Tempo - 6

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Dayane Pov

Depois de três dias com o pé enfaixado, eu já não aguentava mais aquela situação. Porém uma coisa estava sendo boa, ficar na casa de Caroline. Apesar de querer estar comigo, a ruiva tinha ensaios para seus shows que começariam em breve, então eu passava boa parte do meu tempo tentando fazer amizade com Kiana. Longe de Carol ela parecia gostar de mim, mas bastava estarmos perto uma da outra que a gata mudava do vinho para água. Era sobre isso que eu conversava agora com Kiana.

- Eu não vou roubar sua mãe. - Comentei tendo a mesma sentada em meu colo me encarando. - Nós podemos muito bem dividi-la. Tem Carol para todo mundo. - Repeti a frase de Caroline ontem a noite quando Kiana tentou me arranhar enquanto víamos um filme na sala. 

Eu não sabia nomear o que eu e Caroline estávamos tendo, mas era legal. Eu esperava que evoluísse, mas não tinha pressa. Kiana miou de volta para mim, mas pelo tom de seu miado acho que ela discordava do meu ponto. 

- Sua mãe devia te dar uma irmã para você aprender a dividir. - Brinquei. 

Nossa conversa foi interrompida pelo som da porta sendo aberta, sabia que era Carol e Kiana também sabia já que saiu de perto de mim rapidamente e foi até a dona. Observei Caroline se abaixar e pegar Kiana no colo lhe dando um beijinho na cabeça. 

- Quantos arranhões levou hoje? - Ela perguntou vindo até mim e me dando um selinho.

- Nenhum, mas agora provavelmente serão muitos. - Respondi vendo-a soltar a gata no chão.

- O problema sou eu então? 

- Me sinto obrigada a dizer que sim. - Sorri quando Carol sentou em meu colo. - Ela só não gosta de mim quando você está.

- Eu avisei que ela era ciumenta.

- Que mentira, você nem avisou que ela existia. - Acusei. - Tive que descobrir sozinha. 

- Para de jogar isso na minha cara, eu já pedi desculpas. - Carol fez um bico que eu tratei de beijar. 

Nosso beijo esquentou e ela se sentou melhor em mim, mais uma vez amaldiçoei meu pé enfaixado que me impossibilitava de seguir em frente com meus planos. Só que Caroline pareceu se esquecer dele, até que a mesma o chutou com um pouco de força.

- Puta que pariu! - Soltei alto, estava despreparada para o impacto. 

- Meu Deus! Me desculpa, nossa senhora, eu sou muito gancho mesmo. 

- Não, tá tudo bem. Só... Espera aí. - Eu ri sentindo um pouco de dor ainda.

- Desse jeito seu pé vai levar meio ano para ficar bom.

- Bata na sua boca agora mesmo. Dia 08 preciso estar em Miami. 

- Já tem corrida de novo? - Carol perguntou saindo de cima de mim.

- Sim, mas depois dessa em Miami a próxima é só no fim de Maio.

- A onde? - Ela parecia genuinamente interessada.

- Dia 22 na Espanha e dia 29 no Mônaco, está mais do que convidada se quiser ir.

- Eu acho que isso pegaria meio mal com seus chefes. - Caroline me lembrou e eu bufei. 

- Nós somos amigas. - Cruzei os braços.

- Um pouco mais que isso, não acha?

- Mas eles não precisam saber.

- Você é uma péssima mentirosa. - Precisei dar o braço a torcer, era verdade. 

- Eu sei. 

- Mas eu gosto de você mesmo assim. - Carol deitou sua cabeça em minhas pernas.

Cantando em PistaOnde histórias criam vida. Descubra agora