Capítulo 27

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Felipe Bellini

F: Princesa. - Bato na porta e entro lentamente. Seus olhos se arregalam e posso ver como estão vermelhos e inchados. Seu choro apenas se intensifica.

F: Oi meu amor. - me aproximo dela e sento ao seu lado no chão. - Estava com saudades. - ela abaixa o olhar e nega. - Por que está chorando? - pergunto me aproximando mas ela se afasta. - Não faz isso princesa. Deixa eu te abraçar. - ela nega. - Por que não meu amor? - meus olhos já estão lotados de lágrimas. Ver ela assim é doloroso de mais.

H: Você não ama a lelena. - ela nega gritando enquanto chora mais. Ela vai para o canto do quarto e começa a puxar o cabelo da boneca com força. Ela está muito nervosa.

F: Meu bem olha para mim. Calma. - ela nega puxando cada vez mais forte. Toco na sua mão fazendo ela parar e tiro a boneca dela.. Automaticamente suas mãos vão na direção do próprio cabelo mas impeço fazendo ela gritar e se debater. - Helena não. Calma princesa. Olha para mim, se acalma. - seguro com força suas mãos.

H: Você não gota mais de mim. Você me trocou. - ao mesmo tempo que estou quase chorando por ver seu estado tenho vontade de rir por saber que é tudo ciúmes.

F: Não troquei princesa. Você é meu neném. - me aproximo cada vez mais dela mas sempre segurando suas mãos. - Calma meu amor, se acalma. - consigo chegar perto dela e trazê-la para meu colo deito sua cabeça em meu ombro. - Calma meu bem, eu tô aqui com você. - balanço ela devagar enquanto coloco suas mãos para trás ficando mais fácil de segurar. Canto uma musiquinha para ela e aos poucos ela vai se acalmando restando apenas seus soluços.

Ela começa a se mexer resmungando e acredito que seja pelo aperto em suas mãos. Suspiro beijando seus cabelos e ela tenta se soltar.

F: Calma. - ela resmunga. - Vou te soltar mas não é para se machucar, promete? - ela concorda. Solto suas mãos e ela se acalma no meu colo. - Quer conversar? - pergunto olhando em seus olhos vendo os mesmos molhados pelas lágrimas.

H: Não gota mais da lena? - pergunta baixinho com a voz rouca. - nego com a cabeça e vejo um biquinho na sua boca. - Eu sei que só atlapalho, mas a lelena ama demais o daddy.

F: Eu amo a lena. - beijo sua testa. - Minha neném. Você não atrapalha princesa. - ela suspira.

H: Quem ela aquela quiança daquele dia- pergunta quando levantando do chão com ela no meu colo.

F: Meu sobrinho, Theo. - levo ela até o banheiro e a sento na pia. - Ele é filho do meu irmão.

H: E puque ele tava aqui? - passo água no rosto dela.

F: Porque meu irmão teve que sair e não tinha com quem deixar ele.

H: Ele vai voltar? - pergunta me apertando.

F: Talvez outro dia. Só quando o pai dele precisar de novo. - tiro ela da pia e caminho para o quarto novamente. - Vocês podem brincar juntos, o que acha? - ela nega. - Não quer?

H: Não. - fala irritada. - Ele vai tirar o daddy de mim. - grita e eu sento ela na cama.

F: Vamos conversar sério agora. - ela me olha com bico. - Estou gritando com você? - ela nega abaixando a cabeça. - Então não quero você gritando comigo. Entendido? - ela concorda deixando algumas lágrimas caírem. - Outra coisa, ninguém vai me tirar de você Helena. O Theo é meu sobrinho e eu não quero você falando essas coisas, fui claro? - falo um pouco mais alto e vejo seu olhar se direcionar a mim com medo. Acho que fui longe demais mas não posso deixar ela gritar comigo nem falar essas coisas. - Está de castigo. - seus olhos demonstram pânico. - Vai ficar sentada aqui na cama até eu falar que pode sair. Vai ficar sem a Flor também. - pego a boneca de cima da cama e Helena apenas chora.

Saio do quarto com a boneca na mão e fecho a porta. Suspiro cansado sentindo meu corpo implorar por cama depois de um dia exaustivo e um começo de noite conturbado.

Deixo a boneca em cima da cama e vou em direção ao banheiro. Me sinto um pouco culpado mas não posso deixar ela fazer birras. Sei que está com ciúmes mas Theo é apenas uma criança e ela precisa entender isso.

Tomo meu banho tentando relaxar o máximo possível e esquecer todas as coisa que aconteceu durante o dia. Saio do chuveiro e me enrolo na toalha. Vou em direção ao closet e coloco apenas uma cueca e uma bermuda já que está calor.
Deito na cama e em poucos segundos sinto o cansaço me vencer.

Acordo assustado e olho no relógio que marca 02:14h da manhã.
Puta que pariu, a Helena. Levanto rápido da cama e saio do quarto. Bato na porta do quarto dela e entro. A cena que vejo acabou comigo. Ela estava deitada enquanto seu corpo tremia não sei se pelo choro ou porque estava com frio e lágrimas escorria dos seus olhos.

F: Princesa? - chamo baixinho e me aproximo dela. Seus olhos se abrem e vejo olheiras em baixo deles. - Me desculpa. - me sento na cama ao seu lado. - Me perdoa meu amor. O daddy dormiu e não viu a hora. Desculpa - puxo ela para se levantar e a coloco no meu colo. Ela não reluta nem me impede de nada. Deito sua cabeça no meu pescoço e acaricio seus cabelos enquanto escuto seus fungados. - Desculpa o daddy? - ela não responde.

Me levanto da cama com ela no meu colo e ela não se mexe. Saio do quarto e desço as escadas indo em direção a cozinha, ela deve estar com fome já que não jantou.

F: Está com fome meu amor? - pergunto mas novamente fico sem resposta. Isso está me consumindo. - Vou fazer sua mamadeira tabom? - beijo seu rostinho vermelho e inchado.

Preparo a mamadeira com ela em meu colo, ela não se mexeu e muito menos falou algo.

Quando termino vou em direção a sala e ligo a tv em um desenho aleatório para chamar sua atenção, coisa que também não funcionou. Posiciono a mamadeira na sua boca mas ela vira o rosto negando.

F: Precisa tomar neném, você não comeu nada. - ofereço novamente a mamadeira e dessa vez ela aceita me fazendo suspirar aliviado. Observo ela tomar todo o leite enquanto olha para a parede da sala. Em nenhum momento ela olhou para mim ou para a televisão.

Fiquei o tempo todo falando que amava ela e pedindo desculpas. Se antes já estava me sentindo culpado, agora estou o dobro.

Ela termina a mamadeira e me levando começando a andar pela sala enquanto canto uma música baixinho para ela. Seus olhos vão pesando e aos poucos ela cai no sono. Dou um beijo em sua testa e subo para o meu quarto colocando a Helena na cama ao lado da flor. Ela parece sentir pois pega a boneca e abraça como se pudesse esmaga-lá. Sorrio de lado e me deito puxando ela para meu peito.
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Eu não postei outro cap hoje não né?

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