Bartholy X Salvatore

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Do nada, senti uma magia poderosa se esgueirando para mim. A janela se abriu e James se ergueu em posição defensiva. Me ergui também, largando o cobertor e olhei em volta. Alguns bruxa estava me localizando. James deve ter deduzido a mesma coisa, porque desligou as luzes e me puxou para fora da casa.
Estava nublado e bem claro. A neve caia levemente e estava um pouco frio. Ele apressou o passo e eu tive que quase correr para aconpanha-lo. Ele parou, tirou o casaco e colocou em mim. Suspirei com suas preocupações e ele me puxou novamente. Ventos mais fortes surgiram e ele parou me olhando nos olhos.
- Não faço barulho e fique em silêncio. - mandou.
Automaticamente eu obedeci. Ele me agarrou e pulou alto me colocando em uma árvore alta, com uma visão ótima. Ele desceu e começou a farejar. Ele ia me deixar aqui? Sério?
  Do nada, um lobo cinza claro com braço surgiu entre as árvores, rosnando para James. Era Leah! Do outro lado, veio o lobo preto azulado, com seus olhos dourados, Sebastian. Eles rosnavam e cercaram o James, que estava calculando o que fazer.
Me lembrei que li em um livro que mordida de lobisomem era fatal. Se mordessem James, ele poderia morrer ou acontecer algo pior. Eu não me garantia assim não!
Os lobos avançaram e James partiu em disparada. Ouvi um estalão é um ganido. Leah estava deitada se contorcendo de agonia. James enfiara sua mão em sua costela e quebrou seu osso. Lutei para reprimir a angústia de ve-lá assim. Logo depois, Sebastian pulou em cima dele, tentando mordê-lo. James escapou de uma mordida catastrófica por pouco. Depois, ele chutou uma das patas do Sebastian e apertou o ombro dele, produzindo um estalão pior do que o da Leah. Sebastian tombou e ficou a mercê do James, que o encarava com um olhar mortal. Ele ia matar meus amigos!
Eu não podia fazer barulho ou falar, mas mexer na árvore, eu conseguia. Me debrucei no galho que deu um estalão e eu me segurei para não cair. Larguei o galho e por pouco, James me pegou rapidamente.
- Eu não tinha dito pra você ficar quieta? - perguntou ironicamente. - Pode falar, agora. - acrescentou me botando no chão.
- Não mate eles, James! - pedi quando ele começou a se aproximar dos lobisomens.
- Ah, Isabelly... - gemeu frustrado.
- Por favor? - insisti.
- Tá bom! - desistiu. Suspirei aliviada.
Me agachei e fiz carinho na cabeça do Sebastian e da Leah. Eles ganiram e eu soltei um suspiro. Me ergui novamente, olhando em volta. Alguém ia aparecer para ajudá-los daqui a pouco, eu não conseguia ficar aqui e insistir mais ainda ao James, aí que ele me arrastaria por vontade própria mesmo.
- Vai ficar tudo bem, Seb. - murmurei tranquilizando-o. Ele piscou e relaxou, esperando de curar. Leah se remexeu mais. - Relaxe, Leah. Precisa se curar. - avisei. Ela bufou e ficou quieta.
- Reconhece seus amigos até em forma de animal, que bom para você. Isso quer dizer que temos que ir, eles vão se curar rápido. - disse James me puxando.
Caminhamos por muito tempo. Eu me perguntava se ele sabia onde estava indo. Do nada, veio o vislumbre da cachoeira de Mystery Spell, a maior da cidade. Então, eu estava na floresta do lado da mansão!
- James, não sei se eu deveria te avisar ou não, mas estamos do lado da mansão. - comentei.
- Ah, é mesmo. - riu um pouco desconcertado.
- Nem sei porque eu te avisei. - murmurei comigo mesma.
- Não quer me ver morto. Já é algo bom. - riu. Revirei os olhos.
Do nada, sibilos do vento despertaram a atenção do James que se voltou a ficar na minha frente. Os irmãos Bartholy apareceram andando lentamente. Essa marcha era pra assustar qualquer um. Os três estavam de olhos vermelhos mas o Peter estava com sangue nos lábios. Era sangue animal ou doado?
- Peter. - sibilou James agachando-se.
- Ola, irmão. - cumprimentou sorrindo torto.
E ficou um silêncio. Os irmãos pensando e James pensando. Eu fiquei quieta e muda. Olhei em volta e me lembrei de várias lutas que terminaram aqui. Quem venceria? O grupo que tem mais ou o único vampiro com uma humana?
- Estou esperando irmãozinho. Cadê seus ataques previsíveis? - perguntou Peter.
- Não fui eu que bebi sangue da veia de um humano qualquer, para ficar mais forte. - retrucou sorrindo.
- O que? - perguntei olhando para Peter que tinha agachado-se. - Você matou a pessoa?
- Óbvio que não, Bella. Bebi sangue da veia e mandei ela esquecer o que aconteceu. Está viva, se quer saber. - respondeu calmamente.
- Como pode fazer isso? - perguntei indignada.
- Você não acha que James bebe?
- Sou o vampiro comedor de coelho, irmão. Mal bebo sangue humano doado, quem dirá sangue da veia! - rebateu irônico.
- Essa luta não vai levar em nada. - repliquei me botando na frente do James e dos Bartholy.
- Vai levar você. - respondeu os quatro ao mesmo tempo.
- Não! Eu tô dizendo que não vai levar em nada! Entendam de uma vez por todas! Todos vocês, são irmãos! - falei com voz alta e firme.
- Ele não é nosso irmão. - protestaram Nicolae e Drogo.
- Então o Peter é o que de vocês? - perguntei suspirando. Eles ficaram mudos, sabiam que eu estava certa.
- Se ele fosse meu irmão, ele não teria feito o que fez comigo. - rosnou Peter.
- Sério? Você infernizou mais de um século a minha eternidade e quer comparar por eu ter te transformado em vampiro? - perguntou James ironicamente. - Se eu não tivesse transformado você, não teria conhecido a Bella. De nada. - acrescentou antes que Peter argumentasse.
- Não chame ela assim, como se tivesse intimidade! - sibilou agachando. James por outro lado agachou também.
- Eu a chamo do que eu bem entender. - retrucou.
- Chega! - berrei alto, fazendo os pássaros mais próximos voarem para longe. - Vocês dois!!
Os quatro me olharam surpresos. Peter e James voltaram a posição normal, um pouco assustados com meu ataque. Suspirei alto.
- Eu não quero brigas! Vocês não vão matar o James. - avisei aos Bartholy que abriram a boca para protestar. - E você, não vai matar nenhum amigo meu. E não quero zoações, entendeu? - acrescentei ao James que me olhou um pouco frustrado.
- Isabelly... - disseram Drogo e Nicolae desconcertados.
- Eu não estou enfeitiçada, mas chega. Já foram os descendentes e agora tem a Lizabeth. Chega, por favor. - implorei.
Quando me virei pra encarar o James novamente, algo penetrou minhas costas e saiu na mesma rapidez. Vi uma seringa com uma agulha pequena nas mãos do Nicolae. Dei dois passos para trás confusa.
- Pra que isso?
- Verbena. Agora não tem como você falar sendo hipnotizada. - explicou Nicolae.
- Já que não confia em mim, vou repetir. Parem de brigas, nosso foco é a Lizabeth. Não matem o James e ele não vai machucar meus amigos. Fim de papo. - repeti monotonamente.
- É, você está falando mesmo a verdade. - murmurou Peter.
- E vocês acham mesmo que vou fazer algo que ela não queira? - perguntou James arqueando as sobrancelhas.
- Sim, já vi você fazer. - rebateu Drogo.
- Fiz e me arrependo. Ela tem necessidades humanas, além disso, é péssimo não conversar sendo que tem uma pessoa na minha frente. - argumentou.
- O que fazemos então, Isabelly? Deixamos ele ir? - perguntou Nicolae.
- Sim.
- E você?
- Eu.. - gaguejei sem olhar nos olhos de ninguém. - Eu.. vou com vocês pra casa, tô cansada. - murmurei.
- Sem problemas, Isabelly. Uma hora a gente se reve. - avisou James sorrindo e indo embora.
Vi ele ir embora e os três Bartholy se aproximaram rápido me abraçando e me puxando para perto. Soltei um suspiro novamente. Eu senti falta deles.
- Amo vocês. - murmurei tentando esclarecer tudo o que estava acontecendo.
- A gente também. - suspirou Nicolae.
- Eu.. só acho que já chance para o James. Só quero tentar.
- Bella.. - começou Peter.
- Se é assim que é ser humana, eu quero sentir. Eu quero dar segundas chances e não desistir. - falei firme.
- Isso não é o normal. Humanos são egoistas, mas você pensa mais nos outros que você mesma. Quer mesmo dar uma segunda chance a ele?
- Sim, eu quero.
- Tá bom. Vamos pra casa, você devia comer e descansar. - falou Peter me colocando em suas costas e começando a correr.
Agarrei seu pescoço fortemente e passeio minhas pernas pela sua cintura. Ele me segurou tranquilamente, pegando minha mão que estava grudada nele e a beijando profundamente. Ele virou seu rosto para ver o meu. Não sei como ele não batia nas árvores e me olhava ao mesmo tempo, mas ele era incrível. Beijei sua bochecha de leve enfiando meu rosto em seus cabelos. Ele aumentou a velocidade e do nada, estava em cima de árvores. Começou a escalar e a pular alto. A vista era linda. A mansão estava longe demais, era algo muito pequeno e bem longe. Inspirei fundo, alegre por estar aproveitando algo normal.
- O sol está nascendo... - cantarolei baixinho abrindo meus braços. Peter me segurou mais forte nas pernas e eu fechei os olhos.
Longos minutos se passaram. Me perguntei se tinha se passado uma hora. A cachoeira era mesmo longe. Chegamos na mansão muito tempo depois. Comecei a andar com um olhar novo para o Hall de entrada. Olhar humano. Olhar normal. Sorri feliz de estar em casa. Kitty apareceu e me abraçou, me derrubando no chão.
- Você esta viva! - exclamou.
- Sim, óbvio que estou.
- Vem! - mandou me puxando meu braço com força. Ouvi um estalão alto e eu me segurei para fazer movimentos rápidos e olhar o meu ombro. - O que foi isso? - perguntou olhando em volta.
- Katherine, foi meu braço. Se você puder soltar, para eu ver se não deslocou ou quebrou, eu agradeceria. - falei com os olhos fechados.
Puxei meu braço de volta e mexi um pouco. Parecia que tinha deslocado e voltado ao lugar. Menos mal, mas caraca. Doeu mais do que eu esperava. Nicolae botou a mão em meu ombro e olhou pra sua irmãzinha.
- Kitty, eu sei que é muito confuso para você entender agora, mas a Isabelly está sem poderes. Não vê fantasma, não solta raio, não é tão resistente quando antes.. esta mais frágil agora. Ela é uma humana sem nada. - explicou.
- O que aconteceu? Como ela tá sem poder?
- Eu quis.. ficar como humana por um tempo. - respondi vaga.
- Porque você consegue ser humana e eu não?
- Bom.. porque eu não sou totalmente vampira, Kitty. Mas não tem problema, eu ainda vou fazer tudo que fazia com você. - falei rapidamente.
- Ela vai fazer, mas tem que tomar mais cuidado. Ela é mais frágil agora...
- Tá. - respondeu despreocupada.
- Quer comer? - perguntou Drogo interrompendo o Nicolae que ia falar algo.
- Pode ser, adoraria. - respondi animada seguindo-o.
Cheguei na cozinha e ele começou a preparar um hambúrguer gigante. Peguei de suas mãos e comecei a mastigar, saboreando a textura dos gostos. A fragrância da comida era perfeita. Estava equilibrada.
- Está muito bom, Drogo. - elogiei mordendo mais um pedaço. - Está uma fragrância e equilíbrio perfeito. - acrescentei.
- Não estou tão mal como seu aluno na culinária. - concordou.
Fui para meu quarto e comecei a ver roupas e livros. As aulas iam começar amanhã e eu estava ansiosa de voltar ao campus. Comecei a reler uns livros deitada na cama quando alguém bateu na porta, me tirando dos meus pensamentos.

Os diários de uma híbrida (Vol.2)Onde histórias criam vida. Descubra agora