Não Existe Relação Sem Brigas

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"they're both stubborn and it's complicated"

Heeseung percebeu que desde a noite anterior o seu marido estava estranho e silencioso, ele conhecia muito bem Sunghoon para saber que algo estava errado e que ele não diria de jeito nenhum, não se alguém não fosse atrás para saber o que era.

Ele não iria trabalhar nos próximos dias, o seu chefe havia deixado que ele ficasse em casa para arrumar suas coisas para mudança. Por isso, Heeseung levou os três sobrinhos para escola e voltou para casa, encontrando Sunghoon na sala de estar com Chaewon.

— Não vai para o restaurante hoje? — Heeseung perguntou confuso já que o seu marido já deveria estar pronto para ir ao trabalho.

— Não vai abrir hoje — Sunghoon respondeu simplesmente enquanto dava 100% da sua atenção para a pequena filha.

— Vai me contar o que você tem? Está assim desde ontem, amor — Heeseung fez bico e caminhou até o sofá — Já sei, você está assim por causa da minha viagem, não é?

— Por que seria isso?

— Eu não sei, me diz você.

— Eu só acho interessante que você aceitou uma proposta de emprego do outro lado do mundo sem me consultar primeiro e saber a minha opinião — Sunghoon se levantou e pegou Chaewon no colo.

— Eu pensei que você não fosse ver problema nisso, disse que sempre me apoiaria em tudo.

— Mas estamos falando sobre mudar de país, para o outro lado do mundo — Sunghoon caminhou para a cozinha e deixou a pequena na cadeirinha — 'Pra você é incrível, mas os meninos teriam que se adaptar em um lugar totalmente novo onde nem falam o mesmo idioma, vão deixar todos os amigos para trás e eu deixarei o meu emprego que eu gosto tanto.

— É por isso que eu vou primeiro, como eu disse ontem os meninos podem ficar aqui com você já que não quer deixar o emprego no restaurante, assim que eles se formarem aí podem ir morar comigo.

— E a Chaewon? Como a nossa filha vai crescer com os pais distantes um do outro?

— Não vai ser por muito tempo, em época de feriado eu posso visitar vocês ou vocês vão para minha casa em Nova York, a Chaewon poderia ficar aqui se você quiser já que eu estarei atolado de trabalho e teria que contratar uma babá para cuidar dela.

— Ah claro, então eu fico com todo o trabalho? O restaurante, lidar com as crises da adolescência dos meninos, ajudar a estudar, dar atenção 'pra Chaewon, e aí quando eu vou ter tempo 'pras minhas coisas? Você quando chegar na sua casa pelo menos vai poder deitar e dormir.

— Não é assim que funciona, ok? Eu estou indo lá para trabalhar mesmo, também não vou ter tanto tempo como imagina que terei — Sunghoon já estava com o rosto vermelho de raiva e Heeseung sentia o coração de apertar, odiava brigar com Sunghoon pois ainda se lembrava muito bem da última vez que discutiram para valer, e não queria que acabasse daquele jeito de novo.

— Olha o que você fez, estressou a Chaewon — Sunghoon suspirou pesadamente assim que a criança começou a chorar, ele pegou a mamadeira que estava na pia e lavou rapidamente antes de ir pegar o leite na geladeira — Vai organizar suas coisas, eu posso me virar cuidando da Chae.

O Hee saiu da cozinha e subiu as escadas, indo para o seu quarto, ele pegou uma de suas malas e abriu o guarda roupa. Enquanto as guardava sentia os olhos se enchendo de lágrimas e tentou ao máximo segurá-las, mas não conseguiu.

Infelizmente brigar com Sunghoon ainda o deixava extremamente frágil e magoado por trazer tantas lembranças ruins do passado, não queria que isso acontecesse e muito menos agora que iria se mudar para outro país. Sung estava magoado também, mas ele devia perceber que também não iria ser fácil para Heeseung.

Ele iria morar em um apartamento sozinho, em um país desconhecido e que nem ao menos dominava o idioma com excelência, seu inglês era mediano ainda e enquanto fosse morar nos Estados Unidos teria que se dedicar 100% para a editora e no seu tempo livre teria que se matar de estudar inglês até ficar fluente, iria ser importante para o seu trabalho. Não iria ser fácil ficar longe do seu marido que tanto ama, dos seus amigos, dos seus sobrinhos tão queridos e da sua pequena princesinha.

Não ia ser fácil e Sunghoon estava deixando o processo para Heeseung ainda mais difícil.

— Por que você está chorando? — Heeseung se assustou e olhou para a porta, encontrando o olhar preocupado de Sun-Woo.

— Você não deveria estar na escola?

— Deveria, porém os professores resolveram fazer reunião nas últimas aulas e eu pude sair mais cedo — Ele contou se aproximando e se sentando na cama, próximo ao tio — Agora responde, por que está chorando?

— Não é nada que deva se preocupar, Sun.

— Ah vamos lá, eu não tenho mais sete anos, ok? Me fala logo o que aconteceu, tio Heeseung.

— Ok... Eu e seu tio discutimos — Heeseung não olhou para o sobrinho, continuou dobrando suas roupas dentro da mala.

— Oh, eu acabei de ter um déjà vu — Sunoo comentou rindo e fazendo com que seu tio desse uma risadinha também — Me deixe adivinhar, a mudança, certo? Ele ficou quieto desde ontem desde que você contou isso, estou até evitando falar com ele para não levar uma bronca atoa.

— Pois é, ele ficou magoado por eu ter tomado a decisão sem consultá-lo antes e querer simplesmente levá-lo e vocês também para o outro lado do mundo.

— Eu entendo o tio Hoonie, mas acho que faltou entender o seu lado também — Sun disse sério — Eu mesmo não quero ir até me formar, mas após isso acho muito interessante a ideia de fazer faculdade nos Estados Unidos e não me importo que seja algo novo e diferente, assim como Jungwon está doido para ir embora do colégio e viajar com você.

— E Niki? Ele não comentou muita coisa.

— Ele não quer ir por causa dos amigos, mas disse que se você quiser companhia ele vai contigo sem pensar duas vezes — Heeseung sorriu ao ouvir isso. Riki era um garotinho extremamente precioso mesmo.

— Pelo menos vocês me entendem e isso é o mais importante.

— Estaremos sempre do seu lado, tio Hee — Sunoo se levantou da cama e se aproximou do tio, o abraçando.

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O FELIZES PARA SEMPRE NÃO EXISTEOnde histórias criam vida. Descubra agora