Uma Chance - 13

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Dayane Pov

Faziam alguns bons minutos que eu encarava meu celular com a conversa de Simon aberta. Eu apenas havia conseguido ver sua mensagem ao voltarmos para Londres, mas ele simplesmente havia sumido. Carol estava ao meu lado tentando me distrair um pouco, mas a única coisa que eu conseguia pensar era no quanto eu poderia estar fodida. 

- E se ele descobriu alguma coisa sobre a gente? - Perguntei para Carol. - Meu Deus, eu vou precisar ir atrás de um escritório de advocacia.

- O que? 

- E se eu for demitida? No meio da temporada, puta que pariu nunca mais me contratariam. - Me joguei na cama tendo as mãos de Caroline no meu cabelo. - Eu não sei porque estou assim, sabia que isso era uma alta possibilidade.

- Day... - Carol me fez encara-la. - Você ainda não sabe o que é, vamos esperar para ver. 

Eu ia responde-la, mas meu celular se ascendeu e o barulho de notificação soou pelo quarto. Imediatamente me sentei pegando o aparelho. 

- Você vê. - Entreguei meu celular para Caroline igual uma criança. - É ele?

Ela apenas concordou com a cabeça e soltou um suspiro aliviado. 

- Não é nada demais. - Ela declarou agora me olhando. 

- Como assim? 

- Ele apenas disse que não precisa de você na Áustria antes do dia da corrida, que se você quiser voltar para São Paulo tudo bem.

- Tá brincando? - Peguei o celular da mão de Carol com cuidado e li a mensagem, era exatamente aquilo.

- Esse cara curte um terror psicológico né? 

- E como. - Suspirei imediatamente me sentindo mais calma. - Até novembro esse cara me mata de estresse. 

- Vira essa boca pra lá. - Carol me repreendeu. 

- Me desculpa por te deixar tensa atoa. - Pedi agora olhando para ruiva.

Carol tirou meu celular de minha mão e se sentou no meu colo.

- Tá tudo bem, eu sei um bom jeito da gente desestressar. - Sorriu com as mãos em meu cabelo.

- É?

Ela apenas concordou com a cabeça me puxando para um beijo lento, apertei sua cintura soltando um suspiro. Em instantes nossas roupas estava no chão e nossos corpos deitados na cama. 

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- Eu acho que vou voltar para São Paulo. - Comentei ainda na cama com Carol.

Nós continuávamos sem roupa, o ar condicionado ligado fazendo com que usássemos o cobertor da cama para nos cobrir. 

- Deixei um envelope lá, quero saber o que tem nele. - Continuei.

- Como você pode ser tão curiosa para algumas coisas e outras estar nem aí? - Ela riu me olhando, lhe encarei confusa. - Tipo, você tem um envelope fechado na sua casa sabe-se a quanto tempo mas não aguenta esperar uma semana para ver o episodio novo da tua série favorita. 

Dei de ombros com um sorriso, eu estava curiosa para o conteúdo do envelope sim. Só não havia tido oportunidade de abri-lo. 

- Eu quero saber o que tem, justamente por isso estou voltando. 

- Uhum, tudo bem. - Ela sorriu me dando língua em seguida.

- Volta comigo? - Pedi.

- Eu preciso voltar. - Carol soltou uma risadinha. 

- Perfeito, vou caçar um voo pra gente. 

- Eu te ajudo. - Carol se prontificou. 

Eu não neguei, apenas peguei meu celular e esperei que Caroline se ajeitasse ao meu lado. 

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Felizmente, eu e Carol achamos um voo não muito caro na manhã seguinte da noite que estávamos procurando. Então agora já estávamos em um Uber saindo do aeroporto em São Paulo. Eu iria para minha casa e Carol acabou sendo convencida por mim a vir junto depois de pegarmos Kiana em sua casa.

Como nada em São Paulo era menos de uma hora de distancia, levamos quase uma hora e meia para chegar no meu prédio após pegarmos Kiana. Cumprimentei Roberto como sempre e em seguida entramos no elevador. Olhei rapidamente para ruiva ao meu lado vendo o tanto que ela parecia cansada ainda, por isso, assim que passamos pela porta eu tratei de a levar até meu quarto. 

- Tira um cochilo, baby. - Ela nem sequer argumentou apenas se deitou na cama. 

- Me acorda mais tarde, tá? - Carol pediu segurando minha mão.

Eu concordei com a cabeça e lhe deixei um beijo na testa antes de sair do quarto, fechando a porta atrás de mim. Voltei para sala, Kiana já devia estar em algum canto de meu apartamento já que não estava ali, então eu fui procurar o envelope que eu havia deixado por ali, finalmente descobriria o que era. O achei perdido entre algumas contas, fiz nota mental de paga-las em seguida. 

Me sentei no sofá e com cuidado abri o papel, parecia ser algum tipo de documento. Ao que meus olhos começaram a percorrer o que estava escrito nas folhas, foi me subindo uma vontade absurda de gritar e correr por todo meu apartamento. Era um contrato! A porra de um contrato, não uma renovação dos meus contratantes atuais, mas um contrato novinho. 

Respirei fundo lendo linha por linha, não cometeria os mesmos erros anteriores. Felizmente o meu diploma em advocacia vinha a calhar em momentos como esses. De fato eu estaria ganhando um pouco menos do que ganhava atualmente, mas era um contrato muito mais livre e humanitário do que o qual eu tinha. Claro que ele só entraria em vigor no ano que vem, caso eu resolvesse assina-lo. O único requerimento básico que me foi pedido, foi evitar polemicas até o final da temporada desse ano. 

Evitar polemicas era uma coisa que eu vinha fazendo a muito tempo, aguentaria as pontas até o novembro. Havia um cartão solto dentro do envelope, me indicando como entrava em contato com eles e assim o fiz rapidamente. Enviei um e-mail, dizendo que passaria o contrato por meus advogados e assessor, mas que poderíamos marcar uma reunião para assim que o fim de temporada chegasse. Eu não perderia nem mais um momento além do necessário com Simon. Era minha chance. 

Cantando em PistaOnde histórias criam vida. Descubra agora