CAPÍTULO 17

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Eu quero você, Emily.

Essas foram as palavras ditas pelo cara que nunca se apaixonou e que nunca demonstrava sentimento a nenhuma mulher. Do cara que me defendeu de todas as coisas ruins que me aconteceram desde que o conheci e que prometeu que ninguém nunca me machucaria. Do cara que me pressionou contra o mármore da cozinha e disse cada palavra que meu coração estava guardando apenas para si. E do mesmo cara que acabou de sair do quarto com a ex.

Jessy continua me observando, enquanto não consigo esboçar nenhuma outra reação que não seja encarar ela.

Jessy está usando uma camisa social longa cor azul, do tipo que parece ser a que Erick usa para trabalhar. E é só depois de alguns segundos a mais encarando a blusa, é que percebo que é exatamente isso.

O choque desse fato me acerta em cheio no estômago e sinto um embrulho estranho, enquanto tento manter meu café da manhã dentro da minha barriga.

— Então? — Jessy sorri e olha para Erick. — Querido, você pode falar com ela?

Querido?

— Emily, você poderia ceder esse lugar a Jessy? — pergunta Erick, e me viro para encará-lo. O choque deve ser visível no meu rosto, pois ele engole em seco e continua. — Por favor.

— É... claro. — sussurro, me levantando.

— Obrigado. — agradece Jessy, se sentando rapidamente e começando a comer.

Fico atrás dela, observando ela agir como se tudo estivesse bem, enquanto meu mundo está desabando.

Ele disse que me queria, disse que quer me beijar e que sente o mesmo que eu. Tenho certeza que ele quis dizer isso, então, por que ela está aqui?

— Emily? — chama Berta.

— Eu. — sussurro, percebendo que estou estática igual a uma estátua.

— Sente-se ao meu lado. — ela puxa a banqueta um pouco para trás.

Agarro o pingente do meu colar, esperando que isso me dê forças, enquanto me sento novamente.

Berta faz uma nova xícara de café, já que Jessy ficou com a minha, e tento tomar um gole.

Erick está olhando para baixo, encarando o café dentro da sua xícara e Jessy está comendo como se essa fosse a melhor comida do mundo.

— Amor, você precisa comer. — Jessy pega um mini pastel e oferece a Erick.

Tento não abalar ao ouvir o apelido carinhoso.

— Eu estou sem fome. — responde Erick, com a voz baixa.

Jessy continua a encarar ele e até ergue uma sobrancelha quando Erick não se mexe, fazendo com que, no fim, ele suspire e ceda.

— Você vai precisar recuperar as forças depois de ontem. — sussurra ela, com um tom de voz alto demais, enquanto limpa a boca dele.

— Eu vou me retirar. — me levanto, fazendo com que a banqueta quase caia.

— Você pode ficar. — fala Erick, me encarando, e em seguida seus olhos descem para o colar que continuo segurando.

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