O sol já estava se pondo, a escuridão tomava o céu tão acizentado e tempestuoso.
Cassidy já estava em casa, seu expediente em Glass Bead Coffee já havia terminado a aproximadamente uma hora.
Foi um tremendo deleite para meus olhos avistar sua casa, mesmo com minhas pernas implorando por uma parada e meus ossos por descanso.
Eu precisava dela, precisava de Cassidy Stewart como precisava de oxigênio.
Foi uma tremenda loucura pular o pequeno portão, mas a euforia e a incessante chuva me faziam querer agir o mais rápido o possível.
Bati na porta três vezes, já sentindo as consequências da forte chuva e da corrida.
Abracei meus cotovelos, eu estava encharcado e morrendo de frio.
Mas vê-la, compensou qualquer dor ou sensação meramente física e efêmera.
Seus lábios rosados estavam abertos em um perfeito "O", enfim pude contemplar de fato essa visão. Seus cabelos estavam molhados e ela usava uma adorável camiseta rosa e um shorts de pijama amarelo.
Seus lindos olhos arregalados de surpresa e suas faces sendo tomadas por um tom rosado.
— L-Louis?... O que...
— E-eu terminei com ela! — Exclamei ofegante, sem conseguir falar realmente tudo o que queria expressar.— D-digo nunca tivemos nada! Nunca! Por que eu... eu...
Soltei o ar que segurava em meus pulmões e enfim, expressei tudo o que havia reprimido por tanto tempo.
— Eu estou perdidamente apaixonado por você, Cassidy Stewart. Não há um dia desde que te vi naquela sala que eu não pense em você, com seu lindo sorriso e seu olhar tão genuíno, você me enfeitiçou de corpo e alma. Eu te desejo tanto, tanto que dói. Não sou mais capaz de apenas registrá-la em telas e não poder sentir sua pele contra a minha. Eu preciso de você.
Suas orbes esverdeadas estavam arregaladas, seus lábios entreabertos.
O único som no ambiente eram nossas respirações descompassadas e a chuva que não cessava.
Em nenhum momento passou pela minha cabeça que poderia ser rejeitado, que talvez meu sentimento não fosse mais recíproco.
Aquilo me quebraria, sem sombra de dúvidas.
Ser rejeitado por Cassidy me machucaria como ninguém nunca havia me machucado antes.
Mas eu nunca a obrigaria a nada, não seria capaz de vê-la infeliz, mesmo que fosse ao meu lado.
— S-se não for recíproco, quero que saiba q-que está tudo bem... — Minha voz saiu vacilante, um mero sussurro inseguro. — Vai ficar tudo bem, e-eu só preciso que você saiba que eu...
— Como não seria recíproco, Louis? — Cassie suspirou, enquanto pegava em minhas mãos molhadas. Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo ao sentir sua pele quente e seca, contra a minha tão fria e úmida. — Eu amo você.
Ela me amava.
Eu imaginava nosso primeiro beijo como algo selvagem, algo que após tanto ser contido e reprimido, iria explodir.
Mas foi muito melhor.
Cassie não uniu apenas nossos lábios, mas nossos corpos também.
Enfim pude tocar em seus cabelos, mas minhas mãos não permaneceram por muito tempo lá. Lentamente toquei em seu pescoço, deslizando as mãos até chegar em sua cintura e apertar seu corpo contra o meu.
Aos poucos, nossas línguas dançaram em um ritmo lento e insinuante.
Céus, Cassie era mais experiente do que eu imaginava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Primaveril
RomanceLivro 1 da duologia "Irmãos Theodore". Cassidy pertence a primavera, Louis tem certeza disso. Desde que aqueles olhos castanhos esverdeados se cruzaram com os opacos olhos castanhos de Louis, ele soube que aquela garota estaria de alguma forma em se...