Capítulo 22

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Juliana Carter

Se aquela fedelha acha que vai escapar de mim, ela está muito enganada. Ela é tão imprestável que nem para morrer ela serve.

E detalhe, além de imprestável, é uma puta que está dando para o médico riquinho. Coitado, se apaixonou pelo chá que ela deu e quando ele menos esperar o dinheiro dele foi todo embora com aquela vagabunda.

Aquele ser desprezível nem imagina o que está por vir na vida dela. Seria uma pena se algo acontecesse com alguém da família do médico riquinho, não é?

Eu vou fazer aquela vaca pagar por todo desgosto que eu já passei.
Eles vão pagar por ter me colocado naquele lugar nojento por mais de um mês. Aquele lugar não é para mim. Eu devo viver no luxo, na riqueza assim como eu mereço, e não aquela vagabunda.

Me aguarde Heloísa, você vai sofrer muito ainda, eu vou acabar com todos lentamente e vou deixar você por último. Assim você vai se lembrar que estará sempre sozinha porque é assim que um lixo como você deve estar.

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Felipe Bellini

Enquanto preparava o jantar com ajuda da Heloísa, o que meu pai disse não saia da minha cabeça. Não é possível que depois de tudo o que ela fez, de todas as provas que enviamos para o juíz, ele ainda ache que a Juliana é inocente.

Tento espantar meus pensamentos e focar apenas no agora. Depois eu resolvo isso.

Observo Heloísa empolgada enquanto olha as panelas como eu pedi. Tenho percebido que ela gosta muito de me ajudar na cozinha, e assim que ela souber ler e escrever, se ela quiser, ela fará aulas de culinária.

F: Meu bem, por que não vai tomar um banho para jantar enquanto eu termino aqui? - pergunto e ela me olha com aqueles olhos extremamente azuis.

H: Está me chamando de fedida? - pergunta me fazendo rir.

F: Não princesa, mas não é muito bom tomar banho de barriga cheia. - ela concorda. - E além disso, depois que a gente jantar, podemos assistir mais um filme, o que acha? - seus olhos brilham.

H: Pode ser Encanto? - dou risada.

F: De novo? - pergunto e ela assente rapidamente. - Tudo bem então, vai lá tomar seu banho que eu termino aqui. - ela concorda e sai subindo as escadas.

Quando está tudo pronto, coloco a mesa e fico esperando Heloísa descer, ela está demorando demais. Assim que penso em subir as escadas vejo um vulto correndo até mim e pulando no meu colo. Helena...

H: Oi fefe. - a pego no colo.

F: Oi meu amor, que saudade. - ela me abraça apertado.

H: A lelena também tava. - coloca o rosto na curvatura do meu pescoço.

F: E cadê a Heloísa? - pergunto indo em direção a mesa e recebo o olhar sapeca da Helena.

H: Eu convenci ela a tlocar de lugar com um pilulito. - da uma risadinha de quem aprontou. - depois o fefe pode dar um pilulito pala eu entregar pala a helo?

F: Se jantar tudinho eu dou um pirulito para cada uma, está bem? - ela concorda e eu a sento na cadeira.

Coloco o prato de Helena e depois o meu e percebo que ela olha os talheres com um certo receio.

F: O que foi princesa? - pergunto chamando sua atenção.

H: Você pode me ajudar papai? - ela percebe o que falou e logo coloca a mão na boca com os olhos marejados.

Papai... eu sabia que isso poderia acontecer uma hora ou outra. Suspiro tentando acalmar as batidas do meu coração e ando até Helena me abaixando para ficar na sua altura.

H: Diculpa, foi sem queler. - deixa as lágrimas caírem.

F: Ei, calma. Está tudo bem. - falo e ela me abraça.

H: Eu t-te chamei d-de papai. - fala soluçando.

F: Não tem problema amor. - ela me olha em dúvida. - Você quer me chamar assim? - pergunto.

H: É que você disse que papai é aquele que cuida. - esconde o rosto no meu pescoço. - E você cuida de mim.

F: Sim, e eu amo cuidar de você. - falo passando a mão na suas costas. - Vamos fazer uma coisa? - pergunto e ela me olha. - Me chama de daddy, pode ser?

H: Daddy? - me olha confusa.

F: Daddy é papai em outro idioma. - falo mesmo sabendo que em outra ocasião pode significar outra coisa. - Assim você pode chamar o seu pai de verdade de papai e você também vai me chamar assim mais em outra língua. Pode ser? - pergunto.

H: Pode daddy. - sorrio sentindo meu coração disparar e abraço Helena.

F: Eu te amo minha princesa. - beijo seus cabelos.

H: Também amo o daddy. - sorrio.

F: Agora vamos jantar. - me levando. - vou te ajudar, está bem? - ela concorda.

....

Terminamos de jantar e tinha me esquecido como Risotto é maravilhoso.
Helena comeu tudo e ainda pediu por mais. Fico me perguntando para onde vai tanta comida.

Assistimos um filme e ela ainda pediu uma mamadeira. Ainda tem espaço?

Vejo ela piscar seus olhinhos tentando se manter acordada e prestar atenção no filme.

H: Coloca de novo? - ela pede baixinho.

F: Amanhã princesa, você está com sono.

H: Não daddy, quelo assisti. - a pego no colo.

F: Amanhã meu bem. Vamos para o seu quarto. - vou subindo as escadas.

H: Quelo mimir com o daddy. - fala no meu pescoço. Será que eu deixo. Resolvo deixar mas assim que ela dormir a levo para o quarto dela.

F: Tudo bem vida. - entro no meu quarto e fico andando por ele a balançando assim como ela gosta. Em poucos minutos já consigo escutar sua respiração leve. Olho para a cama e para ela e resolvo deixá-la aqui um pouco. Pelo menos enquanto eu tomo banho.

Coloco ela na cama e deixo alguns travesseiros ao redor. Logo vejo ela agarrar o meu e resmungar. Sorrio e caminho em direção ao banheiro.

Tomo um banho relaxante deixando toda a tensão do meu corpo sair. Daddy... quem diria. Cinco letras que fizeram meu corpo todo se aquecer de amor.

Sorrio e saio do chuveiro me enxugando, vou para o closet e coloco uma calça de moletom e uma camiseta. Volto para o quarto e me deito ao lado da Helena, daqui a pouco a levo para seu quarto.
Abraço minha princesinha e suspiro me sentindo extremamente confortável. Ela se mexe me abraçando e quase deitando em cima de mim. Dou risada e me aconchego mais no seu aperto.

Acabo dormindo rápido, como nunca antes, me sentindo bem ao lado dela: a alegria que faltava na minha vida. Espero que nada possa estragar a felicidade que estou sentindo nesse momento.

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