Capítulo 16

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Felipe Bellini

Parece que todo o estresse do dia anterior refletiu no mal estar de Helena hoje pela manhã.
Mesmo com medicação, sua febre se manteve nos 38.5°, o que resultou em uma bebê extremamente manhosa.

Nesse momento ela se encontra deitada em meu peito enquanto eu mexo no meu celular. Mal posso pensar em me mexer que ela já resmunga irritada, o que é extremamente fofo.

H: A lelena ta com fominha. - fala baixinho chamando minha atenção.

F: Está com fome amor? - ela concorda. - Então vamos pedir um almoço bem gostoso pra essa neném? - ajeito ela para que fique deitada na cama, o que resultou em um resmungo irritado e bracinhos esticados pedindo colo. - Calma princesa, vou pedir seu almoço. É rápido - falo e escuto seu choro iniciar.

Abro a porta e encontro Suzie vindo na minha direção com uma bandeja, sorrio agradecido e dou espaço para ela passar. Ela entra no quarto e deposita a bandeja na mesinha do lado da cama.

S: Por que essa princesa está chorando? - pergunta para Helena.

H: A...a lelena quer o...o fefe - fala com soluços de cortar o coração.

F: Eu estou aqui pequena. Pronto. - falo sentando do seu lado. - Não precisa chorar.

H: Não deixa a lena fefe, a lena só tem você. - sinto meu coração despedaçar. Olho para Suzie e vejo lágrimas em seus olhos. É impossível não se comover com essa situação. Me aproximo mais de Helena e a pego no colo, a deixando sentada.

F: Jamais vou deixar você. É minha neném, lembra? - passo minha mão em seu rosto molhado. Ela concorda se aconchegando em mim. - Então fique tranquila, não vou a lugar algum sem você.

Pego a tigela de sopa da minha pequena e começo a dar em sua boca. Em pouco tempo ela já comeu tudo e está cochilando em meus braços. A deito na cama e cubro seu corpo para que fique aquecida.

Aproveito o tempo em que ela dorme para fazer algumas ligações e conseguir almoçar.
Pretendo levar as meninas para minha casa ainda essa semana. Ela se recuperou muito bem da cirurgia e parece não sentir dor, o que é muito bom.

Escuto batidas na porta e me levanto indo em direção a mesma dando de cara com Eduardo. Por um momento tinha me esquecido desse detalhe.

E: Oi, como ela está? - pergunta olhando em direção a cama. - Eu sei que apareci do nada mas precisava ver ela.

F: Sem problemas. - ele sorri minimamente. - Está mais ou menos. Hoje quem apareceu foi Helena, e assim como uma criança que passou por estresse fica doente, ela também está. - ele suspira. - Teve febre e dores de cabeça, mas é normal, não se preocupe. - falo olhando para ela também.

E: Entendo. - ele fala com a cabeça baixa. - Eu queria poder conversar com Heloísa hoje mas acredito que não será possível.

F: Eduardo, eu sei que você está ansioso e nervoso com essa situação, no seu lugar eu também estaria. - ele concorda. - Mas eu preciso que você entenda que não será fácil. Quanto mais pressionar elas, pior vai ser.

E: Eu sei. - ele seca uma lágrima. - Mas eu vivi tanto tempo achando que minha filha faleceu e agora que sei que tudo não passou de uma mentira, quero recuperar o tempo perdido.

F: Não vai recuperar o tempo perdido em um dia Eduardo. - ele passa a mão no cabelo e rosto. - Terá tempo para fazer isso. - ele concorda. - Vamos apenas cuidar delas agora. Mostrando que se importa com o bem estar delas você também mostrará que é confiável. Foque nisso.

E: Elas precisam de algo? - fala de olhos fechados.

F: No momento não. Mas se quiser fazer alguma coisa, procure sobre os documentos delas. - ele concorda.

E: Acredito que terá que ser feito tudo novo. - concordo. - Vou providenciar.

F: Certo. - vejo seu olhar ir de novamente em direção a Helena. Olho para traz e vejo seus olhinhos assustados. - Já acordou? - pergunto e ela me chama com as mãozinhas.

H: A Lelena foi ablaçar o fefe mas o fefe não tava do lado dela. - fala manhosa. - Ele é o papai da Helô né? - aponta para o homem atrás de mim.

F: Sim. - sento do seu lado e chamo Eduardo com a mão.

H: Se ele é papai da Helô, ele é da Lelena e da Hellen também? - pergunta e eu passo a mão em seu cabelo bagunçado.

F: É sim. Ele também é o seu papai e da Hellen. - falo e recebo seu olhar pensativo, mas logo depois triste. - O que foi princesa?

H: Mas e se ele não quiser ser meu papai? - pergunta com lágrima nos olhos. - A Helô e a Hellen são adultas e eu sou só uma quiança. - fala e eu me seguro para não rir de tanta fofura. Olho para Eduardo pedindo para que ele converse com ela.

E: Jamais pequena. Você é minha filha sim. - sorri se aproximando dela. - Não vai deixar de ser minha filha por ser criança. Além disso, é uma honra ter uma princesa tão linda como filha. - fala e vejo os olhos de Helena brilhar.

H: É vedade? - pergunta olhando para nós dois.

E: Claro que é. - ele fala e me surpreendo com com o abraço que Helena da nele. Vejo Eduardo ficar sem reação mas logo abraçar a mesma.

Eu entendo como deve ser confuso para ambos e quero fazer com que eles possam vivem como pai e filha novamente. Mas ao mesmo tempo tenho receio que elas não queiram mais minha presença.

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