Eu te amo - 17

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Só mais um hoje porque fico feliz quando vocês comentam :)

Caroline Pov

Apesar de todo meu cansaço físico e mental, passei boa parte da madrugada dormindo e acordando. Sempre levemente assustada que algo a mais pudesse ter acontecido com a morena. Mas da mesma forma que ela estava, permaneceu.

Victor e Elana voltaram cedo para o hospital, assim que vi o moreno tão abatido quanto eu somente pude lhe dar um abraço apertado.

- Como passou a noite? - Nana perguntou.

- Já tive melhores. - Dei de ombros voltando para a poltrona que já se tornava cativa minha.

- Nada, nada?

Neguei com a cabeça. Realmente não havia muito que pudéssemos fazer.

- Estão esperando que ela acorde para saber se é necessário abrir uma investigação. - Victor comentou, sentado ao lado de Elana no sofá do quarto.

Concordei com a cabeça imaginando que aquilo deveria ser uma possibilidade.

- E sobre as corridas? - Perguntei me lembrando do trabalho de minha namorada, Deus, Day ficaria tão chateada quando percebesse que não iria poder terminar a temporada.

- Bom, o ocorrido já virou notícia né? Falei com a tia Selma ontem, ela disse que daria um jeito de vir. - Elana comentou, que bela situação para conhecer minha sogra. - E sobre a marca para qual a Day corre, eles disseram em uma nota pública que sentem muito pelo ocorrido e que irão prestar ajuda onde puderem. Mas, não deram nem sinal de vida. Quem entrou em contato com a gente foi uma outra marca oferecendo suporte.

Deveria ser a marca que queria contratar Dayane para a temporada do ano que vem. Fiquei feliz em saber que eles não haviam aberto mão dela apesar dos pesares, ela gostaria de saber daquilo também.

- E obviamente, eu acho que ela não vai conseguir terminar a temporada esse ano. - Nana completou. - Quer dizer, talvez até conseguisse... Mas seria muito esforço para pouco resultado.

- Ela vai ficar chateada pra caralho. - Victor comentou com um suspiro.

- Vai mesmo, até correr de pé machucado ela já correu. - Encarei o rosto pacífico de minha namorada. - Somente para chegar nesse momento.

- Mas ela está aqui. - Elana declarou. - Vamos olhar por esse lado, tá bom? Nós temos nossa amiga aqui, viva e com sorte sem muitas sequelas. Poderíamos estar nos preparando para algo pior do que uma temporada de corrida perdida.

Concordei com a cabeça sabendo que Elana estava mais do que certa.

- Será que vão transferi-la de volta para São Paulo? - Victor perguntou.

- Talvez depois que ela acorde né?

Nossa conversa foi interrompida por uma batida na porta seguida do som dela sendo aberta, julguei ser o médico que estava acompanhando Dayane pela suas vestimentas.

(N/A: Itálico = Inglês)

- Bom dia. - O médico desejou. - A senhorita é nova.

- Essa é a caroline. - Victor me apresentou antes que eu pudesse. - Namorada da Day. Como ela está, Marcos?

- Vim checar agora. Quem passou a noite com ela?

Victor e Elana apontaram para mim.

- Nenhum sinal de nada?

- Não, senhor.

- Pode me chamar apenas de Marcos, entendo que os tempos estejam difíceis para vocês.

Observei Marcos analisar Dayane com cuidado, checando a dilatação de suas pupilas e tudo mais. Confesso não saber muito bem o que ele fazia.

- Bom, eu vou chamar uma enfermeira para trocar o curativo de sua barriga Mas fora isso, tudo parece estar nos conformes que deveriam.

- Quando ela acorda? - Perguntei.

- Não deveria demorar, mas isso depende mais dela do que de nós. - O tal doutor suspirou. - Caso ocorra algo, nos bipem imediatamente.

Nós três concordamos com a cabeça e então Marcos logo se retirou. Tornei a me sentar, já que havia me levantado para dar espaço a Marcos.Ficamos em silêncio por um tempo, cada um perdido em seu próprio mundinho, até nosso silêncio ser quebrado pelo toque do celular de Victor.

- Eu vou lá fora atender. - Ele avisou e saiu.

O quarto tornou a ficar silencioso.

- Carol? - Elana me chamou e eu levantei meus olhos do rosto de Day para lhe encarar.

- Sim.

- Obrigada. - Fiquei confusa. - Só... Obrigada, a Day nunca teve alguém que escolheu ficar. Eu sei que o que quer que aconteça... Você vai estar aqui.

- Eu não... - Minha voz vacilou, estava cansada de chorar tão frequentemente. - Eu não poderia não ter ficado. - Sussurrei. - Eu... Eu acho que amo ela. - Disse baixinho.

- Você acha ruiva? - Nana riu um pouquinho. - Eu tenho certeza, pela sua parte e da dela.

- Tia Selma disse que chega amanhã. - A voz de Victor se fez presente no quarto. - Eu até conversei com ela sobre esperar transferirem a Day para São Paulo, mas ela se recusou.

- E vão transferi-la mesmo?

- Assim que ela acordar, quer dizer, talvez um ou dois dias depois disso, mas sim. Conversei com Marcos agorinha.

Concordamos com a cabeça e então Victor foi até sua mochila. Lhe encarei curiosa quando ele retirou uma caixinha de dentro dela.

- Eu sei que não é a coisa mais propicia a se fazer, mas... eu tenho certeza que é melhor do que ficarmos aqui o dia inteiro confabulando coisas ruins, então, eu trouxe um uno. Vocês querem jogar? - Ele perguntou abrindo a caixinha.

- Ah... É o melhor que temos né. - Nana se animou um pouco.

Eu queria me juntar a eles, mas não queria me separar do ladinho de Day, acho que Elana percebeu isso.

- Não se preocupa, ruiva, a gente puxa a mesinha aí pra perto. - Ela me deu um sorriso acolhedor e mesmo levemente envergonhada sorri de volta.

- Obrigada.

- Não é nada Carolzinha. - Victor nos deu um sorriso.

Os dois arrumaram a mesa e puxaram as únicas duas cadeiras do quarto para onde estávamos. Passamos a tarde e o começo da noite jogando uno, tentando nos distrair um pouco. O que foi ótimo e funcionou, mas o horário de visitas acabou me deixando sozinha com Day.

Liguei a televisão baixinho, mesmo sabendo que o barulho provavelmente não a incomodaria tanto assim. Eu apenas não queria ficar no silêncio. Quando senti o sono me atingindo, desliguei a televisão e liguei o ar condicionado, arrumando um pouco a coberta em Day. Mesmo sem saber se ela sentiria frio ou não. Lhe dei um beijo na testa e me aproximei de seu ouvido baixinho, respirando fundo antes de dizer.

- Ei, eu te amo viu? Espero que acorde logo para que escute isso. - Sussurrei deixando um beijo em sua bochecha e indo me aconchegar na poltrona.

Cantando em PistaOnde histórias criam vida. Descubra agora