei os dois forte e os deixei entrar.
- E aí, Isabelly?
- Oi Seth, quando tempo! Como vai?
- Bem, obrigado. Soube que comprou presentes para mim e pra minha irmã, muito obrigado. Deve ser bastante legal.
- Espero que você goste. - admiti rindo.
- Vamos gostar com certeza, Isabelly. - afirmou Leah. Gostei da nossa camaradagem. - O que vale é a intenção e você sempre pensa em todos.
- Obrigada. - agradeci rindo.
Começamos a bater papo sobre a matilha e assuntos de lobo. Um dos seres interessantes além dos vampiros que eu gostava muito eram os lobisomens. Vampiros e lobisomens tinham suas semelhanças e eu achava as duas espécies fascinantes!
Olhei a hora e me ergui rapidamente. Eu tinha uma ceia para preparar.
- Podemos fazer com você. - sugeriu Seth animado.
- Claro, venham.
Fomos até a cozinha ansiosos para começar. Peguei um avental e comecei a botar mão na massa...
Horas depois, nossa ceia estava pronta. Tinha frango, bacalhau, arroz, feijão, farofa de ovo, batata..
- Tá com um cheiro bom. - falei inspirando.
- Claro, com você cozinhando e nós ajudando, ia ficar bom. - zombou Leah rindo mas inspirando fundo.
Seth e eu caímos na gargalhada. Tirei o avental e fui pro meu quarto me trocar.
Vesti um vestido vermelho fofo. Peguei um colar simples e coloquei. Penteei com força meu cabelo e fiz uma trança embutida. Olhei para o meu estojo de maquiagem e voltei meu olhar rapidamente ao espelho. Tá.. eu vou usar só desta vez.
Quando me vi no espelho, não me reconheci de início. Parecia que era uma super modelo. Depois que fui vendo meus defeitos: o lábio superior um pouco mais cheio que o inferior. Me senti um pouco melhor.
- Posso entrar? - perguntou Peter batendo na porta.
- Claro.
Ele entrou e fechou a porta cuidadosamente. Fiquei de costas para ele e escondi meu rosto. Ele me puxou e quando me viu abriu um sorriso radiante demais.
- Você está linda! - elogiou.
- Eu não uso muita maquiagem. É estranho. Eu já sou feia, agora eu só dei uma.. ajeitada.
- Bella, você não é feia. Com ou sem maquiagem, sua beleza é natural. Você é linda do jeito que é. Tanto seu corpo, quanto seu coração gigante. - discordou segurando minhas mãos.
- Obrigada. - sussurrei corando.
- Eu te amo, com todo o meu coração. Mesmo congelado, mesmo sem bater, eu te amo.
- E eu te amo muito mesmo. - falei beijando-o.
- Eu amo você, multiplicado por todas as estrelas do universo. É incontável, não é? Meu amor é indescritível e impossível de contar como as estrelas.
- Assim você vai me mimar. - ri baixinho. - Mas obrigada. Obrigada por ser o vampiro, o namorado, a pessoa mais.. importante da minha vida agora. Uma das pessoas, na verdade. Obrigada por estar em minha.. vida. - falei sorrindo e segurando as lágrimas que saíram.
- Vai borrar a maquiagem. - comentou pegando as lágrimas.
- Eu não ligo. - respondi sorrindo e chorando mais ainda.
- Porque está chorando, Bella? - perguntou um pouco preocupado com meu surto.
- Porque eu te amo muito. - falei simplesmente.
Ele me abraçou e eu enterrei meu rosto em seu peito. Dava para sentir novamente, a frieza na sua pele. Ele me afastou um pouco e ergueu meu queixo. Senti como se ele olhasse minha alma e vasculhasse cada canto dela. Inspirei fundo e olhei seus olhos verdes pensativos. Senti ele olhando minha aura e por incrível que pareça, desviei o olhar. Eu não desviava com facilidade...
Mas depois estranhei. Eu nunca sou tão frágil a ponto de ficar chorando o tempo inteiro. De TPM eu não estava ainda, faltava muito tempo. Olhei pela janela e vi a barreira com umas falhas e me concentrei em ajeitar.
Do nada, pisquei e a minha vontade de chorar passou. Balancei a cabeça um pouco cansada mas confusa.
- O que.. tá acontecendo exatamente? - perguntei me apoiando nele.
- Bella?
- Porque eu estava chorando tanto? Não tenho motivos para isso. - continuei.
- Isabelly, o que está acontecendo?
- Não sei, me sinto cansada.
- Será que não era a Lizabeth tentando entrar na sua mente? - perguntou.
- Não, o escudo tá ativo e sem falhas.
- Ah, está explicado. Você está se cansando por conta do escudo e mais a sua rotina. - retrucou sarcástico.
- Acho que sim. Mas não importa, o Natal vai continuar. - falei caminhando e tropecei nos meus próprios pés.
- Isabelly Cullen Bartholy. - disse Peter que me segurara impedindo um rosto torto. - Você vai descansar, a partir de agora.
- Veremos.
- Veremos em breve. - concordou. Dei língua e ele riu do meu comportamento infantil.
Fui para a sala de jantar e todos estavam presentes. Natan, os lobisomens e os Bartholy. Eu sentei entre o Nicolae e o Drogo servindo o meu prato. Começamos a nos servir sentindo o aroma da comida divina.
- Então.. Isabelly. - começou Natan.
- Ah, oi. - respondi um pouco surpresa.
- Você perdeu contato com a galera antiga. Aquelas duas garotas que grudavam com você e o Liam. Vocês eram mega grudados no ensino médio.
- Acabei me afastando mesmo. Mas como eu disse há muito tempo atrás, simplesmente eu não tinha amigos. Eram colegas de classe. - expliquei terminando de engolir rapidamente. - Tirando você, obviamente. - acrescentei vendo sua careta.
- Isabelly, já pensou em se casar? - perguntou Kitty de repente.
A água que eu estava engolindo na paz do Senhor, eu quase cuspi no susto e no processo do impedimento, engasguei um pouco e tossi. Inspirei fundo e encarei ela do outro lado da mesa.
- Ah.. eu não sei bem. - respondi vaga.
- Fala aí, você deve querer se casar que nem o Sr.Sem-Cabeça. - insistiu, ainda citando seu boneco assustador favorito.
- Eu.. já pensei em casar sim. Quando eu tinha uns treze anos, eu dizia muito que faltava apenas uns anos pra eu casar. E você está vendo e presenciando, tenho meus 17 anos inteiros aqui. - expliquei rindo.
- Ué, você não fez 18?
- Então, achei um bilhete antigo da minha mãe, explicando vagamente que quando eu deveria fazer 18, na realidade eu ainda teria 17 anos. Acho que meu lado vampírico agitou em um ano aleatório, então eu não devo ter envelhecido este ano.
- Ah, entendi.
- Isabelly, está tudo uma delícia. - exclamou Seth mastigando de olhos fechados.
- Ah, valeu meu amigo. - agradeci sorrindo.
As conversas pararem de se voltar para mim e aproveitamos o resto do jantar. Depois, todos nós sentamos na sala e Kitty chocou-se com a quantidade de sacolas. Sentei-me num sofá enquanto ela brincava com suas bonecas, aguardando ansiosamente a hora de abrir os presentes.
- Você está abatida. - notou Peter sentando ao meu lado.
- A barreira está aguentando firme. - garanti.
- Não estou preocupado com a barreira. Estou preocupado com você, com sua saúde.
- Eu tô bem. - tranquilizei-o.
- Isabelly, me responda. - interrompeu Sebastian que estava sorrindo.
- Claro, diga.
- Estou planejando fazer uma viagem com alguns alunos para outro continente para procurar uma antiguidade. Você iria?
- E perder uma oportunidade dessas? Óbvio que não! - respondi animada.
- Você e os irmãos Bartholy iriam gostar de saber sobre antiguidade.
- Tenho certeza que sim.
Faltavam 2h30 para abrir os presentes mas eu estava cansada. Encostei minha cabeça no ombro do Peter e fechei os olhos discretamente...
Acordei com uma pessoa se remexendo e eu abri um pouco zonza. Kitty estava me remexendo ansiosa.
- Vamos, Isabelly!
- Vamos.. o que? - falei bocejando.
- Abrir os presentes! É Natal! - comemorou.
- Feliz Natal, Katherine! - desejei abraçando-a.
- Feliz Natal! - desejou Peter me beijando.
- Feliz Natal, coitadinha! - desejou Drogo me erguendo e me abraçando forte.
- Feliz Natal, pessoal! - desejei a todos.
Então, começaram a abrir os presentes. O grito de alegria da Kitty por ver a gigante boneca e muitas roupas, aqueceu meu coração. Ouvi múrmuros de todos, adorando os presentes. Suspirei satisfeita por deixá-los felizes.
Então, quando vídeo de costas, vi sete sacolas. Fiquei confusa e observei todos os meus amigos.
- O que é isso tudo?
- Presentes. - responderam.
- Pra mim?
- Não, pro Papa Francisco. - retrucou Drogo ironicamente. Ele sorriu para mim e segurou o riso. - Óbvio que é pra você, coitadinha.
- A gente.. não precisava. - falei constrangida por tanta coisa.
- Óbvio que sim. - replicaram.
- Ah, muito obrigada. - agradeci sorrindo.
Abri o primeiro presente e me surpreendi com o que eu vi. Era um colar com poucas pedras vermelhas pequenas, redondo prateado. Não sei como eu sabia, mas abri ele e tinha uma pequena foto minha com o Peter. Tinha espaço para mais fotos, mas eu já imaginava de quem era. Olhei de soslaio para Peter que sorria para mim divertido.
Abri o segundo presente e era uma pulseira com um lobo entalhado de madeira. Olhei procurando e achei os olhos curiosos do Sebastian. Coloquei a pulseira perto do colar e sorri para ele.
Abri o terceiro presente e tinha uma trilogia de livros de romance. Uma pequena dedicatória escrita a caneta pairava na primeira página. Procurei os olhos do Nicolae e vi ele me olhando com aquele olhar paternal.
O quarto presente, era um casaco e tinha um pequeno anel de ouro. Vinha uma carta pequena e fofa escrita com tanto carinho que me surpreendi por não ter nenhuma ironia. Olhei para o Drogo que não me olhava de volta e escondia seus olhos. Apertei sua mão discretamente em agradecimento.
O quinto presente e o sexto eram de Seth e Leah, que me compraram roupas para acampar e sair. Achei muito legal.
O sétimo e último, era uma carta de aparência um pouco antiga e uma carta nova. Tinha uma muda de roupa também. Li a carta mais nova e era simples, uma forma de agradecimento por ter salvado a vida do Natan várias vezes. A outra, li a primeira frase e guardei rápido. Era uma carta antiga, de quase dois anos atrás. Uma carta de quando ele gostava de mim.
E do nada, veio Katherine me entregando uma folha de papel com um desenho meu e dela. E entregou um urso marrom, inteiro e fofo desta vez, para mim. Peguei e sorri para ela radiante com seus dois presentes.
- Obrigada pelos presentes, são perfeitos e especiais do jeito que são. - agradeci abraçando todos os presentes.
- Os nossos presentes são maneiros também. - comentou Leah olhando as roupas novas.
- Sim. - concordaram.
Ficamos comentando sobre os presentes por horas. Deu 3 da manhã e os lobos estavam grogues de sono. Eu estava um pouco menos pior por ter cochilado antes, mas estava cansada também. Natan apagou no sofá e eu imagino que ele vá acordar com torcicolo depois. Kitty estava enrolada no chão abraçada com a boneca e as roupas.
Nicolae se ergueu pegando Kitty e seus presentes levando-a para o quarto. Drogo pegou e colocou nas costas os dois irmãos lobisomens e sumiu, voltando para pegar Sebastian e Natan logo depois. Sobrou apenas Peter, Nicolae, Drogo e eu. O fogo crepitava e eu observava pensando em absolutamente nada. Não tinha no que pensar direito.
- Gostou.. do colar? - perguntou Peter apontando para ele na minha mão.
- Ah, sim. Eu gostei bastante, obrigada. Pode colocar para mim?
- Claro. - respondeu pegando o colar e indo para o meu pescoço.
Quando me vi, parecia que eu me sentia mais leve. Mais protegida ainda. Isso porque eu coloquei um colar. Mas era o colar que o Peter me deu. Sorri comigo mesma feliz.
Me ergui, pegando todos os presente nos meus braços mas alguns eu não conseguia pegar.
- Drogo? Peter? Podem me ajudar? - perguntei.
- Claro. - responderam.
Juntos, levamos tudo para o meu quarto e deixaram tudo na minha escrivaninha. Deitei na cama aliviada de estar acabando o ano. Os dois Bartholy fecharam a porta, me deixando descansar. Me enrolei, sem me importar em trocar de roupa e dormi olhando os presentes e segurando o cordão com força na minha mão, querendo que seja real...
Cinco dias se passaram e era véspera de ano novo. Festejamos bastante. Do nada, barulhos altos preencheram o céu. Ouvimos gritaria e os fogos de artifício aumentaram.
- Feliz Ano Novo! - gritou Kitty pulando de alegria. Nicolae riu e a colocou nas costas para ver o céu. O telhado era gigante e tínhamos uma vista deslumbrante!
- Feliz Ano Novo! - comemorei feliz demais. Peter roubou um beijo e Drogo um abraço apertado.
Olhei os fogos com uma sensação diferente desta vez. Agora eu tinha uma família boa, amigos bons..
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os diários de uma híbrida (Vol.2)
ParanormalA continuação da história da nossa Médium🥰💗 *** Isabelly em um ano venceu batalhas avassaladoras, conquistou a confiança de várias pessoas e mostrou a si mesma que merece um recomeço. Ela está em seu segundo ano na universidade e continua como au...