guerreiros de cinzas ━ ouat x descendentes

20.ㅤㅤFreddie Facillier 𓂃

Realidade: 024
REINOS UNIDOS DE AURADON

A última coisa que Freddie queria naquela noite, era ter a Rainha Má sentada elegantemente em uma das cadeiras da mesa de jantar. O caos se impregnava do lado de fora, ela frequentemente conferia se as janelas e as portas estavam bem fechadas, numa dessas checagens, Célia tocou seu braço.

─ O papai já fez um feitiço com as sombras, estamos seguras aqui, Eddi ─ a garotinha assegurou. Freddie não conseguiu evitar aproximar sua irmã caçula mais de si, enquanto fitava Grimhilde por cima de seu ombro.

O Dr. Facillier voltou da cozinha, com uma xícara que fez deslizar para perto da Rainha. Ela ignorou a oferta, olhando direto para o homem.

─ Que cordial. É realmente apropriado que alguns me lembrem como rainha. O que ainda sou.

─ É o chá frio que sobrou de ontem ─ Facillier apontou com a cabeça para a xícara dos restos. Grimhilde apertou os dentes quando ouviu o risinho de Célia. ─ Não gosto de desperdiçar.

─ Ah ─ a Rainha Má cruzou suas pernas, descansando as costas no encosto da cadeira. ─ Sabe por que estou aqui, não sabe?

─ Sua amiga Malévola está decretando quem está com ela ou quem está contra ─ Grimhilde confirmou com um movimento leve do pescoço, sutil como uma pluma. ─ E quem está contra, automaticamente está do lado de Úrsula.

─ Sem parcialidades ─ a mulher exibiu os dentes, como uma víbora. Freddie pôs Célia atrás de suas costas.

─ Eu não luto. Ainda mais sem objetivos dignos ─ Facillier ergueu os ombros, girando um de seus anéis no dedo.

─ Conquistar Auradon e poder não é digno para você?

Facillier ficou em silêncio, ele virou seus olhos lentamente para suas filhas. Freddie se colocava na frente de Célia, como um escudo impenetrável, os olhos misteriosos e determinados a qualquer coisa para defender sua irmã. Dr. Facillier se lembrou que à frente de Freddie, ele deveria se pôr para proteger ambas. Se importava apenas com isso, ao contrário da maioria dos vilões.

─ Se você tivesse princípios estaria chorando a morte de sua filha ─ o homem foi direto e frio. Grimhilde não mostrou expressão, nem mesmo um fiapo de tristeza pela lembrança de sua Evie. Essa mulher tinha coração, afinal? ─ Não trabalho ou me alio com pessoas desse tipo.

─ Seus poderes serão úteis, todos sairemos ganhando ─ a Rainha Má se levantou, deu uma olhada de esguelha para as duas garotas perto da janela. Eram fracas e trêmulas, a mais velha tinha postura, nada além disso. Como duas aberrações frágeis poderiam ser suficientes para um homem poderoso como Facillier? ─ Uma aliança com...

─ Não estou interessado em trabalhar com você ou com Malévola. Nem mesmo com a Bruxa do Mar ou qualquer outro maníaco.

─ Se esconderá e fugirá como um perdedor?

─ Vocês matam os filhos de seus inimigos. E eles matam os seus. Minhas prioridades ─ Facillier apontou para Freddie e Célia. ─ São elas. E não vou colocá-las em risco, por poder nenhum, por guerra nenhuma.

─ Talvez você precise de tempo para pensar ─ Grimhilde deu de ombros, tentando acentuar seu tom de voz delicado.

─ Eu já decretei o meu lado. Nenhum. Agora vá embora da minha casa, e não volte mais.

Grimhilde girou os calcanhares, deu um suspiro exagerado de decepção e caminhou até a porta, tocando a maçaneta. Ela realmente não queria aquele vestido fedendo a fumaça, mas mentes fracas odeiam cooperar. Ela fechou a porta, a trancando.