Filipe
Chego na casa do desgraçado e bato na porta, ele abre e eu já vejo sua cara de drogado.
- Olá- empurro ele pra dentro e tranco a porta, mas quando olho pro chão vejo o que menos esperava.
A morena está jogada no chão, parece desmaiada, o rosto está vermelho e a boca sangrando.
- O que tu fez com ela?
- É minha filha, chegou em casa só agora, tava na casa de um desgraçado, dei uma lição nela.
Eu vou até ele e soco sua cara.
- Tu bateu na tua filha?
- Bati, por quê?
Dou mais um soco nele e vou até a morena, pego ela do chão e coloco deitada no sofá.
- Eu não tenho dinheiro- diz.
Olho pra ele e vejo que não está abalado por ter feito isso com a própria filha.
"o pai dela é viciado e ela passa por umas barras com ele, então ela não gosta que ninguém fume."
As palavras do playba amigo dela vem na minha cabeça, agora tudo faz sentido.
- Se tu não me pagar eu te mato.
- Eu não tenho dinheiro- se senta em uma poltrona- não tenho como te pagar.
- Mas vai dar um jeito.
- Leva ela- olha pra morena que ainda está desmaiada.
- Tu tá querendo da a tua filha como pagamento?
- Eu não gosto dela, pode levar, faz o que quiser, usa ela como seu depósito de porra, aproveita.
Eu vou até ele e soco seu rosto.
- Seu velho desgraçado, tu merece morrer.
Ouço um barulho e vejo a morena se levantando e correndo lá pra dentro.
Imagino por tudo que ela passa com esse filho da puta, comigo ela vai ficar um pouco melhor, pelo menos não vou bater nela.
- Eu aceito.
- Escolheu bem, ela é gostosa.
Como ele tem coragem de falar assim da própria filha??
Eu dou mais um soco em sua cara e ele cospe sangue.
- Para de falar assim da sua própria filha, desgraçado do caralho- aperto seu pescoço- tu vai morrer.- dou um empurrão nele e saio pra ir atrás da morena.
Encontro com ela chorando enquanto arruma as coisas dentro da mala, juro que não sei pra que tanta roupa.
- Vai logo, tempo é dinheiro.- digo impaciente e ela dá de ombros.
- Por que você não me deixa aqui? Eu juro que dou um jeito de pagar a dívida do meu pai.
- Você não deveria nem estar chamando ele de pai, e do que adianta você pagar? Quem é viciado nunca vai deixar de ser, morena, ele vai fazer mais dívida e vai sobrar pra tu de novo.
- Eu não quero ir com você, isso tá errado, a gente tá no século vinte e um, onde já se viu uma pessoa ser o pagamento de uma dívida?
- Quero saber isso de século não, pô, tu é minha. Agora adianta aí.
Ela fecha a cara e continua enfiando as coisas na mala.
Depois de quase uma hora, ela termina de arrumar tudo, levo as malas dela lá pra sala e o vagabundo ainda tá sentado no sofá.
Mando mensagem pra um vapor e ele logo vem pegar as malas da Anna que está parada olhando pra casa.
- Como você teve coragem de fazer isso?- pergunta indo até o vagabundo- eu ainda sou sua filha, sabia?- Eu não quero você como filha, sua putinha, espero que ele dê um trato em você.
Eu vou até ele e soco várias vezes sua cara.
- Seu idiota do caralho, toma vergonha na cara, velho nojento.
- Que foi? Vai me dizer que você não vai tratar ela assim? Duvido.
- Como eu vou tratar ela é um problema meu.
- Eu te odeio- Anna grita e sai da casa batendo a porta.
Meu vapor vem buscar a última mala mas eu mando ele esperar.
- Mata esse desgraçado e some com o que sobrar dele, depois tu volta pro morro e espera que eu te recompenso por isso.
- Já é, patrão.
Faço um toque com ele, pego a mala dela e saio dali.
Encontro com a Anna encostada no carro e um vapor perto dela, coloco a mala no porta-malas junto com as outras e fecho.
Faço sinal pra ela entrar no carro e ela obedece.
Se for sempre assim vai ser bom, mas eu sei que não vai.
Entro no banco de trás e me sento atrás dela, meus dois vapores vão na frente e já ligam o carro.
- O outro não vem?- ela pergunta.
- Não.
- O que ele vai fazer com meu pai?
- Não chama ele assim.
- Eu chamo do jeito que quiser.
- Olha aqui- seguro em seu rosto- ou você me respeita, ou as coisas vão se complicar pra você, morena.
- Desculpa.
Solto o rosto dela e passo a mão por seus cabelos.
- Eu não quero te machucar, morena, só colabora comigo, eu sou muito explosivo, tá ligada? Qualquer coisa me deixa irritado, eu não quero te bater.
- Tudo bem- cruza os braços.
Ela vira o rosto pra olhar pela janela, entendo isso como um sinal de que ela não quer falar, então não insisto nisso e pego meu celular pra resolver umas coisas.
- Você mandou mata-lo?- diz quebrando o silêncio.
- Sim.
- Ele era única pessoa que eu tinha da família.
- Não deveria considerar um cara que te bate e te humilha como pai.
Ela não diz mais nada e chora baixinho.
Pô, ela queria o que? Que eu deixasse aquele desgraçado vivo? Nunca!
Só sei que ela vai me dar um puta trabalho, como eu vou explicar pra minha irmã que a amiga dela agora é minha porque foi dada como pagamento?
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗣𝗮𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗶𝗼𝘀𝗼•• 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗥𝗲𝘁
RomanceTudo começa com uma dívida, que no caso, terá uma pessoa como o pagamento. Duas pessoas totalmente diferentes, aquele tão famoso oposto, mas será que dessa vez eles irão se atrair? ••iniciada em abril de 2022•• •• Republicada em dezembro de 2023••