Em Casa

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— Você não deveria estar fazendo isso. — Bakugou pulou quando ouviu uma voz repentina. Ele se virou para olhar para a porta para ver alguém parado ali. Ele era muito mais baixo que o loiro e tinha cabelos verdes encaracolados e bagunçados. Ele tinha grandes olhos verde-esmeralda como seu cabelo, mas o resto de seu rosto estava sendo coberto por uma máscara médica azul clara. O menino também estava vestindo um moletom verde-escuro, com jeans azul-claro e tênis vermelhos brilhantes.
— Você não pode fumar aqui, sem falar que é ruim para sua saúde. — O menino disse enquanto caminhava até ele.
— Tch, quem se importa.
— Bem, você deveria se não quiser acabar em um hospital velho e chato para o resto de sua vida.
— Sim, você tem um ponto aí, mas eu ainda vou fazer isso.
— *suspiro* achei que seria bom conversar com você antes de ter câncer de pulmão e parar de ser bonito. — O garoto brincou fazendo Bakugou rir baixinho.
— Qual o seu nome? — Bakugou perguntou fazendo os olhos do garoto se arregalarem antes de fechá-los e começar a rir o que fez as bochechas de Bakugou ficarem levemente rosadas.
"Ele tem uma risada fofa." Bakugou pensou enquanto olhava para o garoto rindo na frente dele.
— Haha *ahem* desculpe, eu não esperava que você me perguntasse isso, já que você não se apresentou a ninguém aqui. Meu nome é Izuku Midoriya, embora seja um prazer finalmente conhecê-lo! — O menino lhe disse.
— Meu nome é Katsuki Bakugou. — Bakugou disse e estendeu a mão para ele apertar.
— Oh, eu... uh... não gosto de contato físico. — Midoriya disse enquanto esfregava o lado de seu braço. Bakugou abaixou a mão e deu-lhe um olhar crítico.
— Por que não?
— Germes. — Midoriya disse claramente fazendo Bakugou rir.
— Você está falando sério? Estamos em uma porra de um hospital!
— Eu sei, mas eles mantêm este lugar extremamente limpo, eles desinfetam tudo como todos os dias.
— Mesmo? — Midoriya apenas assentiu. — Oh umm, então você trabalha aqui? — Bakugou perguntou fazendo Midoriya inclinar a cabeça para a pergunta.
— Quero dizer, como trabalho voluntário ou serviço comunitário.
— Ah, sim, estou fazendo uh... serviço comunitário. — Eu tive alguns problemas com a lei e eles me designaram para este lixão. — Ele disse ganhando outra risada de Midoriya que fez o coração de Bakugou palpitar.
— Este lugar não é tão ruim se você conhece as pessoas e faz seu trabalho.
— Falando em você, era quem fazia todo o meu trabalho, não era? — O verdinho revirou os olhos fazendo com que o loiro sorrisse um pouco.
— Quero dizer, você claramente não ia fazer isso, tudo que você fazia era sentar sua bunda e ficar no seu telefone, então eu tive que ajudá-lo.
— Espere, você me viu fazendo isso? — Não é tão difícil de perceber.
— Mas se você me viu como é que eu nunca vi você até agora?
— Você está sempre no seu telefone, eu tentei falar com você antes, mas você apenas acenava com as mãos para mim me dizendo para ir embora.
— Ah... desculpe por isso.
— Está tudo bem, estou feliz por conhecer você agora!
— Sim, eu também. — Bakugou disse com um pequeno sorriso no rosto. Só que então seu telefone tocou. Ele olhou para ver uma mensagem de Kaoruko dizendo a ele que ela estava do lado de fora.
— Acho que você tem que ir agora, não se esqueça de apagar esse cigarro. Tchau! — Midoriya disse enquanto caminhava em direção às portas do corredor.
— Espere um segundo! — Bakugou gritou fazendo Midoriya parar e olhar para ele.
— Umm, v-você vai estar aqui amanhã, certo? Eu não quero ficar preso conversando com aqueles velhos de novo. — Bakugou disse fazendo com que o esverdeado risse pela terceira vez, o que também fez o rosto de Bakugou corar levemente.
— Haha. Sim, até amanhã. — Midoriya disse deixando o loiro sozinho no corredor com um sorriso no rosto. Bakugou saiu e pulou no banco da frente do carro com um sorriso ainda visível em seu rosto. Kaoruko percebeu e ergueu a sobrancelha para o adolescente.
— O que você fez? — Ela questionou enquanto ligava o carro. O sorriso de Bakugou imediatamente mudou para sua carranca habitual e ele olhou para sua empregada.
— O que diabos você quer dizer com o que eu fiz!?
— Eu só vejo você sorrir quando você faz algum tipo de brincadeira sorrateira ou faz algo destrutivo.
— Tch, bem, eu não fiz nada, apenas conheci alguém. — Ele murmurou enquanto inclinava a cabeça contra a mão.
— Oh? — Kaoruko disse fazendo Bakugou revirar os olhos.
— Não me olhe com essa cara.
— Eu só quero que você encontre alguém e não fique com ela apenas por uma semana. Eu quero que você realmente se apaixone para que você não fique tão sozinho.
— Eu não estou "sozinho"! Eu tenho os extras que eu tolero! — Kaoruko estreitou os olhos e murmurou o que ele disse tentando entender o que ele queria dizer até que ela finalmente entendeu.
— Você quer dizer amigos?
— Foi o que eu disse extras que eu tolero! — Katsuki você sabe que eles têm nomes, certo?
— Claro que eu sei que eles têm nomes!
— Então quais são eles?
— Cabelo de merda, Pikachu, cara de molho de soja e a rosinha.
— Você quer dizer Kirishima, Denki, Sero e Mina?
— Foi o que eu disse, porra, Cabelo de idiota, cara de burro, fita e olhos de guaxinim! — Kaoruko suspirou e balançou a cabeça em derrota.
— Então, quem é a pessoa que você conheceu? — Kaoruko perguntou fazendo o sorriso de Bakugou voltar ao pensar nele.
— Seu nome é Izuku. Izuku Midoriya.
— Izuku huh? Que nome legal.
— Eu sei. — Kaoruko olhou para a expressão feliz de Bakugou e sorriu.
— Então, como ele se parece?
— Não sei.
— Você não sabe?
— Ele estava usando a porra de uma máscara de hospital, tudo o que eu vi foi que ele é baixo, tem cabelo verde encaracolado com grandes olhos verde-esmeralda! *Suspiro* Aposto que ele é muito fofo, assim como sua risada. — Bakugou murmurou baixinho, mas Kaoruko ainda o ouviu e sorriu.
— E você tem certeza que não gosta dele?
— Eu acabei de conhecê-lo, por que diabos eu já gostaria dele?
— Amor à primeira vista~ — Kaoruko murmurou enquanto cutucava o loiro.
— Pare com isso, eu não estou apaixonado! — ele disse enquanto empurrava o braço dela para longe dele.
— Se você diz~
— Eu não estou! Ele é muito legal e foi fácil falar com ele mesmo que não fosse por muito tempo.
— Bem, você pode falar com ele novamente amanhã, certo?
— Sim.
— Ótimo, então apenas se confesse e vocês dois estarão se abraçando e se beijando em pouco tempo! — Kaoruko disse enquanto fazia barulhos de beijos.
— Eu disse que não gosto dele! Além disso, eu não sei se ele gosta de caras.
— Katsuki, você fez aquele Monoma virar gay para você e ele era um homofóbico.
— Sim, e eu me cansei dele dois dias depois, esse foi pior do que meus outros relacionamentos. Então, novamente, o cara era um maldito esquisito e acho que ele só queria meu dinheiro, o que a maioria deles queria...
— alguém que gosta de você por você, não pelo seu dinheiro, huh? Ele não sabe que você é rico, certo?
— Não.
— Bom! Não diga a ele, deixe-o gostar de você pelo oque você é, embora quem gostar de você deve estar muito desesperado por amor para querer namorar um causador de problemas tão cabeça dura! — Kaoruko brincou enquanto Bakugou olhava para ela.
— Eu vou te demitir


— Chegamos! — Kaoruko disse fazendo Bakugou tirar os olhos de seu telefone e seus olhos se estreitarem quando viu a luxuosa mansão de 10 andares na frente dele.
— O que estamos fazendo aqui? — Bakugou perguntou e Kaoruko percebeu que ele estava falando sério, já que sua frase não continha um único palavrão e ele não usou o tom áspero que sempre usa.
— Seu pai voltou de seu trabalho no exterior e eu pensei que ele gostaria de ver você.
— Kaoruko, nós concordamos que você sempre me deixaria na casa do cabelo de merda.
— Eu sei, mas-
— Mas o quê!? Você sabe o quanto eu odeio isso aqui! Eu só volto aqui quando tenho que dormir!
— Katsuki ouça você sabe que qualquer outro dia eu ficaria feliz em deixá-lo na casa do seu amigo, mas me disseram para levá-lo para casa hoje.
— Disseram?! Quem!?
— Sua mãe... — Bakugou cruzou os braços e se recostou na cadeira ao ouvir aquelas palavras.
— Vamos lá, não vai ser tão ruim. Além disso, King sente sua falta. — Kaoruko disse enquanto tocava seu ombro, mas o adolescente irritado apenas bufou e abriu a porta do carro e saiu do carro. Bakugou subiu os degraus de sua casa, duas empregadas já estavam do lado de fora. Elas rapidamente se curvaram e abriram as portas duplas para Bakugou e Kaoruko entrarem. Assim que Bakugou entrou, ele foi atacado por um Doberman.
— King senta! — Bakugou gritou com o cachorro que estava em cima dele. O cachorro imediatamente tirou as patas do peito de Bakugou e se sentou. Bakugou escovou sua camisa e olhou para o cachorro que começou a olhar para baixo e chorar. Bakugou suspirou e se agachou na frente do cachorro e começou a acariciá-lo fazendo o cachorro latir feliz e lamber o rosto de Bakugou.
— Eu disse que ele sentia sua falta. — Kaoruko disse enquanto ria um pouco da cena. — Sim, sim, eu sei. Senti falta dele também. — Bakugou murmurou enquanto se levantava.
— Ali está ele! — Bakugou virou a cabeça para ver seu pai com um sorriso no rosto andando até ele, sua mãe não estava muito atrás dele. King começou a rosnar quando eles se aproximaram dele. — O que diabos você quer velho? — Bakugou perguntou enquanto esfregava a cabeça de seu cachorro dizendo para ele parar.
— Eu queria jantar com minha família depois de tanto tempo fora! Você colocou mais piercings? Parece que você tem mais do que eu me lembro. — Bakugou revirou os olhos com a pergunta desde que parou de colocar piercings quando completou 16 anos.
— O que tem para o jantar? — Bakugou resmungou enquanto passava por seus pais e entrava na sala de jantar onde um bando de servos estava arrumando a mesa e certificando-se de que tudo parecia apresentável.
— Lagosta a molho tomate — Masaru disse fazendo o adolescente revirar os olhos. Os três se sentaram à mesa de jantar e estava completamente silencioso. Mitsuki está com o telefone em uma mão, verificando vários designs, enquanto a outra segura o garfo que ela usava ocasionalmente para se alimentar. A comida de Katsuki estava na mesa intocada enquanto suas pernas estavam apoiadas na mesa e ele estava me mechendo em seu telefone com uma mão enquanto a outra estava ocupada acariciando King. Masaru também estava em seu telefone verificando e-mails, mas ele olhava para cima de vez em quando para ver se os outros dois diriam alguma coisa. As empregadas que tinham que ficar por perto caso a família precisasse de alguma coisa estavam muito desconfortáveis ​​com as distâncias das famílias umas das outras e a falta de comunicação. Masaru finalmente se cansou do silêncio e falou.
— Então Katsuki o que uh... o que você está fazendo? — O loiro, no entanto, não ouviu porque ele estava com seus fones. — Katsuki? Katsuki!? — Masaru disse levantando um pouco a voz, mas o loiro ainda não o ouviu.
— OI KATSUKI! — Mitsuki gritou fazendo o adolescente olhar para ela.
— O que diabos você quer!? — Ele gritou com sua mãe enquanto abaixava o volume.
— Seu pai estava falando com você, então preste atenção! — Ela disse a ele, em seguida, olhou para Masaru, que acenou para ela.
— Obrigado querida. Katsuki, eu só queria saber o que você estava fazendo, já que você parece tão interessado em seu telefone.
— Tch, eu estava assistindo TikToks.
— Oh, eu ouvi falar desse aplicativo que todos os adolescentes adoram. Você sabe que nós estávamos realmente falando sobre isso em uma reunião do conselho que queríamos-
— Cala a boca. inguém dá a mínima para a sua reunião estúpida — Bakugou bufou.
— Ei! Cuidado com a linguagem! Peça desculpas ao seu pai agora mesmo! — gritou Mitsuki.
— Oh, me desculpe por não dar a mínima para o seu trabalho idiota, mas você não dá a mínima para a minha vida, então acho que estamos quites! — Katsuki gritou enquanto se levantava de seu assento.
— Do que você está falando?! — Masaru questionou deixando o adolescente ainda mais chateado.
— Do que estou falando!? — Bakugou gritou novamente e olhou ao redor da sala para ver os servos e empregadas parados em choque e alguns espiando pela porta da cozinha para ver o que estava acontecendo.
— Todo mundo vem aqui. — Bakugou disse e todos vieram e ficaram na sala de jantar.
— Levantem a mão se vocês sabiam que eu fiz uma tatuagem no ano passado. — Bakugou disse e todos levantaram as mãos, exceto seus pais que estavam de olhos arregalados.
— Ok, agora abaixem. Levantem a mão se vocês sabiam que eu fumo. — Novamente a mão de todos se ergueu, exceto seus pais.
— Tudo bem, abaixem. Levantem a mão se vocês sabiam que eu roubei um carro da polícia. — Mais uma vez a mão de todos se ergueu, exceto seus pais.
— Você roubou um-
— Agora abaixa — Bakugou disse cortando sua mãe.
— Levante a mão se vocês sabiam que eu tenho que fazer três meses de serviço comunitário porque roubei o dito carro da polícia. — Foi o mesmo resultado de antes.
— Agora levante a mão se vocês sabiam que eu roubei um banco. — Mitsuki e Masaru ergueram as mãos lentamente, mas foram os únicos.
— Oh, graças a Deus você não roubou um banco! — Masaru disse quando notou que ninguém mais levantou as mãos.
— Não, mas vocês dois pensaram que eu fiz por causa de tudo que eu disse antes, certo? — Ambos os adultos morderam o lábio e olharam para baixo.
— Foi o que eu pensei... Agora levante a mão se vocês sabem por que eu disse tudo isso. — Todos, menos as mãos dos pais, se levantaram. — Fiquem assim se vocês sabe, por que eu fiz todas aquelas coisas. — As mãos de todos ficaram onde estavam. — A última coisa, mantenham suas mãos levantadas se vocês me culpam. — Todos baixaram as mãos. Bakugou apenas assentiu e saiu da sala sem dizer mais nada.

Bakugou subiu as escadas e entrou em seu quarto, pegou uma mochila e começou a enfiar roupas e outras necessidades nela. King apareceu e começou a esfregar a cabeça na perna de Bakugou. Quando Bakugou olhou para ele, King largou sua coleira no chão e começou a mordê-lá.
— Desculpe, amigo, você não vem comigo — Bakugou disse enquanto se agachava no nível do cachorro ganhando um choro do cachorro. — Não fique assim, eu vou me certificar de visitá-lo quando eles não estiverem por perto, ok? — Ele disse enquanto esfregava a cabeça do cachorro recebendo um latido em troca. — Você é a única coisa que sentirei falta neste lugar.

Uma vez que ele terminou, ele pendurou a mochila nas costas e desceu as escadas, onde viu seus pais no vestíbulo conversando com alguns servos.
— Ah, Katsuki! Podemos conversar? — perguntou Masaru. O adolescente cruzou os braços e olhou para eles enquanto King rosnava.
— Sobre que?
— Ouça Katsuki nós-
— Katsuki aqui estão suas chaves! — Kaoruko disse interrompendo a frase de Mitsuki.
— Obrigado. Estou indo agora. — Bakugou disse enquanto pegava as chaves e caminhava até a porta.
— Espere, precisamos conversar! — Mitsuki gritou, mas ele apenas a ignorou. Ele desceu os degraus de sua casa e foi até a motocicleta preta e laranja estacionada na garagem. Ele se sentou na moto e amarrou o capacete antes de colocar a chave na ignição.
— Tchau Katsuki! — Algumas das empregadas e servos disseram enquanto acenavam para o menino e King começava a latir também. Ele acenou de volta e antes que eles percebessem, ele se foi.
— Desde quando ele aprendeu a dirigir uma motocicleta? — Masaru questionou.
— Quando diabos nós compramos uma motocicleta para ele? — Mitsuki perguntou fazendo todas as empregadas, servos e até King suspirarem.

*Ding Dong*

— *bocejo* quem é?
— Sou meu cabelo de merda. — Bakugou disse e a porta da frente se abriu revelando um Kirishima sonolento.
— Oh, Bakubro! Você vai ficar de novo? — Ele perguntou quando notou a mochila nas costas.
— Sim... Tudo bem se eu ficar mais de uma semana?
— Claro mano! Ei, mãe Bakugou está morando com a gente agora! — Kirishima se virou para gritar em sua casa.
— Ok, querido! Ele está com fome!? — Sua mãe gritou de dentro da casa. Kirishima olhou para Bakugou, que assentiu.
— Ele disse sim!
— Ok, eu vou fazer um curry picante! — Ela gritou fazendo Bakugou sorrir levemente.

Apenas Um Dia (BakuDeku - DekuBaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora