That Time I Got Reencanated as a Demon Lord (Português)

Side Story - A Ascenção de um Lorde - 02

Eu estou faminto... Minha fome, a fome do meu povo, não passa..., mas eu darei um jeito nisso! 

Eu não sei quantas vezes esse pensamento passou pela minha mente, um pensamento de simples e clara natureza. Ainda assim, sempre que esse pensamento voltava a mente, o cansaço que o meu corpo sentia... assim como a minha fome... deixavam de ser um problema na minha cabeça. 

Parecia que o quanto mais pensava nisso mais força entrava no meu corpo. Isso me fez perceber que esse não era um mero pensamento aleatório que voltava à minha cabeça uma e outra vez. 

Era uma oração. 

Essa era uma oração, minha e do meu povo. Uma oração silenciosa que registrava a nossa dor e o nosso sofrimento, assim como a nossa determinação. 

E a força dos nossos desejos era o que me fortalecia a cada passo que eu dava. 

Enquanto pensava nisso eu notei que, a distância, um pequeno grupo de lobos estava parado ao redor de uma carcaça, uma que eles haviam acabado de pegar considerando o cheiro de sangue que eu podia sentir. A quantidade deles era pequena, menos de dez, mas a chance de que uma alcateia inteira esteja perto existe. 

Claro, a coisa mais sensata a se fazer era fugir. Lobos Gigantes são oponentes perigosos, ainda mais quando em bando, e eu não deveria correr esse risco. 

Afinal, se eu morrer aqui, o que será do meu povo? Posso esperar por um milagre de algum ente poderoso e bondoso como o Tempest-sama? 

Lógico que não. 

Ainda assim, diante da fome do meu povo, eu posso mesmo recuar...? 

O fardo de carregar as vidas e a fome de todo o meu povo pesavam em mim e nublavam a minha mente, mas isso só servia para me dizer uma coisa. Eu havia chegado até a floresta. A Grande Floresta de Jura! Lugar onde minhas bênçãos, bênçãos que eu buscarei com as minhas próprias mãos, alcançariam o meu povo! 

Não importa o quão cansado ou faminto eu estivesse... 

Eu não posso mais recuar!!! 

Sentindo que as orações do meu povo haviam me alcançado eu ignorei o cansaço e comecei a correr na direção da carcaça que os lobos estavam comendo, mesmo com as mãos vazias. Eu posso até não ter uma arma comigo, mas nada me impedirá de alcançar o alimento que almejo. 

Assim como eu esperava, no momento em que eu comecei a me aproximar correndo na direção dos lobos eu fui percebido. De início apenas um dos lobos olhou pra mim, mas logo o grupo todo, como se eles fossem uma única entidade, viraram as suas faces na minha direção, os seus rostos distorcidos em expressões raivosas com os dentes a mostra. 

Eu não parei, apesar da clara ameaça, e ao invés disso eu me senti ficando ainda mais rápido. As magículas dentro de mim pareceram ficar cada vez mais excitadas com o alimento na minha frente. 

Isso não passou desapercebido pelos lobos. 

Uma vez que eles perceberam que eu não iria parar, mesmo com as suas ameaças, os lobos se separaram da carcaça que eles estavam comendo antes e começaram a correr separadamente pelas árvores. Eles provavelmente estavam tentando atacar de diferentes direções para tentar achar o meu ponto cego. 

Não que eu tenha me importado com isso. Na verdade, fiquei realmente feliz que eles tenham feito isso. 

Há sete deles! Três de cada lado, escondidos pelas árvores, esperando para me emboscar, e um que está vindo pela frente, para chamar a minha atenção. 

Com essa conclusão no fundo da minha mente eu estendi a minha mão para pegar um galho de uma das árvores próximas, arrancando ele da árvore para usá-lo como arma.