capítulo 54

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Fiquei um pouco mais de duas horas doando sangue, eu tô me sentindo muito fraca.

Depois que a transfusão terminou, eu deixei um beijo no Filipe que ainda tava desacordado e vim direto pra lanchonete do hospital comer alguma coisa.

As meninas estão aqui comigo, o pessoal do morro ligam a todo momento pra saber de alguma novidade, tem muita gente preocupada com ele.

- Amiga, vai pra sua casa, toma um banho, tenta dormir um pouco- A Karol diz me olhando- você também, Isa, vocês precisam descansar um pouco.

- Eu não vou- digo- quero ficar aqui.

- Amiga, da pra perceber o quanto você está cansada, vai dormir um pouco, por favor, fica com o Theo, pode deixar que eu vou ficar aqui- a Isa diz.

- Mas você também está cansada, amiga.

- Todos estamos, vamos combinar o seguinte: você vai, descansa um pouco e depois que você voltar, eu vou.

Penso um pouco e resolvo concordar, eu tenho que ver o Theo também.

[...]

Enfim estou de banho tomado e deitada na minha cama junto com o Theo, eu pedi para que o Lucca fosse me buscar no hospital e que levasse o Theo com ele, aí a gente veio aqui pra minha casa.

Eu tirei um cochilo de mais ou menos quatro horas, não consegui ter um sono pesado já que minha cabeça tá a mil, meus pensamentos estão todos no Filipe.

A Isa acabou indo pra casa dela também já que tava quase dormindo em pé de tanto sono.

O Gm mandou una vapores de confiança e que estão com a ficha limpa ficarem de guarda lá no hospital, só pra previnir que não tentem fazer nada.

- Mãe- o Theo me chama.

- Oi meu amor.

- Cadê o papai?

É a quinta vez que ele faz a mesma pergunta.

- Papai tá doente, vida, mas já já ele tá melhor.

- Porque você não deu um beijo pa ele salar?

Eu vou chorar...

Eu sempre dei beijos nos machucados que o Theo arrumava, ele se acostumou com isso e acha que tudo pode se curar com um beijinho.

- Não é tão fácil assim- puxo ele pra deitar em meu peito- mas logo logo ele vai estar aqui com a gente.

De repente a porta do meu quarto é aberta bruscamente e o Lucca passa por ela mais branco que um papel.

- O que foi agora?- me sento na cama.

- Invadiram o morro novamente.

É pedir muito 1 minuto de paz?

- Tá brincando, né?

- Não, o Bope invadiu o morro, dessa vez junto com a policia civil, eles foram atrás da pacificação, e... conseguiram.

Não é possível, como isso foi acontecer?

Na hora a minha mente vai até o Filipe que ainda está desacordado, imagina como ele vai reagir quando souber disso tudo? Quero nem imaginar.

- Mas como o pessoal está?

- A Isa me ligou, ela tava tentando falar com você, os caras tomaram conta de tudo, tão invadindo todas as casas pra procurar armas e drogas, o morro virou um verdadeiro inferno, os moradores estão com medo de sair de suas casas porque os polícias estão abordando todos e apontando uma arma pra que eles confessem o que sabem sobre esconderijos.

Essa é a paz que eles presam?

- A Isa me disse que morreu muita gente, alguns foram presos e a maioria fugiu, incluindo o Gm, Ph, Th e Paulinho.

Puta merda, o arsenal de armas do Filipe, se os policiais encontrarem aquilo tudo, fudeu.

- Fica aqui com o Theo, vou ligar pra Isa- me levanto e pego meu celular que estava carregando, na hora vejo muitas ligações perdidas e mensagens de várias pessoa.

O Lucca se senta na cama com o Theo e eu saio do meu quarto enquanto procuro o número da Isa.

**Ligação On**

Oi Anna- ela diz com uma voz nervosa.

- Você tá na sua casa?

- Tô, eu tô morrendo de medo, Anna, não tenho notícia dos meninos...

- Amiga, eles estão indo em todas as casas em busca de armas e drogas, tem o arsenal do Filipe aí, se eles verem isso, fudeu tudo.

- Eu sei disso, inclusive tô aqui dentro agora pensando como esconder tudo isso.

- Se lembra do cofre que tem atrás da parede? É impossível alguém desconfiar que tem algo aí, faz o seguinte, abre o cofre e coloca tudo pra dentro.

- É muita coisa...

- Eu sei, mas você tem que fazer isso rápido, recolhe todas as armas dessa casa, se eu não me engano até no banheiro tem.

- não é mais fácil eu abandonar a casa e deixar ela pras armas?

- Não, amiga, não é.

- Beleza, vou fazer tudo aqui e depois te mando mensagens. Outra coisa, não vou poder sair daqui, os polícia proibiram entrada e saída do morro.

- Que caralho viu, já já eu vou pro hospital ver como o Filipe tá, ainda não sei como vou falar tudo pra ele.

- Ele vai surtar, mas você tem que falar, só não deixa ele fazer merda.

- Tá bom, amiga, cuidado aí. Te amo.

- Amo você.

**Ligação off**

Eu me sento no sofá e vejo se tem alguma mensagem interessante, mas não tem nada demais, ia mandar mensagem para os meninos mas é óbvio que eles já não estão mais com o mesmo número.

Vou de novo pro meu quarto e vejo o Theo socando o Lucca que tenta se proteger.

- Lucca, consegue ficar com ele pra eu ir no hospital?

- Se ele não me matar espancado- da de ombros e eu rio fraco.

- Vai nada, confia.

Eu calço um tênis e pego a minha bolsa.

- Theo, a mamãe vai sair e volta logo, tá bom? Obedece seu tio e não apronta.

- Tá bom mamãe- sorri mostrando os dentinhos.

- sorriso de quem tá pensando em trancar o tio Lucca dentro do banheiro e ficar assistindo aqueles cachorros estranhos sossegados.- ele diz todo dramático e eu rio.

- Só você mesmo pra me fazer rir em um momento como esses, mas é isso, vou indo lá, lá na cozinha tem tudo que ele gosta de comer, aí você escolhe.

Depois de passar mais algumas informações, me despeço deles e vou até a garagem pra pegar o meu carro.

Eu tô muito preocupada com o que tá acontecendo, não sei notícia nenhuma dos meninos, e tô mais preocupada ainda com a reação do Filipe quando souber de tudo.

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Comentem, talvez volte ainda hoje com mais um capítulo.






𝗣𝗮𝗴𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗶𝗼𝘀𝗼•• 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗥𝗲𝘁Onde histórias criam vida. Descubra agora