Capítulo 41

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Felipe Bellini

Escuto baterem na porta do meu consultório e suspiro pedindo para entrar. Hoje o dia está extremamente corrido.

S(Shirley): Dr., tem uma senhora querendo falar com o senhor, posso pedir para entrar? - pergunta e confirmo. Só porque já estava com o celular na mão para ligar para minha mãe e saber como Helena estava.

Enquanto espero que a tal senhora venha até o consultório mando uma mensagem para minha mãe perguntando sobre elas. Escuto a porta se abrir e mal tenho tempo de raciocinar, uma cabeleira loira se joga no meu colo e se não tivesse sentado quase teria caído para trás.

H: Daddy, tava com saudadi. - me abraça e retribuo ainda sem reação.

F: O que estão fazendo aqui? - pergunto olhando para minha mãe que está com uma bexiga de unicórnio na mão.

P: Fomos ao shopping fazer compras. - diz e concordo arrumando Helena no meu colo.

H: Papai, a gente brincou, tomou sorveti e a vovó me deu um balão de unicórnio. - fala animada. Ultimamente ela tem me chamado assim também.

F: Sério princesa? - ela concorda me olhando com aqueles olhos azuis. - O que mais fizeram? - Ela coloca a mão no queixo pensando.

H: Complas. A vovó complou um monte de coisa plo meu cabelinho porque ela disse que você não tá cuidando dileito. - abro a boca indignado.

P: É verdade. - Helena concorda. - Vamos princesinha? Temos que passar no pet shop ainda. - franzo o cenho.

F: Pet shop? - pergunto colocando Helena no chão que me abraça negando.

P: Sim, adotamos um cachorrinho que irá ficar na minha casa. - suspiro aliviado. Não tenho condições de cuidar de mais uma criança em casa. Minha mãe levanta.

H: Mas e o daddy vovó? - pergunta olhando para mim e fazendo um biquinho.

F: Vai com a vovó buscar o cachorrinho e já já o daddy vai buscar você, ok? - seus olhos marejam. - Não precisa chorar, é rapidinho. Eu prometo.

H: É que a lena tá com saudadi do daddy, você nem fica mais comigo. - derrama algumas lágrimas e sai de perto de mim indo com minha mãe. - você só liga pla Heloá agola. - funga. - Vamos vovó, lena quer ir embola.

Minha mãe olha para mim e concordo. Por mais que não seja verdade não adianta dizer que não para ela agora. Ela provavelmente está com sono e cansada do dia agitado, discutir só vai piorar tudo.

Elas saem me deixando sozinho e jogo a cabeça para trás. Suspiro tentando não pensar nisso e volto com meus atendimentos.

Três horas depois finalmente pego minhas coisas para ir buscar minha pequena. Entro no carro e dirijo tranquilo até o condomínio. Passo direto pela minha casa e estaciono em frente a casa da minha mãe. Desço do carro e toco a campainha ansioso para pegar minha gatinha e ficar com ela.

Minha mãe abre a porta e entro dando um beijo na testa dela.

F: Como ela está? - pergunto olhando em volta e não vendo ela.

P: Brincando com o Luke la fora. - deduzo ser o cachorro. - Vocês vão jantar aqui e isso não é um pedido.

F: Sim Senhora - concordo rindo e vou em direção a área externa da casa.

Vejo minha princesinha correndo atrás do cachorro que parece muito feliz em ter a atenção dela.
Fico observando ela correr enquanto solta aquela risada gostosa que só ela tem. Poucos segundos depois ela percebe estar sendo observada e seu olhar encontra o meu.
Sorrio para ela mas tudo o que recebo em troca é um biquinho e braços cruzados. Meu coração se aperta em ver ela assim.

Ela senta na grama ainda de braços cruzados e caminho até ela. Me ajoelho na sua frente tentando ficar na mesma altura que ela.

F: Não vai me dar um abraço? - nega. - Eu estava morrendo de saudade de você bebê. Não faz isso com o daddy.

H: Lena ta bava. - funga e me sento ao seu lado. Puxo ela para meu colo mesmo contragosto.

F: Me desculpa. Prometo que vou passar mais tempo com você princesa. - ela me olha.

H: Eu espelo, puque a Lena vai te por de castigo. - abro a boca em choque. - Vou xim.

F: E se eu te der um presente? - ela me olha. - Vai me deixar de castigo ainda?

H: Que plesente? - interesseira - Só quelo se for torta de maçã.

F: Eu te dou todas as tortas de maçã do mundo. - ela sorri

H: A Lena só tava blicando papai, não vou te colocar de castigo. - ela ri sapeca.

F: Sua interesseira. - começo a fazer cócegas nela que ri sem parar. Escuto um latido e paro olhando para o lado vendo que o cachorro late olhando para mim.

H: Viu daddy, não pode fazer cócegas em mim. - levanta indo em direção ao cachorro. - O Luke me plotege.

F: Estou vendo. - suspiro sabendo que perdi minha baby para o cachorro da minha mãe. - Vem vamos jantar. - falo assim que minha mãe nos chama. Pego Helena no colo que boceja e deita a cabeça no meu ombro. - Tirou sua sonequinha hoje? - ela nega. - Então vamos jantar para ir embora tomar um banhozinho e ir nanar. - ela concorda.

Assim que entramos percebo que meu pai já chegou e ele vai todo bobo mimar a neta. Sentamos na mesa e Helena quis continuar no meu colo. Na metade do jantar ela já estava quase dormindo e costada no meu peito.

P: Alguém dormiu. - minha mãe fala e olho para baixo vendo minha bebê dormindo igual um anjinho. - Ela cansou tadinha. - concordo rindo.

Terminamos de comer e minha mãe traz as mil e uma coisas que comprou para Helena, incluindo o balão de unicórnio. Coloco tudo no carro e acomodo Helena no banco de trás com o cinto. Ela está tão cansada que nem se mexeu.

Dirijo com cuidado até em casa o que leva menos de um minuto. Tiro Helena primeiro e coloco ela deitada no sofá. Volto para pegar as coisas no carro e tranco o mesmo. Volto novamente para dentro de casa e fecho a porta. Assim que vou me virar sinto ser prensado contra a porta.

H: Boa noite dr. - franzo o cenho. - Estava com saudades. - largo tudo no chão e sou virado para frente.

F: Helo? - questiono sem entender ainda preso contra porta.

H: O que? - sorri inocente. - Só senti sua falta.

F: Eu também amor, mas o que... - sou calado com um beijo.

Uau, por essa eu não esperava. Levo minhas mãos até sua nuca e cintura a trazendo mais para perto. Só eu sei o quanto esperei e desejei ter esse momento com Heloísa. A beijo com toda intensidade e devoção que eu posso, tentando transmitir todo meu amor por ela. Nos separamos por falta de ar.

F: O que...? - tento formular alguma frase.

H: Dessa vez não resisti a vontade. - sorri de lado. - Nunca mais resisto a isso. - me beija novamente e mal consigo raciocinar, só retribuir e aproveitar.
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Luke na mídia
Por esse beijo nem eu esperava

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