17 - Voltando pra casa

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Eu continuei caminhando até a saída de Dwargon. Vários dos soldados do Gazel me seguiam de perto com as suas armas (recém readquiridas) apontadas na minha direção, o que apenas servia pra chamar mais atenção das pessoas ao redor. 

Eu podia sentir a raiva que esses idiotas sentiam de mim, eu nem sequer preciso usar [Profano] pra isso, mas eu me decidi por apenas ignorá-los. Quero dizer, é lógico que o que eles procuram é um motivo pra me atacar pelas coisas que eu fiz e disse no tribunal, que foram desrespeitosas para com Gazel, mas, no momento, eles não são nem loucos de fazer nada disso. 

Me atacar agora, sem autorização do Gazel, não significaria apenas as mortes deles. Significaria a morte de dezenas, centenas ou até milhares de civis que fossem envolvidos no confronto, e o pior é que ainda havia a chance de eu escapar ileso. Esses idiotas não chegariam nem perto de me deter se eu soltasse minha ira nessas ruas, então tudo o que eles podem fazer é me escoltar até a saída em silêncio. 

Bem, não é como se eu me importasse muito com o que fosse ocorrer com esse lugar. 

Apesar disso, por agora, eu decidi que eu deveria me manter comportado. Tudo pelo bem das Onee-sans Erufas! 

Tendo dito isso, ativei a skill [Clarividência] e comecei a olhar para longe, há centenas de metros de mim, pro local onde elas estavam. Uma parte minha queria dar um oi e me despedir, afinal eu duvido que voltemos a nos ver depois do que ocorreu hoje, mas o medo de que minha presença pudesse envolvê-las em mais problemas me me impedia de fazer isso. 

No fim, o medo venceu. Eu decidi manter a imagem de um monstro impiedoso que apenas usou o Kaijin e que não se importa com os humanos. Além disso, já estou contente por vê-las de longe assim, contanto que elas estejam sorrindo. 

Convencido disso, percebi que as Onee-sans elfas começaram a caminhar até outra sala. A sala ficava na parte detrás do bar, longe de onde os clientes ficam. Curioso com que sala era aquela e o que era que elas fariam ali, comecei a seguir elas com a minha visão, tentando descobrir o que havia naquela sala. 

Eu queria ver elas mais um pouco, principalmente pra gravar as imagens dos sorrisos delas em minha mente, afinal, daqui a alguns minutos terei que começar a aturar aquela Petulante-kun e a carranca dela durante toda a viagem de volta. Se era para aturar ela a viagem inteira, então eu precisaria de mais um pouco da minha carga de moe, e eu adquiria isso com as elfas. 

E, assim que meus olhos viram o que era aquela sala, eu senti meu rosto inexistente ficar quente por causa da vergonha. 

Aquela era uma sala de troca, com uma sala de banho junta na parte detrás. As Onee-sans elfas começaram a trocar de roupa assim que elas entraram na sala, prendendo toalhas aos corpos antes que eu pudesse ter dado mesmo que fosse uma espiadinha nas esculturas criadas pelas divindades. Era quase como se elas soubessem que estava vendo e, propositalmente, estavam escondendo de mim. 

Mas, ainda sem poder ver nada, eu fiquei extasiado com aquela visão e, mesmo que pudesse ver apenas a superfície, eu não desviei o olhar até que a sala ficasse totalmente vazia. 

Todas elas, agora, estavam na sala de banho, e eu mal podia imaginar o que estaria ocorrendo lá dentro... 

Êh? Esse é um dilema realmente cruel, não é? Espiar ou não espiar? Eis a questão... 

Uma parte minha afirmava que era errado espiar elas além disso, principalmente por terem sido boas pessoas com quem eu fiz amizade e que me trataram bem apesar de ser eu um monstro. E, por outra parte, eu sabia que essa provavelmente era uma oportunidade que nunca mais teria na minha vida, mesmo que eu reencarnasse mais mil vezes. 

That Time I Got Reencanated as a Demon Lord (Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora