Eu te amo também - 18

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Caroline Pov

Na manhã seguinte eu acordei com uma sensação estranha de calor, abri os olhos com cuidado tentando me acostumar com a clareza. Logo percebi que alguém havia me coberto, em que momento eu não saberia dizer. Apesar disso, continuava tão próxima quanto antes de Day. Pulei de susto ao ouvir o barulho da porta do banheiro sendo aberta.

- Oh, bom dia. Eu te acordei, querida? - A voz era desconhecida por mim, virei lentamente dando de cara com um rosto familiar... Selma.

- Ahm... Não. - Respondi, minha voz ainda rouca. - Eu... Desculpa, acho que dormi demais.

- Não peça desculpas e já aviso de antemão, me chame apenas de Selma. - Ela me lançou um sorriso acolhedor, apesar do semblante abatido. - Você deve ser a Caroline certo?

- Isso. - Sorri, ainda um pouco nervosa. - Que situação para nos conhecermos, não? - Tentei puxar assunto.

Selma se sentou no sofá do lado contrário da cama de Day, em que momento ela havia chegado?

- Eu concordo, mas ao menos nossa garota está aqui certo? - Concordei com a cabeça, levando minha mão até a de Day mais uma vez.

- Acha que ela consegue nos ouvir? - Perguntei mais para mim do que para ela.

- Eu não sei, mas se consegue, ela deve ter ouvido a bronca que lhe dei quando cheguei.

- Brigou com ela? - Perguntei rindo.

- Foi mais de nervoso do que qualquer coisa, mas eu já lhe avisei várias vezes como é perigoso ficar viajando sozinha.

Me bateu uma pontada de culpa sabendo que Day estava viajando apenas para me ver. Depois de ter descoberto que eles poderiam treinar em qualquer lugar que tivesse um local adequado, eu entendi que Day insistia em voltar para São Paulo apenas por mim.

- Eu sinto muito. - Disse baixinho. - Ela estava voltando para me ver... Se eu soubesse...

- Não foi sua culpa, Carol, posso lhe chamar assim certo? - Concordei com a cabeça. - Não poderia ser sua culpa. - Selma me garantiu.

- Eu só queria que ela acordasse. - Sussurrei, sentia falta de coisas simples como ter os olhos de Dayane me assistindo fazer alguma besteira.

- Ela irá, conheço a teimosia e força de vontade de minha filha e ela sabe que ainda não deu seu tempo nesse plano. - A convicção nas palavras de Selma me arrepiavam.

Minha barriga reclamou e eu me lembrei que não comia desde antes de ontem, meu corpo estava cobrando.

- Selma, eu... Eu preciso ir comer algo, tem um tempinho que não como nada. Se importa se eu...

- Vá, querida. - Ela me cortou com um sorriso, o mesmo de antes. - Estaremos aqui quando voltar.

Mesmo um pouco tímida e com um pouco de vergonha, fui até Day e lhe deixei um beijo na testa e na bochecha antes de sair do quarto para ir comer algo. Sabia que tinha uma cafeteria em frente a entrada da emergência então fui até lá.

Pedi alguns pães de queijo e café, me sentando em uma mesa em seguida. Tentei comer com calma, aproveitando um pouco do sol em meu rosto, já que eu estava do lado de fora.

Devo ter levado coisa de 30 a 40 minutos ali, mas assim que terminei de comer voltei para o quarto com a maior rapidez que pude. Quase caindo para trás ao ouvir sua voz.

- Cadê a Carol? Eu preciso falar com ela. - A voz rouca de Day chegando aos meus ouvidos me fez quase correr até sua cama.

- Eu! Eu estou aqui. - Segurei sua mão com pequenas lágrimas de emoção nos olhos.

- Baby. - Ela abriu um sorriso largo para mim, fechando os olhos em seguida.

Encarei Selma perguntando silenciosamente o que havia acontecido.

- Ela acordou quase agora, já chamei alguém. Acho que ela ainda está um pouco cansada... Mas ela estava chamando por você. Expliquei que estava comendo, mas você conhece a figura. - Eu ri em êxtase, sim eu conhecia.

Day segurava minha mão com força, como se tivesse medo de que eu fosse me mexer e seus olhos abriram novamente.

- Eu... Eu ouvi. - Ela disse com dificuldade.

- Ouviu o que, amor? - Perguntei.

- Vocês. - Day respondeu. - Eu te amo também.  - Sussurrou levando com toda calma minha mão até sua boca, deixando um beijinho.

Deixei um beijo em sua testa, sentindo a emoção do momento, e logo a porta foi aberta por Marcos.

- Day! Que bom ver que acordou, como se sente?

- Cansada. - Foi tudo que ela respondeu.

- É bem comum, escute, você se lembra o que aconteceu?

Day apenas concordou com a cabeça.

- Tudo bem, quando estiver mais estabilizada precisaremos trazer alguém para conversar com você. - Ele avisou e minha namorada concordou com a cabeça. - Deem alguns instantes para ela e um pouco de água. Se ela voltar a dormir, não estranhem é comum. Estarei de volta mais tarde.

Eu e Selma concordamos com a cabeça, Marcos deixou o quarto em seguida e eu tentei me afastar para servir água para Day, mas sua mão firme na minha me impediu.

- Por favor... Não solta não. - Ela pediu em um sussurrou e Selma logo tratou de lhe servir a água.

Dei o copo em sua mão livre e a morena bebeu lentamente. Suspirando em seguida.

- Melhor? - Perguntei fazendo um carinho em sua mão, Day concordou.

- Filha, você... Não precisa nos contar agora, se não tiver forças, mas o que houve?

- Eu consigo. - Day respirou fundo, sua voz bem melhor após o copo de água. - Mas será que podemos chamar o Victor e a Elana? Não quero ter que repetir mais do que o necessário.

Eu e Selma prontamente concordamos com a cabeça, tratei de pegar meu telefone e ligar para o moreno lhe dando notícias de tudo e pedindo para que viesse logo. Ele concordou no mesmo instante e disse que chegaria logo com Elana.

- Eles estão vindo, tudo bem? - Sorri para a morena que lutava tentando manter os olhos abertos. - Descanse um pouco, meu amor.

- Promete estar aqui quando eu acordar?

- Eu prometo. - Garanti.

Day concordou com a cabeça e se deixou ser embalada pelo sono, sem soltar minha mão.

Cantando em PistaOnde histórias criam vida. Descubra agora