A Cirurgia Da Eri

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— Oi, Kacchan! — Izuku chamou o loiro entrando no hospital.
— Oi. — Bakugou murmurou enquanto caminhava até o adolescente. Ele se inclinou para um beijo, mas Izuku virou a cabeça levemente, fazendo com que Bakugou beijasse sua bochecha.
— Você quer me ajudar com a lavanderia? — Izuku perguntou enquanto balançava a cesta de roupa suja cheia de cobertores e lençóis. Enquanto sacudia a lixeira, ele usou o ombro para enxugar a bochecha.
— ... Certo. — Bakugou resmungou e tirou a lixeira de Izuku e começou a caminhar até a lavanderia localizada no andar de baixo.

Os dois desceram e Bakugou começou a colocar os lençóis nas máquinas de lavar enquanto Izuku tirava as roupas das secadoras e começava a dobrá-las. Assim que Bakugou terminou, ele caminhou até Izuku e começou a ajudá-lo a dobrar as roupas.
— Ei, Izuku. — Bakugou disse quebrando o silêncio que havia entre os dois.
— Sim?
— Tem algo de errado? — Bakugou perguntou e Izuku apenas balançou a cabeça enquanto olhava para as roupas que ele estava dobrando.
— Por que algo estaria errado?
— Você tem me evitado desde aquela briga com sua mãe. — Bakugou disse e olhou para o adolescente mais novo para vê-lo um pouco tenso.
— ... Bobo se eu estivesse evitando você, não estaríamos aqui juntos. — Izuku sorriu, mas a carranca só cresceu no rosto de Bakugou.
— Você sabe que não foi isso que eu quis dizer... — Bakugou disse a ele e abaixou a camisa que Izuku estava dobrando para ele poder parar e olhar para ele.
— Você nunca me contou o que aconteceu depois que eu saí. Ela disse algo para você? — Izuku manteve os olhos baixos enquanto mordia o lábio.
— Ei. — Bakugou disse gentilmente e estendeu a mão para acariciar sua bochecha, mas ele se virou. Bakugou puxou sua mão para trás e se afastou dele. Ele se virou para as roupas na mesa e começou a dobrá-las novamente. Izuku olhou para ele, a culpa o inundou completamente. Ele abriu a boca para dizer algo, mas rapidamente a fechou e mordeu o lábio. Ele olhou para baixo e começou a dobrar as roupas novamente tentando pensar no que deveria dizer.
— ... Você... não gosta mais de mim? — Bakugou murmurou sendo o primeiro a quebrar o silêncio mais uma vez. Os olhos de Izuku se arregalaram quando ele largou a camisa que ia dobrar.
— O-o quê!? Claro que eu ainda gosto de você! Por que você me pergunta isso!?
— Porquê? *suspiro* Você não me deixa segurar sua mão, ou te abraçar, muito menos te beijar mais. Se você ainda gosta de mim, o que há de errado? Você sabe que pode me dizer. — Bakugou disse a ele e Izuku franziu a testa levemente.
— ... Quando nos conhecemos eu te disse que não gosto de contato físico... — Izuku disse baixinho enquanto olhava para o chão.
— Sim... espera, você está se sentindo desconfortável agora? — Bakugou perguntou a ele e Izuku lentamente acenou com a cabeça.
— Eu uh... pensei que poderia lidar com isso, mas acho que não...
— *suspiro* Por que você não disse isso? — Bakugou suspirou enquanto passava a mão pelo cabelo. — Eu realmente pensei que tinha feito algo errado. — Ele murmurou.
— Então, você não está chateado? — Izuku perguntou enquanto olhava para ele.
— Por que eu estaria? Quero dizer, teria sido bom se você apenas me dissesse em vez de me excluir instantaneamente, mas se isso te deixa desconfortável, então eu respeitarei isso. — Izuku sorriu ao fazer Bakugou sorrir também.
— Então eu não posso tocar em você? — Bakugou perguntou tentando ver com o que Izuku ficaria confortável. Izuku estendeu a mão e envolveu o dedo mindinho no dedo de Bakugou.
— Estou bem com um pouco de contato. — Izuku disse e sorriu para ele.
— Me avisa quando eu estiver passando dos limites, ok? — Bakugou disse a ele e ele assentiu.

Alguns dias depois Bakugou entrou na área infantil para ver a maioria das crianças brincando juntas com alguns dos brinquedos que ganharam no Natal. Izuku estava lá brincando com eles para lhes fazer companhia. Bakugou estava prestes a se juntar quando notou Eri sentada sozinha em uma das mesas. Ela tinha uma caixa de giz de cera na frente dela junto com alguns pedaços de papel. Ela tinha uma carranca no rosto enquanto pegava um giz de cera vermelho para colorir algo.
— Izuku. — Bakugou sussurrou para o adolescente ganhando sua atenção.
— Sim?
— O que a pirralha tem? — Ele perguntou apontando o polegar atrás do ombro para apontar para Eri.
— Ah, você não sabe?
— O quê?
— Ela vai fazer uma cirurgia em alguns dias. Tenho certeza que ela está com medo. — Izuku explicou a ele fazendo Bakugou olhar para a garotinha carrancuda.
— Você já tentou falar com ela sobre isso? Você sabe tipo acalmá-la e dizer que ela vai ficar bem. — Bakugou perguntou e Izuku apenas suspirou.
— Eu tentei, mas ela não respondeu, tudo o que ela fez foi acenar com a cabeça. Contei a uma das enfermeiras sobre isso e ela apenas me disse para dar-lhe um pouco de espaço.
— Bem, isso é estúpido. Eu vou tentar.
— Boa sorte. — Izuku disse a ele antes de ir até Eri.
— Oi, pirralha. — Bakugou disse a ela e sentou-se ao lado dela.
— Oi, Bakugou. — Ela disse baixinho seu foco ainda no pedaço de papel que ela está desenhando. Bakugou olhou para o desenho e viu um monte de pessoas coloridas como bolhas lutando contra outras bolhas coloridas.
— Você está nos desenhando como heróis de novo? — Ele perguntou e ela assentiu. — Você desenhou meu cabelo errado de novo. — Bakugou brincou, mas ela ficou quieta. — Então... você gosta muito de heróis... você quer ser uma quando for mais velha? — Ele perguntou a ela e ela assentiu. — Mesmo que eles não sejam reais? — Ele perguntou e ela assentiu novamente antes de parar para dizer alguma coisa.
— O Deku é real. — Ela murmurou baixinho.
— O quê? — Bakugou questionou e se inclinou para mais perto para ouvir o que ela disse.
— Você disse que eles não são reais, mas o Deku é real.
— Ha, o que faz do Deku um herói?
— Bem... heróis devem ser fortes e corajosos. Eles são muito legais com as pessoas e gostam de ajudar os outros. E eles não têm medo de nada e nunca choram. É por isso que ele é um herói e eu não. — Ela disse murmurando a última parte baixinho. Mas Bakugou conseguiu ouvir.
— ... Você está com medo? — Bakugou perguntou a ela suavemente. Alguns segundos se passaram antes que ela lentamente começasse a acenar com a cabeça. Gotas de água podiam ser vistas atingindo seu desenho fazendo com que o pedaço de papel escurecesse e ficasse úmido. Bakugou sorriu levemente antes de pegar sua mão e despentear o cabelo dela gentilmente. — Os heróis podem ter medo e tenho certeza que eles também podem chorar, então não há nada que impeça você de ser uma. — Ele disse a ela e ela olhou para ele com os olhos marejados.
— S-sério? — Ele sorriu para ela e assentiu.
— Sim. Quando eu era mais jovem, meu super-herói favorito era o All Might e em um episódio eu me lembro de alguém dizendo a ele que não importa o quão assustado você esteja, você deve sorrir para mostrar que as coisas vão ficar bem. E neste mundo os que estão sempre sorrindo são os mais fortes. — Bakugou disse e usou os dedos para empurrar os cantos da boca para cima.

Apenas Um Dia (BakuDeku - DekuBaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora