Capítulo 32

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⚠️ Contém gatilho ⚠️

Continuação

Hellen Carter

Contei para o juíz tudo o que acontecia quando Heloísa morava com o Jorge. Desde os baldes de água que ele jogava nela até os abusos que ela sofreu. Deixo algumas lágrimas escarparem mas não são de tristeza e sim de raiva.

Jz: Você lembra o nome desse seu tio?

H: Jorge Carter. - encaro o mesmo que está sentando bem na minha frente. Ele ri com deboche mas fica quieto. O juíz olha para o papel que assinamos e me olha em seguida.

M: Temos laudos do hospital que comprovam que Heloísa foi abusada sexualmente. Foi encontrado o DNA de Jorge Carter no seu corpo. - o pai do Felipe fala e percebo que ele tomou cuidado ao citar onde foi encontrado o DNA.

J: Essa menina é uma mentirosa. Ela sempre foi bem trata bem. Quando cresceu ficou agressiva e tivemos que internar ela pois ela era uma ameaça para todos dentro de casa.

Jz: Eu ainda não pedi para a senhora depor. Quando for o seu momento de falar, eu aviso. - o juíz fala me segurei para não rir. - Senhor Eduardo Moretti, pelo o que eu entendi, o senhor voltou a ter contato com Heloísa recentemente, por que?

E: Quando Heloísa era pequena, eu não era o pai mais presente do mundo.

J: Nos poupe Eduardo, seu dinheiro sempre foi mais importante do que nossa filha. - falou se fazendo de vítima.

E: Mentirosa. Eu tive que te dar mais de 50 mil dólares para você não abortar MINHA filha. Você mesma disse que não iria levar a gestação a diante a não ser que eu te desse esse dinheiro. - fecho os olhos e respiro fundo. Como pode ser tão baixa? - Você nunca me deixou participar de nada em relação a Heloísa. Eu não pude ver o nascimento da minha própria filha.

J: Ai tadinho de você. - revira os olhos. - se toca Eduardo.

Jz: Se acalmem os dois ou vou ter que tomar as devidas providências. - nosso pai respira fundo. - Continue Eduardo.

E: Como eu disse, não era o pai mais presente do mundo mas sempre amei a minha filha e fazia de tudo por ela. - fecho os olhos e consigo escutar o choro sofrido da Heloísa. A dor dela, é a minha dor. Heloísa é minha irmã e eu faço de tudo por ela desde que apareci. Ver ela assim, dói demais. - Um dia eu fui na casa da Juliana para visitar a Heloísa e entregar um presente que tinha comprado para ela, assim que cheguei lá Juliana me disse sem emoção nenhuma que minha filha tinha sido atropelada na frente da casa dela e morreu. Eu fiquei sem chão, sem rumo e ela simplesmente me expulsou de lá. Jamais imaginaria que minha filha estava passando por tudo o que ela passou.

Jz: E você não desconfiou dessa história? Não foi atrás de confirmar se era verdade mesmo? - questionou e direcionei meu olhar para o psicólogo que está atrás do juiz. Ele me encarava e anotava algumas coisas no papel. Acredito que as reações da "Heloísa". Suspiro sabendo que minha irmã terá que assumir e demonstrar mais reações do que estou fazendo.
Esse assunto mexe comigo mas não tanto quando Heloísa. Eu sinto raiva e ódio por tudo o que aconteceu, mas não é isso o que ele quer ver, ele quer medo, tristeza e tudo relacionado a isso.

~ Hellen: Heloísa, você vai precisar assumir.
Helo: Eu não consigo Hellen, não vou conseguir olhar para eles. - ela nega entre soluços.
Hellen: Você consegue, estou com você. - tento encorajar ela.
Helo: Não consigo Hellen, não dá. Finge que está chorando que está mal, não sei. Mas me deixa quieta aqui. - suspiro concordando. ~

Nosso pai responde mais algumas perguntas do juíz como data dos acontecimentos, como nos encontrou e confirma alguns nomes e logo é a vez de Juliana depor.

J: Como eu disse antes, sempre fiz de tudo pela minha filha. Isso tudo é invenção deles. - diz simples e todos a olham chocados.

Jz: Esse será seu depoimento? - o juiz questiona.

J: Ja conversamos antes excelentíssimo. Já disse para o senhor tudo o que precisava. - vejo Felipe levantar arquear a sobrancelha e o juiz fica... sem graça? O mesmo suspira e volta a encarar o papel em sua frente.

Jz: Jorge Carter, tem provas que o senhor abusou sexualmente de Heloísa. Como pode explicar isso? - pergunta e Jorge me olha novamente só que mais deboche ainda.

Jg: Quer saber a verdade? - pergunta daquele jeito de sempre dele, debochado e todo cheio de si, como se fosse o rei do mundo. O juiz concorda. - Estuprei, abusei e bati muito nessa imprestável. Sabe, Juliana me deu um brinquedinho muito gostoso e eu fiz bom proveito - ele ri e me surpreendo com sua resposta e deixo algumas lágrimas caírem. - Tudo o que foi falado deles aí é verdade. -nem precisei encenar pra conseguir chorar. Heloísa não merecia isso.

J: Jorge, não viaja. - Juliana fala sem graça. - É mentira dele senhor juíz, não é Jorge?

Jg: Não, é a mais pura verdade. - Juliana fica vermelha de raiva. - E sabe mais o que eu acho? - se inclina na mesa ficando de frente para mim, sinto Felipe me puxar para trás. - Bem que poderíamos recuperar o tempo perdido, não é? - choro mais ainda e Felipe me segura pois ele sabia que eu não ia aguentar e ia pra cima dele.

Jz: Não temos outra opção, os dois estão presos por maus tratos, abuso e abandono de incapaz. - bate o martelo e logo os policiais entram.

Heloísa Carter

Assumo o controle e sem acreditar no que escutei. Eu não aguento mais isso.
A única coisa que consigo ver é alguns policiais algemarem Jorge e Juliana que grita.

J: Você não pode fazer isso, eu te paguei. - grita para o juiz.

Jz: Fique tranquila que devolvo tudo o que você me deu. Não posso deixar vocês impune disso. Era só uma criança. - fala.

J: Você vai me pagar vadia. Vocês todos. Vocês acabaram com minha vida. - só consigo chorara cada vez mais. - Eu vou destruir vocês. - é a última coisa que ela fala antes de ser levada pelo policial. Deito a cabeça na mesa. Sinto as mãos do Felipe nas minhas costas.

F: Heloísa, se acalma por favor. - pede mas não consigo atender seu pedido.

Jz: Peço desculpas por isso. - escuto o juiz falar bem longe. - Realmente ela me pagou para inocenta-la mas ao ver as provas e Heloísa, vi que no lugar dela poderia ser minha filha. - suspira - Peço desculpas mais uma vez.

Escuto Marcos e meu pai conversar com ele e levanto a cabeça olhando para Felipe que me olha preocupado.

F: Estou aqui com você, calma. - segura minhas mãos que tremem sem parar. - Está tudo bem, acabou, eles não vão mais chegar perto de você. - concordo ainda chorando. - Vem vamos tomar água. - Me ajuda a levantar mas minhas vistas ficam escuras e a última coisa que vejo é o Felipe me segurando.
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Jorge entregou tudo 🫢

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