capítulo 40

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Filipe


Eu já tô vendo um buraco sendo feito nesse chão de tanto que eu tô andando pra lá e pra cá, papo reto.

Faz quase uma hora que eu tô aqui, nervoso pra caralho.

Só de pensar que daqui a pouco eu vou conhecer meu filho, meu irmão, bate um negócio sinistro na mente.

Logo ouço o barulho de um carro estacionando e eu já fico como? Com as mãos suando.

Abro a porta e vejo a Anna descendo do carro, como essa casa fica no alto do morro, não tem vizinho fofoqueiro por perto.

Ela vai até a parte de trás e abre a porta.

Meu coração acelera pra caralho nesse momento.

Não fico assim nem quando vou assaltar um banco.

Logo eu vejo ela com um carinha nos braços.

Puta que pariu, meu irmão, meu coração vai sair do peito.

Ela olha pra mim e eu intercalo meu olhar entre ela e o meu filho.

Ela fala alguma coisa com o amigo que ainda está dentro do carro e começa a andar em minha direção, é como se tudo ficasse em câmera lenta, tá ligado?

Ela se aproxima de mim e eu posso ver direito o rostinho do meu filho.

O moleque é bonito pra caralho, é a cara dela, pô.

Eu dou espaço pra ela passar e fecho a porta em seguida.

- Filho- a Anna diz e eu olho pra ele que está com o dedo na ponta do nariz e olhando. - Vai no colo dele- diz pro menino que pela primeira vez me olha.

Ele fica me encarando e eu vejo seus olhos que são da mesma cor que os da Anna.

Eu me aproximo dele e estendo meu braço.

Demora um pouco, até que ele se joga pro meu colo.

Eu sorrio e cheiro ele.

Meu filho.

Coloco ele de um jeito no meu colo em que possamos nos olhar.

- Oi, Theo, eu sou seu pai- sorrio emocionado e deixo uma lágrima cair.

Ele olha pra Anna que está observando a gente, depois olha pra mim e coloca a mão em meu rosto, passando a mão por ele.

Eu fecho meus olhos ao sentir a mãozinha dele na minha testa, mas abro quando sinto um tapa.

Moleque me bateu, menor, pode isso?

Eu dou risada e a Anna também.

- Papai- diz e então me abraça.

Eu abraço ele e puxo a Anna também.

Que coisa doida.

Caralho.

Que sensação foda do caralho.

Escuto um barulho e olho pra Anna que está chorando.

- Desculpa, é que é emocionante- sorri em meio as lágrimas e se afasta.

O Theo afasta o rosto do meu pescoço e me encara novamente.

Eu vou até o sofá e sento com ele em meu colo.

- Bonitão você- digo pra ele que sorri mostrando os dentinhos e brinca com as minhas correntes.

- Olha- me mostra o pingete de arma do meu cordão- pou pou.

- Beleza em Anna, tá ensinando bem- digo pra ela que dá risada.

- Foi tudo o avô postiço dele, eu não tenho nada a ver com isso.

𝗣𝗮𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗶𝗼𝘀𝗼•• 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗥𝗲𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora