Capítulo 10

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Filipe

Chego na casa do desgraçado e bato na porta, ele abre e eu já vejo sua cara de drogado.

- Olá- empurro ele pra dentro e tranco a porta, mas quando olho pro chão vejo o que menos esperava.

A morena está jogada no chão, parece desmaiada, o rosto está vermelho e a boca sangrando.

- O que tu fez com ela?

- É minha filha, chegou em casa só agora, tava na casa de um desgraçado, dei uma lição nela.

Eu vou até ele e soco sua cara.

- Tu bateu na tua filha?

- Bati, por quê?

Dou mais um soco nele e vou até a morena, pego ela do chão e coloco deitada no sofá.

- Eu não tenho dinheiro- diz.

Olho pra ele e vejo que não está abalado por ter feito isso com a própria filha.

"o pai dela é viciado e ela passa por umas barras com ele, então ela não gosta que ninguém fume."

As palavras do playba amigo dela vem na minha cabeça, agora tudo faz sentido.

- Se tu não me pagar eu te mato.

- Eu não tenho dinheiro- se senta em uma poltrona- não tenho como te pagar.

- Mas vai dar um jeito.

- Leva ela- olha pra morena que ainda está desmaiada.

- Tu tá querendo da a tua filha como pagamento?

- Eu não gosto dela, pode levar, faz o que quiser, usa ela como seu depósito de porra, aproveita.

Eu vou até ele e soco seu rosto.

- Seu velho desgraçado, tu merece morrer.

Ouço um barulho e vejo a morena se levantando e correndo lá pra dentro.

Imagino por tudo que ela passa com esse filho da puta, comigo ela vai ficar um pouco melhor, pelo menos não vou bater nela.

- Eu aceito.

- Escolheu bem, ela é gostosa.

Como ele tem coragem de falar assim da própria filha??

Eu dou mais um soco em sua cara e ele cospe sangue.

- Para de falar assim da sua própria filha, desgraçado do caralho- aperto seu pescoço- tu vai morrer.- dou um empurrão nele e saio pra ir atrás da morena.

Encontro com ela chorando enquanto arruma as coisas dentro da mala, juro que não sei pra que tanta roupa.

- Vai logo, tempo é dinheiro.- digo impaciente e ela dá de ombros.

- Por que você não me deixa aqui? Eu juro que dou um jeito de pagar a dívida do meu pai.

- Você não deveria nem estar chamando ele de pai, e do que adianta você pagar? Quem é viciado nunca vai deixar de ser, morena, ele vai fazer mais dívida e vai sobrar pra tu de novo.

- Eu não quero ir com você, isso tá errado, a gente tá no século vinte e um, onde já se viu uma pessoa ser o pagamento de uma dívida?

- Quero saber isso de século não, pô, tu é minha. Agora adianta aí.

Ela fecha a cara e continua enfiando as coisas na mala.

Depois de quase uma hora, ela termina de arrumar tudo, levo as malas dela lá pra sala e o vagabundo ainda tá sentado no sofá.

Mando mensagem pra um vapor e ele logo vem pegar as malas da Anna que está parada olhando pra casa.
- Como você teve coragem de fazer isso?- pergunta indo até o vagabundo- eu ainda sou sua filha, sabia?

- Eu não quero você como filha, sua putinha, espero que ele dê um trato em você.

Eu vou até ele e soco várias vezes sua cara.

- Seu idiota do caralho, toma vergonha na cara, velho nojento.

- Que foi? Vai me dizer que você não vai tratar ela assim? Duvido.

- Como eu vou tratar ela é um problema meu.

- Eu te odeio- Anna grita e sai da casa batendo a porta.

Meu vapor vem buscar a última mala mas eu mando ele esperar.

- Mata esse desgraçado e some com o que sobrar dele, depois tu volta pro morro e espera que eu te recompenso por isso.

- Já é, patrão.

Faço um toque com ele, pego a mala dela e saio dali.

Encontro com a Anna encostada no carro e um vapor perto dela, coloco a mala no porta-malas junto com as outras e fecho.

Faço sinal pra ela entrar no carro e ela obedece.

Se for sempre assim vai ser bom, mas eu sei que não vai.

Entro no banco de trás e me sento atrás dela, meus dois vapores vão na frente e já ligam o carro.

- O outro não vem?- ela pergunta.

- Não.

- O que ele vai fazer com meu pai?

- Não chama ele assim.

- Eu chamo do jeito que quiser.

- Olha aqui- seguro em seu rosto- ou você me respeita, ou as coisas vão se complicar pra você, morena.

- Desculpa.

Solto o rosto dela e passo a mão por seus cabelos.

- Eu não quero te machucar, morena, só colabora comigo, eu sou muito explosivo, tá ligada? Qualquer coisa me deixa irritado, eu não quero te bater.

- Tudo bem- cruza os braços.

Ela vira o rosto pra olhar pela janela, entendo isso como um sinal de que ela não quer falar, então não insisto nisso e pego meu celular pra resolver umas coisas.

- Você mandou mata-lo?- diz quebrando o silêncio.

- Sim.

- Ele era única pessoa que eu tinha da família.

- Não deveria considerar um cara que te bate e te humilha como pai.

Ela não diz mais nada e chora baixinho.

Pô, ela queria o que? Que eu deixasse aquele desgraçado vivo? Nunca!

Só sei que ela vai me dar um puta trabalho, como eu vou explicar pra minha irmã que a amiga dela agora é minha porque foi dada como pagamento?

𝗣𝗮𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗶𝗼𝘀𝗼•• 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗥𝗲𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora