CAPÍTULO 30

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— Já faz algum tempo desde a última vez em que nos vimos. — prossegue Thomas, parecendo se divertir. — Como você está?

— O que você fez? — a minha própria voz parece arranhar a minha garante enquanto me obrigo a falar.

— Também estou bem, obrigado por perguntar. — o ouço rir.

— Onde ele está? — questiono, fechando os olhos com força ao imaginar o pior cenário possível.

— Quem?

— Erick. — respondo, rangendo os dedos.

— Erick não deveria ser a sua maior preocupação agora.

— Onde ele está, seu filho da puta? — xingo, sentindo a raiva me consumir pelo tom em sua voz.

— A gatinha finalmente está mostrando as suas garras. — ele ri de novo. — Vai se sentir melhor se falar com ele?

— Pare de me provocar.

— Por que? É uma das coisas que mais adoro fazer. — ele suspira. — Vamos falar primeiro sobre os nossos assuntos pendentes, o que acha?

— Não o machuque. — peço.

— Eu não vou, afinal ele é a única coisa que posso usar contra você.

Franzo o cenho e balanço a cabeça, mordendo os lábios e sentindo o gosto do meu sangue de espalhar em minha boca.

— Eu... eu não entendo. — gaguejo. — Erick disse que iria resolver o problema de Leonard com Jessy, como vocês conseguiram pegá-lo?

— A resposta está na sua pergunta. — ele suspira, enquanto minha mente começa a trabalhar a mil por hora. — Assim como você, Jessy é mais um dos meus muitos peões. Foi fácil convencer ela a entregar Erick por uma causa maior, causa essa que é a sua morte. Você não faz ideia do quanto ela te odeia.

Enquanto ele ri, jogo a minha cabeça para trás, apoiando na porta do armário, e respiro fundo, tentando controlar todas as minhas emoções que estão se embaralhando dentro de mim.

— Eu sei que ela me odeia, mas... mas... — não consigo terminar a frase, sem saber direito do que Jessy realmente pode fazer.

— Você está me dando um belo de um trabalho, sabia? — o ouço caminhar, seus passos secos percorrendo um lugar quieto. — Estamos nesse jogo de gato e rato a tempo demais pro meu gosto e, sinceramente, eu não queria ter que chegar a esse ponto.

— Ele não tem nada a ver com isso, Thomas. — falo, levando minha outra mão ao telefone para tentar fazer com que meus dedos parem de tremer. — Por favor, deixe ele ir.

— Eu vou, não se preocupe. — repete, mas sei que está sorrindo do outro lado da linha. — Não quero machucar ele mais do que já está.

Meu coração parece parar de bater por um momento e quase me engasgo ao processar o que acabei de ouvir.

— O que você fez? — sussurro.

— Vamos acabar com isso, gatinha. — fala, parecendo dar um fim a esse assunto. — Vou te dizer exatamente o que você tem que fazer e eu prometo que deixo o seu namorado ir embora.

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