27 - Convidados (Prisioneiros) Humanos e a Dominadora das Chamas

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A mulher que estava me segurando parou completamente de se mover por um segundo com sua expressão travada, os olhos dela totalmente focados em mim. Parece que realmente não estava na mente dela que eu, um slime, poderia ser o líder da nação de monstros, mas não posso julgá-la.

Quero dizer, eu literalmente sou um slime! Quem esperaria que um slime liderasse uma nação de monstros?!

Ainda assim, o fato de que ela não parecia estar se recuperar da surpresa dessa informação foi um pouco irritante.

"Então... Quem seria você, bela senhorita?"

Eu continuei encarando a garota na minha frente, não que eu tivesse olhos para encarar alguém, e esperei por uma resposta que viesse dela. Claro, é fácil pra mim sentir que ela não é comum e, mais do que isso, ela com certeza é bem mais velha do que eu. Ainda assim, quando eu penso na aparência que ela tem, 'senhorita' cai bem pra ela.

"Ah, eu... Eu sou Shizu. Shizue Izawa. Eu sou uma aventureira veterana, retirada do serviço."

Shizue Izawa? Belo nome, sem dúvidas. Mais do que isso, um belo nome japonês. Com só ouvir o seu nome eu entendi o motivo pelo qual Akami havia trazido tal mulher até aqui; ela era uma pessoa de outro mundo, assim como eu. Quero dizer, ela tem os traços faciais de uma japonesa, eu podia ver isso apenas olhando pra ela, e ela também tinha um nome japonês, mas Akami não teria trazido ela se ela não tivesse passado no teste do Torii. Se ela não fosse japonesa, Akami a teria afastado com o mínimo de dano possível, então essa era a única resposta possível.

Quero dizer, a última coisa que quero é espalhar informações sobre esse meu país de monstros para as pessoas em geral. O Ruminismo, em especial, não é um grupo que eu imaginaria levar a informação de que monstros formaram um país da melhor forma possível, e eu com certeza não quero ter que enfrentar um grupo tão poderoso tão cedo.

Por causa disso eu decidi colocar o teste do Torii na trilha da floresta! Se alguém fosse capaz de ler o que estava escrito, então ela seria de outro mundo e poderia ter informação útil para mim. Por outro lado, se não fosse capaz de ler, então essa pessoa não teria nada a me oferecer e sua presença seria apenas uma ameaça para mim e para os meus planos de ter uma nação forte e, acima de tudo, segura para viver.

Bem, no pior dos casos eu teria que devorar todas as pessoas que sabem da informação.

Mas, bem, a pessoa que veio é de outro mundo, afinal. Não há necessidade de ações extremas.

"Bem, imagino que você seja uma pessoa de outro mundo, não é? Sendo assim, convido você... Na verdade, todos vocês, todos estão convidados para vir até a minha casa! Por que nós apenas não conversamos um pouco enquanto comemos?"

Eu ignorei os olhares amedrontados nos rostos dos outros três, e as faces deles que por algum motivo pareciam estar pálidas, e apontei em direção a minha casa; a casa do clã Tempest, que era a casa mais próxima da montanha. Shizu também pareceu ter ignorado isso, e ela apenas começou a caminhar em direção a minha casa enquanto ela me carregava em seu colo.

Haah~... Quanta saudade eu havia sentido dessa sensação.

Quero dizer, Petulante-kun tem me carregado para todo lado desde que houve o evento com a Treyni e tudo mais, e não é como se ela fosse fraca no departamento de Poyon Poyon. Certa, a Petulante-kun estava até acima da média nesse departamento, mas, ainda assim, é bom ter uma outra pessoa carregando você de vez em quando.

Petulante-kun diz que ninguém quer me carregar por quê eu sou muito pegajoso, mas não acho que a Shizu ligue pra isso, ou ao menos ela não mostrou se sentir assim.

That Time I Got Reencanated as a Demon Lord (Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora