A terrível surpresa

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Era o começo de uma tarde ensolarada em Praça Real quando o Príncipe Zuko foi para o mais longe possível do centro da capital da Nação do Fogo.

—Ela tem que estar lá! Ela tem que estar lá! — pensava ele.

O caminho era tortuoso, cheio de pedras enormes que deixavam escondida a caverna por onde ele entrou. Seguindo o caminho de sempre, saiu do outro lado da caverna e começou a descer pelas rochas, mas se deteve na ultima ao reconhecer aqueles cabelos negros.

Kira observava a paisagem que separava o vulcão e o lado de fora da capital. Havia uma escada de pedras em formatos estranhos que eles achavam não ser possível subir, por isso fizeram de lá, o lugar deles.

—Como foi na reunião de conselho? — perguntou.

—Hm, foi boa.

—Boa? A Azula também estava lá?

—Não, só eu fui. — respondeu o Príncipe.

—Menos mal. — respondeu Kira. Ela conhecia Zuko desde criança, sabia que o que quer que seja que tivesse acontecido, ele contaria quando estivesse pronto.

—Kira, eu não sei o que fazer, não sei como te falar.

—O que, Zuko?-Você tem que me prometer que depois que eu falar, você irá embora daqui rapidamente.

—Hm, ok. Tenho que ver o que fazer de janta mesmo. — respondeu ela sem graça.

—Eu não estou falando daqui, Kira. Estou falando da cidade. Da Nação do Fogo!

—Por que eu sairia daqui, Zuko? — perguntou.

—Você vai sair daqui, contar para seu pai e então vocês sairão da cidade o mais rápido possível. Ok?

— Eu não tenho motivos para sair da cidade!

—Isso é o que você pensa. — disse ele sarcástico. — Meu pai quer mandar seu pai pra frente de batalha!

—Mas ele acabou de entrar pra o treinamento. — disse ela assustada.

—Exatamente! Ele quer sacrificar a tropa para poder ter um ataque surpresa depois.

Kira não soube o que dizer, ficou calada enquanto os olhos angustiados de Príncipe Zuko a assistiam.

—Deve ter algo que se possa fazer...

—Não tem. Eu já tentei e não deu certo. Não tem mais o que fazer.

— O que você tentou?

—Eu falei com meu pai...

—E?

—Não foi bem ' falei', eu meio que disse que ele não poderia fazer isso.

Kira prendeu a respiração.

—No meio do conselho. Como castigo ele ordenou um Agni kai.

—Zuko! Por que fez isso?

—Você não entende não é?

— O que?

—Você acha que eu vou deixar seu pai ser morto e você ficar órfã? Ainda mais nesse período de guerra? Não vai demorar muito para ele mandar crianças dobradoras de fogo para a guerra também. Eu sempre vou proteger você! Foi o que eu disse no dia que lhe dei esse colar. Esse colar que você usa todos os dias. Eu não falei por falar. Eu vou sim te proteger!

Kira tentava sem sucesso secar as lágrimas que brotavam em seus olhos.

—E você também prometeu me proteger. Eu não esqueci. — Zuko levantou a manga da blusa e mostrou a pulseira que ela havia lhe dado.

Livro 1 - Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora