guerreiros de cinzas ━ ouat x descendentes

07.ㅤㅤreconhecimento 𓂃

Realidade: 087
STORYBROOKE

O garfo riscava o fundo do prato enquanto uma Regina de olhos distantes se distraía com o além. Zelena soltou seus próprios talheres, irritada.

─ Eu juro que vou te fazer engolir esse garfo, se não parar ─ Regina paralisou os dedos imediatamente, encarando a mais velha na sua frente com os lábios curvados. A de cabelos escuros se inclinou na mesa de quatro lugares do lado exterior do Restaurante da Vovó, agradecendo ao ar fresco que corria por seus cabelos, ela apoiou seus braços atrás do prato intocável.

─ Você tem certeza que não teve nenhum pesadelo? Nem mesmo... Uma memória estranha no meio do dia? Que não pertence a você?

─ Tenho certeza.

─ Achei que tinha acontecido com todos os vilões ─ Zelena abriu a boca, mas Regina ergueu a mão lhe interrompendo previamente. ─ Antigos vilões. Inclusive, antes de levarmos Jafar pra Agrabah de volta, perguntamos isso pra ele.

─ E o que ele disse? ─ Mills estalou a língua, impaciente.

─ Nada. Não disse nada. Mas notamos que ele ficou atordoado, escondendo alguma coisa.

─ A comida daqui é tão boa quanto a de Au... Quanto a do mundo que eu vim ─ Kardama se corrigiu rapidamente, com um copo de café e um prato equilibrado nos braços. Regina movimentou a cabeça, a garota rapidamente entendeu e se sentou na cadeira entre as duas mulheres.

─ Kardama, essa é minha irmã mais velha, Zelena. E verdinha, essa é Kardama, ela nos ajudou quando encontramos o forasteiro, antes dele fugir ─ a garota assentiu, com o copo nos lábios, ela rapidamente o desgrudou da boca, murmurando um "oi" meio murcho para Zelena.

─ É um prazer. Imagino que no seu mundo me lembrem como a Bruxa Má do Oeste ─ a mais nova estufou as bochechas para engolir o café devagar, ela piscou devagar meio confusa. ─ Digo, não literalmente de mim. Mas deve existir uma versão minha lá, não é? Como existe outra da Rainha Má, e da Malévola...

─ Pra ser sincera, não lembro desse nome.

─ É de Oz ─ Zelena deu um tapinha de leve com as costas da mão no braço de Kardama, ela encarou a região tocada pela ruiva, ainda confusa. O sorriso largo de Zelena se fechou no mesmo ritmo de uma cortina de teatro. ─ Certo, esqueça. Provavelmente não existe Oz no seu mundo.

─ E ─ Regina levantou um dedo com ênfase ─, isso explica porque você não tem pesadelos como nós ─ Kardama assentiu com a cabeça, voltando sua atenção para o suculento almoço. ─ Você parece faminta, há quanto tempo não come direito?

─ Ah, desculpe. Não queria parecer uma gulosa, mas, bem, passei por muitas realidades, algumas realmente atrasadas e sem tecnologia. E comida medieval não se compara a essa, isso quando não caçavamos o jantar ─ por um breve instante, toda a luz de alegria escapuliu da face dela. ─ No lugar em que eu nasci, e vivi praticamente toda a minha vida, comíamos restos. Quando finalmente saí daquele lugar detestável, o novo reino foi um amontoado de encantos e surpresas pra mim. Aqui, sinto um pouco daquela sensação de novo. Não só pela comida, mas principalmente pela comida ─ Regina riu baixinho. ─ Mas também pelas pessoas. Me sinto acolhida aqui.

─ Fico feliz que tenha se adaptado. E sua amiga, onde ela está? ─ Kardama olhou para trás, por cima do ombro, encarando a entrada do Restaurante da Vovó e em seguida se voltando para Regina.

─ Provavelmente assustando os seus amigos.

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─ Vocês são diferentes no meu mundo, sabe ─ Delahaye se apoiava no balcão, tamborilando os dedos na bancada à espera do pedido, enquanto encarava Malévola há dois bancos de distância dela. A Fada das Trevas sentiu que aquela garota poderia dissecá-la apenas com um olhar. ─ Tipo. Você usa chifres. O tempo inteiro.