Possessão de corpos

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Duas semanas se passaram e eu estava tentando seguir a rotina. As aulas continuavam mas eu estava tão distante que não compreendia nada. Os irmãos Bartholy continuavam me seguindo e me protegendo de tudo. Desde comidas da cantina até andar pelo campus. Eu era proibida de andar sozinha e sóis da mansão até o campus. Parecia uma prisão perpétua depois que eu fugi por um mês longo. Não que eu me importasse, eu sabia que merecia tudo isso, mas eu ainda estava preocupada com o Klaus e a Lizabeth. E l resto dos vampiros esquecidos que fugiram da tumba.
Além disso, eu comecei a ter pesadelos consecutivos. Se a Sam ou o Peter não estivessem perto eu estaria apavorada. Todos eram sobre Klaus conseguindo o sacrifício. E eu realmente estava preocupada com isso, não ouve sinal de mortes ou desaparecimentos desde que fugi até agora.
- Bella, ele não vai vir. - garantiu Peter na vigésima noite de pesadelos.
- Você só tá falando isso pra eu me tranquilizar depois deu ter te assustado com meus gritos. - repliquei.
O que ele era bem capaz. Isso não mudava muita coisa mas eu sentia que algo ruim estava pra acontecer.
Estávamos no final de outubro, quase em novembro. O passeio de Mitos e Lendas do Sebastian foi adiado pro ano que vem e eu estava tremendamente entediada. Eu não fazia nada faz muito tempo. E estava bem preocupada ainda.
Meu celular vibrou e eu tomei um susto. Nicolae que passava pelo corredor, me viu assustada com meu próprio celular e entrou no quarto. Fechou a porta e me olhou sem expressão. Desviei o olhar e vi que Sara me ligava.
- Diga, Sara.
- Você vai no baile de hoje à noite, não é? Por favor, quase não vamos a bailes do campus.
- Ah.. eu tenho que ver. Não tenho vestido e tem que perguntar pros...
- Ela irá, Sara. - respondeu Nicolae, interrompendo minhas desculpas.
- Valeu Nic. - respondi irritada. - Bom, te vejo a noite? - murmurei pro telefone.
- Esteja uma gatona, vou cobrar da Katherine e da Sam! - avisou fingindo estar séria e depois riu, desligando.
- Maravilha. - gemi deitando na cama.
Nicolae tossiu pra disfarçar o riso e eu olhei pra ele de cara feia. Eu estava esse tempo todo sem sair e agora ele me deixa.
- Você está muito assustada, Isabelly. Vai se distrair hoje a noite. - explicou erguendo meu queixo. - Peter e James estarão lá.
- Meus guardas costas. - comemorei fingindo animação.
- Seu namorado e seu ex namorado, pra ser preciso. - contornou.
- Ah, que droga.
Nicolae riu e eu revirei os olhos ignorando-o. James e eu mesmo sendo ex um do outro, nos dávamos bem, éramos próximos como irmãos e ainda nos amávamos. Bom.. não como antes. As vezes eu me perguntava porque não demos certo, mas não tinha coragem de perguntar para ele. Principalmente com o Peter leitor de pensamento por perto, não queria que ele pensasse coisas. Sou totalmente leal a ele.
Tirei esses pensamentos confusos da cabeça e comecei a pensar no que vestir. Nicolae saiu do quarto sem eu perceber e eu me ergui procurando algo nas gavetas e nos cabides. Achei um vestido de manga comprida e que ia até os joelhos. Como eu estava extremamente preguiçosa, não quis me arrumar tanto. Era só um baile.
Eu pensava que não ia me arrumar tanto, até Kitty arrombar a porta do quarto e me puxar junto com Sam. Resisti até que Sam me agarrou e me colocou em suas costas.
- Ah, isso é sequestro de menor! - reclamei.
- Bobagem, todos sabemos que você tem 18, cara de 17. - cantarolou Samantha me levando pro quarto da Katherine.
- Argh. - bufei.
Elas deixaram eu ir com o vestido que eu escolhi, mas começaram a me maquiar e a mexer no mie cabelo. Rolou uma discussão pra ser um penteado estiloso mas eu decidi que ia ser um simples e pronto. Meu cabelo tinha crescido bastante nessas semanas. Ficou um rabo-de-cavalo bonito. Quase perdi o olho do tanto de coisa que passaram. E os perfumes? Nossa, eu estava tossindo muito.
- Já tá bom! - avisei me erguendo e saindo do quarto.
Desci rapidamente as escadas e fui pro Hall calçar meus sapatos. Era um salto alto, óbvio. Senti um dedo frio subindo devagar pelo meu braço e eu estremeci de leve. Peter.
- Está bonita. - comentou em meu ouvido.
- Valeu, guarda-costas. - agradeci ainda irritada.
- Ah, não fique brava meu amor.
Revirei os olhos e aguardei. James apareceu de terno, os cabelos cheios de gel e um sorriso zombeteiro. Sam apareceu com um vestido verde parecido com o meu e todos nós fomos para o Volvo.
A caminho do campus, não pude parar de pensar que tinha algo errado. Fiquei mexendo minhas pernas nervosamente, até que a mão firme do Peter tocou nelas. Prendo a respiração e olhei pra ele. Seus olhos verdes estavam serenos e eu soltei o ar calmamente.
- Fica calma. - sussurrou.
Samantha estava no banco do carona mexendo distraidamente no celular, suponho eu falando com o Loan seu quase namorado. Ela insistia que não, mas como eles ficavam sério, eu tinha quase certeza que ia rolar um namoro. James dirigia ouvindo música e batucando no volante.
Com isso, olhei pro Peter pelo canto do olho e vi um sorriso preso no canto dos lábios, ele devia estar pensando em algo...
Do nada, sua mão passa de leve na minha perna e eu prendo a respiração. Ele começa a acariciar de leve e eu fecho os olhos com o prazer que estava sendo. Um frio na barriga surgiu e eu escondi o sorriso.
- O que? - perguntou inocentemente.
Perguntei silenciosamente se eu podia. Ele riu silenciosamente e deu de ombros. Entendi como um sim e minha mão foi na sua perna. Ele ficou que nem estátua na hora e eu olhei sorrindo para ele. Meus dedos percorreram sua perna e ficaram fazendo círculos leves. Ele fechou os olhos e arqueou o pescoço do nada.
Retirei minha mão e segurei um sorriso. O Peter nunca demonstrou prazer, porque eu não fazia isso por constrangimento. Agora eu me sentia mais aventurosa e eu não imaginava que ele ia reagir assim.
Com uma mão ele segurou meus dois braços por trás sem fazer barulho. James e Sam ainda estavam distraídos, por sorte. A outra mão vagou pela minha perna e aberrou. Eu quase abri minha boca, quase. Eu quase dei a satisfação de mostrar pra ele q eu n me controlo. Ele ficou apertando e eu encarei o retrovisor séria. Ele sorriu mostrando os dentes brancos e perfeitos me libertando do seu encantamento.
Olhei para os dois vampiros distraídos na frente e me aproximei do Peter. Meus lábios se aproximaram do seu pescoço e eu o beijei. Minha língua percorreu levemente sua pele fria e eu o ouvi suspirar. Mordisquei sua pele e voltei pro meu lugar como se nada tivesse acontecido.
Antes que ele pudesse fazer algo, chegamos no campus e eu sorri. Pois é, até agora eu escapei da tortura.
- Finalmente chegamos. - suspirou Samantha aliviada e saiu do carro ajeitando o vestido.
Todos nós entramos no campus e seguimos o som da música. Entramos lá e estava cheio e parecia ótimo. James e Samantha se separaram do Peter e eu, cada um fazendo alguma coisa. Peter me puxou e eu ri baixinho.
- Suas provocações vão ter que esperar. - comentei.
- Esqueci como você era esperta.
- Óbvio que sou, pianista.
Neste momento, Doroty apareceu. Argh.
- Olá Isabelly! - cumprimentou me abraçando. Forcei um sorriso. - Oi Peter, está bem bonito. - comentou beijando a bochecha do Peter. Trinquei os dentes.
- Ah, oi Doroty. - cumprimentou Peter se desvencilhando dela.
- Adoro bailes de escola. Sempre tem um drama. - riu.
- E como. - sibilei.
- Doroty, com licença! Marquei de dançar com o Bartholy! - comentou uma voz serena.
Sara apareceu e tomou Peter para ela, levando-o para longe. Dei-lhe um olhar agradecido e os deixei. Eu sabia muito bem que Sara nunca me daria motivos pra duvidar da sua lealdade e respeito, ela ainda odiava vampiros. Bom.. menos os Bartholy.
Do nada, alguém agarra meu pulso e eu me viro. Sebastian estava na minha frente, sorrindo levemente.
- Jones, quanto tempo! - exclamei abraçando-o.
- Nem faz tanto tempo. - dispensou com uma voz serena.
Ele segurou a mão e me puxou para a pista de dança. Começamos a dançar devagar e eu estava um pouco apreensiva. Tinha algo errado.
- Como estão as coisas? Notícias do Niklaus?
- Não, ele sumiu faz umas semanas...
- Certeza? - perguntou agitado.
- Bom... sim.
Ele riu e me puxou de novo. Fomos para um corredor que não tinha sinal de nenhum ser humano e me olhou maliciosamente. Dei um passo vacilante para trás.
- Sebastian? - chamei.
- Faz tempo que não te vejo, querida.
Sebastian nunca me chamou de querida. Ele nunca agiria assim. Na minha memória, me lembrei do Klaus me chamando de 'querida duplicada' e ofeguei. Sebastian era o Klaus? Klaus tomou o corpo do meu amigo lobisomem.
- Klaus. - ofeguei.
- Surpresa, minha querida. - sorriu levemente.
Fiz menção de correr mas ele me agarrou rola cintura. Me debati e ele me levou para uma sala. Do nada, suas mãos me soltam e eu me afasto dele. Sara está na porta com as mãos erguidas é uma expressão feroz.
- Corra, Isabelly!
Corri ao seu encontro e juntas, fugimos rápido pelos corredores. Nós misturamos na multidão mas depois nós perdemos, droga!
Do nada, achei o James e o puxo.
- James, Klaus está aqui! - sussurrei.
- Como?!
- Ele está no corpo do Sebastian!
Do nada, ele congelou e ficou sério. Balancei seu rosto querendo saber o que ele ouviu.
- Sara precisa de ajuda. - avisou.
Sem tempo para ter respostas, começo a correr e ele me segue. Corremos por vários corredores e do nada, ouvimos uns barulhos de mesas e de papéis. Olhei de longe e vi uma enorme sala onde a Sara e o Sebastian-Klaus eatavam. Me aproximei rápido mas ela fechou a porta com a magia. Abri a boca surpresa e comecei a bater forte na porta.
- Sara, não! - gritei.
- Desculpa Isabelly. - murmurou.
Ela apontou as mãos para o Sebastian-Klaus e berrou uma série de feitiços. Do nada, Sebastian-Klaus sem ter como se defender caí no chão e a Sara some numa explosão de luz. As portas se abrem e eu corro até onde ela estava em pânico. Não. A Sara não!
- Sara! - chamei alto em pânico.
- Shh, vai ficar tudo bem. - sussurrou James me agarrando.
- A Sara... ela...
- O que aconteceu aqui? - perguntou Peter se aproximando olhando a cena.
- Sebastian-Klaus, Sara... - resumiu James.
- Vamos para casa. Sebastian ficará bem, Samantha está com o Loan e irá para a casa dele. - sugeriu Peter pegando o corpo desmaiado do lobisomem e levando.
- Mas a Sara...
- Lidamos com a Osborne na mansão! - grunhiu áspero.
Abri a boca para protestar mas James me puxou. Fomos pro carro e eu fiquei sozinha no banco de trás. O corpo desmaiado do meu suposto amigo estava na mala e Peter dirigia como um louco pra mansão. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar silenciosamente, Sara tinha que estar viva. Ela não... Sheila queria que eu cuidasse dela. Eu sabia que ela não podia vencer o Klaus.

Os diários de uma híbrida (Vol.2)Onde histórias criam vida. Descubra agora