Até nunca mais, Elijah

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  Como se fosse a deixa, ouvimos um baque alto e a porta da entrada da mansão caiu na nossa frente. Parado na nossa frente, estava o vampiro Original.
  Peter me agarrou e me colocou atrás dele protetoramente. Nic, James e Drogo agacharam em postura de ataque.
- Onde quer que vocês tentem escondê-la, sempre vou achá-la. O cheiro da duplicata está na minha mente e como vocês nunca largam ela... - começou calmo demais, pegando uma galho afiado do chão e nos mostrando. - Entreguem a Pedra da Lua e a duplicata, prometo deixá-los em paz depois.
- Não vai levar minha irmã! - sibilou Kitty. 
  Automaticamente a puxei para trás de mim.
- Criança, não vou explicar a você os motivos de levar sua suposta irmã, mas não vou atacá-la. Se ousar se aproximar, quebro seu pescoço e quando você acordar, sua irmã não estará mais com você. - retrucou calmamente. Senti Kitty se enrijecer.
- Kitty, vá. - mandei baixinho. Ela correu pro seu quarto rapidamente.
  Elijah tacou a madeira na direção dos vampiros. Peter me empurrou e desviou da madeira. O Original começou a arremessar mais madeira até que atingiu meu vampiro no braço e na perna. Corri até ele, tocando em seu rosto que estava fazendo uma careta de dor. Arranquei a madeira do braço e ele arfou. Olhei pro lado e vi Drogo e Nicolae com madeira no braço também. Vi um frasco vir na minha direção e James pulou na minha frente. Ouvi um sibilo e quando vi, o rosto do James queimava. Era verbena. Entrei em pânico quando Elijah erguia outro galho e se preparava pra atingir eles.
- Eu tenho que fazer o que planejei. - sussurrei.
- E se der errado? Quem vai te curar? - grunhiu Drogo.
- Vai dar certo.
- Pega a lâmina... Sara e eu criamos ela com base de magia e pesquisa. Não mata ele, mas ele não revive, tipo um coma.
Agarrei a lâmina na mão do Drogo e escondi nas minhas costas. Sorri pra eles e me ergui.  Apareci na linha de visão do Elijah que segurou o galho.
- Elijah, quero negociar com você. - avisei erguendo minhas mãos.
- Estou ouvindo duplicata.
- Me chame pelo nome, assim como chamo você.
- Claro, Isabelly.
- Deixe minha família em paz com a Pedra da Lua e eu vou com você sem resistir. Se ousar machucá-los, eu me mato. - falei firme mostrando a adaga que ia matá-lo.
- Isabelly, como vou saber que não está blefando? Duvido que se auto-esfaqueie.
- Não devia ter dito isso, Elijah. - sussurrei erguendo a lâmina.
Olhei nos olhos dele e vi a curiosidade pra ver se eu ia fazer isso mesmo. Minhas mãos tremiam. Fechei os olhos e inspirei fundo. Reuni a maior força que já tive e desci a adaga. Senti rasgando minha pele é uma dor absurda surgiu. Gritei de dor e o Elijah correu até mim, sem conseguir me alcançar por conta da barreira que ele não entrava por não ser convidado. Aprofundei mais ainda a lâmina e arregalei os olhos com a dor aumentando rapidamente. Eu precisava atuar, já senti dores piores. Mexi sem querer a lâmina e senti minhas pernas meio bambas. Tá, toda dor é ruim.
- Tá bom, eu acredito! Me deixe curá-la, por favor! - grunhiu Elijah tentando entrar na mansão sem sucesso.
- Prometa...! - sussurrei baixo e fiz com que a voz falhasse deixando-o apavorado.
- Eu prometo, eu cumpro as promessas! - sibilou rápido. - Me deixe entrar, por favor! - implorou.
Tentei dizer que ele podia entrar mas não saiu som nenhum da minha boca. Soltei a lâmina que estava cravada na minha barriga e tentei dar um passo na direção dele. Tombei e por sorte, sai do limite da porta da mansão. Ele me agarrou e eu deixei que ele carregasse meu peso.
Elijah me deitou em seu colo, tirando os meus cabelos do meu rosto. Ele segurou a adaga e só nesse movimento eu me contorci. Ele puxou e eu segurei um grito de dor. Ele mordeu o pulso e me deu sangue. Engoli duas vezes e parei fechando os olhos. Fui fingir que estava desmaiando e ele meio que me chacoalhou de leve o meu corpo "morto".
- Isabelly, beba o sangue, está quase apagando.
- Hum... - tentei enrola-lo mesmo querendo beber o sangue.
Do nada, senti ele se enrijecer. Abri os olhos e o vi ficando cinza e mais pálido que o normal. A adaga que eu usei em mim, estava nele. Ele tombou e eu caí na grana, do lado dele, segurando o corte profundo.
James apareceu na minha linha de visão e me segurou, mordendo o pulso e me entregando. Puxei mais próximo o pulso, bebendo o sangue com urgência. Já estava acostumada a beber sangue, tanto que o gosto estava bom. Era bom.
Peter chegou rápido, olhando a cena e suspirou.
- Agiu rápido, James. - elogiou.
- Foi por pouco mesmo. - concordou tentando tirar o pulso da minha boca.
- Não.. tá doendo! - protestei indignada. Não foram eles que levaram uma facada profunda por pura vontade.
- Deixa comigo agora. - falou Peter me pegando no colo. Fiz uma careta quando ardeu a região do corte.
- Vou prendê-lo no porão e arrumar a bagunça que ele fez, sangue e sujeira.
- Tá bom, falo com você e os outros mais tarde.
Peter me levou pro quarto, fazendo um curativo em mim e depois, me entregando seu pulso com sangue. Comecei a engolir e ele fez carinho na minha bochecha com a outra mão.
- Shh, acabou.
- Eu sei. - respondi rindo um pouco mais forte tirando o pulso da minha boca.
- Será que você seria uma vampira controlada?
- Não sei, tô acostumada a beber sangue toda hora. É bom o gosto.
- Meu sangue é bom?
- Muito. - afirmei.
Ele sorriu de leve e deitou ao meu lado, me puxando delicadamente para perto. Ficamos de conchinha e ele passou o braço por cima de mim, tocando sua mão na área machucada. Em vez de doer, aliviou a dor. A frieza era agradável. Ele começou a cantar uma cantiga de ninar, tentando me fazer dormir. Estava dando resultado. Fechei os olhos e acabei apagando.

Os diários de uma híbrida (Vol.2)Onde histórias criam vida. Descubra agora