CAPÍTULO 35

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Erick


Recuo um passo e agarro a camisa do capanga de Thomas sentado à minha frente, sacudindo seu corpo machucado para permanecer acordado.

- Pra onde ele a levou? - pergunto novamente, fazendo com que revire os olhos como da última vez.

- Vai se fuder, babaca.

Fecho os olhos e suspiro fundo, procurando por um algum resquício de paciência.

- Eu vou fazer você se arrepender disso quanto tudo acabar. - sussurro.

Vejo o desgraçado abrir um sorriso, mostrando os dentes cheios de sangue, e minha paciência me abandona novamente.

Fecho minhas mãos em punhos e acerto mais alguns socos no rosto e no estômago dele, respirando com dificuldade quando me afasto.

- Sr. Prior. - chama Michael ao meu lado, me olhando preocupado. - Acho melhor pararmos um pouco.

- Eu não vou descansar até ele me dizer aonde aquele bastardo levou a Emily.

- Descansa um pouco e deixe comigo. - sugere Gabriel, de braços cruzados. - Eu dou um jeito nisso.

- Não pegue leve com ele. - resmungo.

- Eu não disse que iria. - responde.

Gabriel se aproxima, arregaçando as mangas do casaco, com os olhos fixos no homem.

Me sento em uma pilha de feno dentro deste celeiro e apoio meus cotovelos no joelho.

Deixei que a levassem mais uma vez. Mais uma vez eu não conseguir fazer nada. A única coisa que meu desespero conseguiu me proporcionar foi uma reação rápida quando um dos capangas de Thomas subiu as escadas na minha direção. Graças a isso, consegui a arma de uma deles e atirei no outro quando ouvi seus passos apressados. Mesmo que tenha me saído bem, não quer dizer os outros também.

Desvio minha atenção para a porta aberta do celeiro e observo as viaturas da polícia e os bombeiros em frente a casa. Uma maca está saindo lá de dentro nesse instante, um saco preto carregando um dos corpos das pessoas gentis que acabaram se envolvendo nisso. No segundo seguinte, outro saco preto sai lá de dentro e meu peito se afunda em culpa.

Mary e Vincent, juro que vou fazer todos esses idiotas pagarem por isso e que vou fazer tudo ao meu alcance para ajudar a família que vocês deixaram para trás.

Volto a encarar Gabriel conversando com o capanga de Thomas e começo a ficar irritado quando vejo que ele não está fazendo progresso tanto quanto eu.

- Você sabe quem é ele? - pergunta Gabriel, apontando para mim. - Você sabe com que está se metendo? Esse cara vai fazer você apodrecer na cadeia e vai garantir que você seja a vadia dos prisioneiros lá dentro.

- Se eu contar, Thomas vai me torturar até a morte. - sibila o homem, olhando para nós três.

- Confie em mim, idiota, Thomas não vai ter tempo de chegar perto de você. - falo, me levantando. - Você deveria estar preocupado com o que eu vou fazer com você se não abrir a porra desse bico.

- Eu tenho mais medo de Thomas do que de você. - rebate ele, abrindo outro sorriso.

Enfurecido pela ousadia dele, caminho até a sua direção com passos largos.

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