Um Dia Ruim

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— Então, quando você confessará seu amor a Midoriya? — Mina perguntou para o loiro que estava sentado à sua frente na mesa do almoço mexendo na massa molhada e sem sabor em sua bandeja, que a escola considera como macarrão, com seu garfo de plástico barato.
— Quando eu estiver com vontade! Então pare de me perguntar todos os malditos dias! — Ele gritou enquanto olhava para cima para encará-la.
— *suspiro* Eu deveria ter feito uma aposta com você na primeira vez. Eu sabia que você não seria capaz de fazer isso. Eu poderia ter ganho 10 mil! — Ela riu, mas Bakugou apenas franziu a testa e olhou de volta para sua bandeja.
— Mina você sabe que ele não gosta de piadas sobre isso. — Kirishima disse percebendo a reação do loiro.
— Ah, sim, haha, foi mal... — ela riu timidamente enquanto coçava a parte de trás de sua cabeça.
— Tanto faz. Eu nem uso o maldito dinheiro deles.
— Mas você usou no Halloween, certo? — perguntou Denki.
— Era apenas mil dólares e era para Deku e as crianças, não para mim.
— Ahh, é tão fofo que você deu um apelido a ele! Como você inventou isso? — Mina gritou.
— As crianças do hospital vieram com isso e eu só estou chamando ele assim porque ele quer me chamar de-
— Kacchan! — Bakugou olhou para a morena caminhando até sua mesa.
— Eu disse para você não me chamar assim, porra! — Ele rosnou quando ela chegou lá.
— Ah, desculpe, acabou escapando! Haha, ficar muito perto do Deku me acostumou com isso. — Ela riu fazendo Bakugou revirar os olhos.
— O que diabos você quer de qualquer maneira? — Ele perguntou enquanto esfaqueava seu macarrão mais uma vez.
— Certo! Eu só queria que você soubesse que Deku e eu conversamos sobre colocar algumas decorações de Ação de Graças hoje e depois organizaremos um jogo de bingo para os idosos!
— Por que ele não me contou ontem?
— Você saiu mais cedo, lembra? Algo sobre precisar de uma pausa.
— Certo... você pode ir embora agora. — Ele resmungou enquanto esfregava o lado de sua cabeça.
— Uh sim, tudo bem. T-te vejo mais tarde! — Ela disse e rapidamente correu de volta para sua mesa.
— Puta maldita... — Bakugou murmurou uma vez que ela estava longe o suficiente para que ela não pudesse ouvir.
— Por que você a odeia tanto, mesmo? — Sero perguntou, mas Bakugou apenas revirou os olhos.
— Ele está com ciúmes que ela está passando tempo com Midoriya. — Mina explicou.
— Eu não estou com ciúmes!
— Claro que não~ — ela o provocou com um sorriso no rosto.
— Eu não estou com ciúmes! Ela só apareceu um dia e agora Deku está dando toda a sua atenção para ela e não para mim! E eu estou farto disso! Eu estava com ele primeiro! Ele deveria estar conversando e rindo comigo, não ela! Sou eu quem realmente gosta dele, ele faz meu coração disparar quando o vejo e não quero que ela tire esse sentimento de mim! — Ele gritou e todos os seus amigos se entreolharam até que Denki disse o que todos estavam pensando.
— Cara... isso é o que é estar com ciúmes. — Bakugou abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu. Em vez disso, ele soltou um gemido alto e deixou cair a cabeça sobre a mesa.
— Estou com ciúmes... — Ele murmurou finalmente admitindo isso.
— Nós sabemos irmão. — Kirishima disse enquanto acariciava suas costas.
— Eu nunca tive ciúmes antes. — Ele murmurou novamente com a cabeça ainda sobre a mesa.
— Bom trabalho Bakugou, você acabou de desbloquear outra emoção! — Isso faz o que cinco? — Mina e Denki provocaram fazendo Bakugou erguer o dedo do meio para eles.
"Por que gostar de alguém é tão difícil!? Ele está me fazendo sentir coisas que nunca senti antes, e não sei se isso é uma coisa boa ou ruim! Eu realmente preciso tirá-lo da minha cabeça! Mas também não quero..." Bakugou pensou.
— Por que ela está trabalhando no hospital pensei que ela tinha um emprego de meio período? — Sero questionou.
— Ela foi demitida ou algo assim e está trabalhando lá porque a mãe dela é enfermeira lá, eu acho, e ela quer ajudá-la até encontrar um novo emprego. — Bakugou explicou enquanto levantava a cabeça e a apoiava na palma da mão.
— Ah, então ela não ficará lá por muito tempo, então com o que você está tão preocupado?
— Sim, mano, você terá a atenção dele de volta em breve!
— E então você pode confessar! — Mina gritou. Fazendo Bakugou revirar os olhos. — Ou você sabe me dar 10 mil. — Ela riu, mas foi interrompida quando Bakugou jogou seu pão de alho nela.
— Ei! — Ela gritou fazendo os outros três garotos rirem enquanto Bakugou se levantava de sua cadeira.
— Eu preciso de uma pausa... — ele disse a eles e começou a se afastar.
— Ei, Bakugou! — O loiro parou e virou a cabeça para ver quem havia dito seu nome. Ele revirou os olhos e olhou para o homem de cabelo azul desgrenhado com olhos vermelhos.
— O que você quer? — Bakugou perguntou fazendo o outro cara sorrir assustadoramente.
— Ah, nada, acabei de ouvir que você dormiu com minha namorada ontem! — Ele gritou seu sorriso mudando para uma expressão irritada. Bakugou fez uma pausa e coçou o lado de sua bochecha tentando lembrar o que aconteceu ontem. "Eu estava muito bêbado..." ele pensou, mas eventualmente, uma memória nebulosa da estranha garota loira com olhos dourados apareceu em sua cabeça.
— Oh, ela! Nós não fizemos-— Bakugou começou, mas um soco foi dado em sua direção, o que ele apenas evitou.
— Oi, eu não estou com disposição para isso hoje! — Bakugou gritou com o cara que quase deu um soco nele.
— O quê? O grande Katsuki Bakugou não está com vontade de lutar? Bem, você tinha certeza que estava com vontade quando fodeu minha namorada ontem à noite! — O adolescente gritou e deu outro soco, mas Bakugou apenas agarrou seu braço o parando.
— Olha, cara, eu estava bêbado, mas não tanto! — Bakugou disse a ele e empurrou seus braços para baixo. Ele começou a se afastar, mas parou quando sentiu algo bater na parte de trás de sua cabeça. Ele se virou e olhou para baixo para ver uma garrafa de água ao lado dele. Bakugou olhou para cima e encarou o garoto, mas parou quando percebeu Uraraka o observando.
— Olha cara, eu não vou brigar com você, mas me desculpe se você acha que eu fiz isso com sua garota. — Bakugou disse e começou a se afastar novamente. Todo o refeitório estava em choque, até mesmo seus amigos ficaram surpresos. O temível criador de problemas que não recua de um desafio simplesmente se recusou a lutar e pediu desculpas! Shigaraki não sabia o que fazer com a situação, mas sua raiva tomou conta dele. Ele correu até o loiro agarrou seu ombro com força o virando e deu um soco na lateral de seu rosto. Todos engasgaram e Shigaraki olhou para sua mão. Todo mundo não podia acreditar que Bakugou realmente levou um soco na cara. Ninguém jamais acertou um golpe como aquele nele antes. Bakugou tropeçou um pouco para trás com o soco repentino. O interior de sua boca tinha gosto metálico e o lado de seu rosto ardia. Ele olhou para o cara que acabou de socá-lo vendo-o sorrindo para sua mão. Shigaraki olhou para cima e sorriu para o loiro agora segurando o lado de seu rosto.
— Ha, isso foi mais fácil do que eu pensava. — Ele disse fazendo Bakugou encará-lo com os dentes cerrados. — Ha, o que é que você ainda está com medo de lutar comigo? Você quer chamar sua mãe e seu pai ricos para pedir ajuda? Oh, espere, isso mesmo, eles nem sabem que você existe, hein? — Qualquer quantidade de autocontrole que Bakugou tinha deixado foi pela culatra. Em suma, ele ficou selvagem.






— Ei, homem-rato! — Bakugou disse enquanto abria a porta do escritório do diretor e se sentava em uma das cadeiras na frente de sua mesa. Ele apoiou os pés na mesa enquanto jogava sua mochila ao lado dele no chão. O diretor Nezu, mais conhecido como Mouse Man pelos alunos por causa de sua aparência de rato, era um homem bastante baixo com cabelos brancos curtos também. Seu nariz é meio redondo e pontudo como um rato e uma vez ele foi pego comendo uma roda de queijo. Ele é um diretor bastante descontraído. Ele se preocupa com cada um de seus alunos, não importa o quão difícil eles possam ser, ele só quer o melhor para todos eles. No entanto, ele pode ser malvado e intimidador de vez em quando, especialmente com aquela enorme cicatriz no olho direito, que ninguém sabe como ele conseguiu. Mas o diretor Nezu estava acostumado com Bakugou sendo enviado para seu escritório. O adolescente foi enviado tanto para lá que os dois acabaram sendo um pouco amigos.
— Ah, Bakugou aí está você. Ouvi dizer que você brigou no almoço hoje.
— Sim, olhe o que aquele pedaço de merda fez com a porra do meu rosto! — Bakugou disse enquanto tirava a bolsa de gelo e mostrava ao diretor Nezu sua bochecha machucada.
— Oh, alguém realmente te pegou bem desta vez... ha, bom para eles. — Nezu riu.
— Sim, seja o que for, só aconteceu porque eu não queria lutar com ele. — Ele murmurou e estremeceu um pouco quando colocou a bolsa de gelo de volta em sua bochecha.
— Você não queria lutar!? — Exclamou Nezu.
— Chocante certo? Eu só não queria causar problemas hoje.
— Desde quando você começou a se preocupar em não causar problemas?
— Desde agora, eu acho... — Bakugou murmurou enquanto olhava para seu telefone. A tela de bloqueio apareceu e ele sorriu levemente para a foto de Deku. "Eu não quero aquela vadia mentindo para ele e dizendo a ele o quão ruim eu sou."
— Então, você terminou de escrever minha ficha de detenção? Só para você saber que eu planejo não ir hoje, mas com prazer farei as pazes amanhã. — Bakugou disse a ele fazendo o homem rir.
— Ha, eu sei que você faria, mas eu não acho que vou mandá-lo para a detenção hoje. — Nezu disse e o loiro levantou uma sobrancelha para ele.
— O que você quer dizer? — Só então a porta da sala se abriu.
— Oh, vocês dois realmente chegaram. — Nezu disse enquanto sorria para eles. Bakugou se virou para olhar para ver com quem ele estava falando e imediatamente se levantou e se virou olhando para seu diretor.
— NÃO! Me dê a porra de uma ficha de detenção agora!
— Katsuki, você não deveria falar assim com seu diretor! — Exclamou Masaru.
— Cala a boca, velho, ele é mais pai para mim do que você! — Bakugou retrucou seu pai fazendo o adulto franzir a testa e olhar para o chão.
— Bakugou se acalme.
— Mas por que diabos eles estão aqui!?
— Eles me disseram para contatá-los agora sempre que você for enviado ao meu escritório. — Bakugou deu uma risada irônica e começou a pegar suas coisas.
— Katsuki o que você está fazendo? perguntou Mitsuki.
— Saindo, o que mais parece!? — Ele jogou a mochila no ombro e olhou para Nezu.
— Estarei esperando no escritório principal pelo minha detenção. — Bakugou disse e empurrou seus pais e saiu da sala batendo a porta.
— Isso não foi tão bem... — Masaru murmurou.
— Você acha? — Mitsuki disse enquanto se sentava.
— Eu cancelei uma reunião com um dos meus principais clientes só para levar bronca de um pirralho de 15 anos!
— 18. — disse Nezu.
— Huh?
— Você sabe que seu filho tem 18 anos, certo? — Nezu perguntou a Mitsuki fazendo-a olhar para o chão.
— Sim, sim, eu sabia disso... — ela murmurou fazendo Nezu suspirar.
— Ele estava certo sobre vocês dois. — Nezu disse chamando a atenção dos pais.
— Ele fala sobre nós!? O-o que ele diz? — perguntou Masaru.
— Sim, todas as empregadas e criados se recusam a nos dizer qualquer coisa! — Mitsuki reclamou. Nezu apenas balançou a cabeça.
— Quando é o aniversário dele?
— Não esta pergunta de novo! — Mitsuki gemeu enquanto se recostava na cadeira e cruzava os braços.
— É em... março? — Disse Masaru.
— Abril. — Nezu disse a ele.
— Ah... dia 19?
— 20.
— Ah... pelo menos eu cheguei perto. — Masaru disse com um encolher de ombros.
— *suspiro* Não importa se vocês chegaram perto, o que importa é que vocês dois nem sabem o aniversário do seu único filho. — Nezu disse fazendo os dois olharem para baixo. — Olha, Katsuki não é um garoto ruim. Suas notas podem ser terríveis. Suas notas nos testes também não são tão boas. Ele faz várias brincadeiras. Ele entra em inúmeras brigas e discussões com seus professores e colegas, o que o manda para cá. Isso tudo soa mal, mas depois que ele esteve no meu escritório várias vezes eu aprendi por que ele faz tudo o que faz.
— Bem, por que ele faz isso? — Mitsuki perguntou depois que Nezu parou de falar.
— O fato de você não ter percebido ainda é pertubardor. É tudo por causa de vocês dois. Ele está chateado por vocês não estarem prestando atenção nele. — Nezu disse fazendo Mitsuki e Masaru olharem para ele, confusão escrita em seus rostos.
— Nossa atenção? Mas estamos muito ocupados para isso ele sabe, por que você não acha que temos tantas pessoas que cuidam dele enquanto estamos trabalhando? — disse Mitsuki.
— Sua atenção é completamente diferente de uma pessoa sendo paga para conversar e passar tempo com ele. — Nezu disse, um pouco chateado que eles realmente acham que isso não é culpa deles.
— Mas não vejo como, contratamos os melhores chefs para fazer o que ele quiser. As empregadas e os criados foram escolhidos a dedo para ajudá-lo no que ele precisar. Ele compra o que ele quiser. Ele tem toda a atenção que precisa e deve ficar muito feliz. — Disse Masaru. Nezu estava prestes a dizer algo quando o telefone de Mitsuki tocou. Ela o tirou do bolso e atendeu.
— Mitsuki Bakugou falando... não, eu não estou tão ocupado agora... o que ela fez!.... Isso é ótimo, diga a ela-
— VOCÊ ESTÁ FALANDO SÉRIO!? — Nezu gritou fazendo ambos os pais se encolherem.
— Me ligue mais tarde. — Mitsuki murmurou ao telefone e encerrou a ligação. — Não é à toa que Katsuki odeia vocês dois! Vocês realmente não se importam com ele! — Claro que nos importamos com ele! — gritou Mitsuki.
— Você estava no telefone e disse que não estava ocupada quando estamos conversando sobre seu filho! — Mitsuki abriu a boca para dizer algo, mas imediatamente a fechou e franziu a testa.
— Ouça Katsuki não é um animal que você só tem que alimentar e regar. Ele é uma pessoa! Seu único filho! E você está me dizendo que vocês dois estão ocupados demais para arranjar tempo para ele! Na verdade, todo o dinheiro que você dá a ele para uma mesada semanal ele dá para caridade! Aposto que você não sabia disso! Você sabia que ele realmente odeia as comidas chiques seu chef prepara para ele!? Não!? O que você sabe sobre seu filho!? — Nezu perguntou a eles fazendo com que se olhassem. — Inacreditável. — Nezu suspirou e começou a escrever algo. — Vocês dois precisam passar algum tempo com seu filho, ele é um ótimo garoto quando você o conhece e eu não posso acreditar que tenho que dizer isso a seus próprios pais. — Nezu resmungou e se levantou da mesa e foi até a porta. — Mostrem a ele que vocês realmente o amam porque é obvio que agora que ele não acha que vocês que vocês ligam pra ele. — Nezu disse e deixou os pais sozinhos na sala.

Apenas Um Dia (BakuDeku - DekuBaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora