|Capítulo 40|

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Leah Pfeifer

- Eu te falei que te encontraria - eu ainda estava muito pálida e fora de mim para crer naquela minha visão. Não poderia ser. Era mesmo real? Seria possível? - Deveria ter-me casado com a senhorita quando eu tive a chance, está mais linda do que nunca.

Rio alto e cruzo os braços, olhando-o seriamente, porque eu não acreditava que ele teria feito aquela besteira enorme por minha causa.

- O que o senhor faz aqui? Deveria estar fugindo, enquanto lhe resta chance alguma de sobrevivência - eu argumento ainda brava. Como ele poderia ser tão burro? Certamente inteligência não era um dos seus pontos forte na qualidade.

- E o que é viver se eu não posso degustar desta visão encantadora todos dos dias? - reviro os olhos longamente quase sendo possível arrancar de minha face, porque aquilo era a maior idiotice que ouvi na vida.

- Soldado Johannes, não me corteje - ordeno o observando sem muito ânimo, porque já estava com muitas preocupações atoladas em minha mente, com ele aqui, era mais uma para acrescentar em minha lista.

- Antigamente a senhorita se derretia - ele me recorda de minha mocidade, quando eu mal conhecia aquele sentimento de amar alguém fora a minha família. Contudo, hoje eu sei o que é isso e não precisava da ajuda dele para desfrutar desta paixão ardente.

- Falou muito bem, antigamente - eu caminho até ele e paro em sua frente -, hoje eu não tenho mais intenções para com o senhor, devo lhe informar que veio por motivos em vão... Com a sua licença, eu peço que se retire.

Johannes franze o cenho me observando por inteira, expressando uma careta engraçada, mas que eu não rio. Ele continuava com a sua mania peculiar de segurar o seu queixo e bater o dedo indicador em sua face, raciocinando alguma coisa que se passou em sua mente. Logo para e me abre um sorriso mais gentil e menos galanteador, com olhos amigáveis e alegres do quais eu me lembrava perfeitamente.

- Já desvendei o mistério de sua postura séria: quem foi o sujeito mal caráter que roubou seu coração de mim? - eu arregalo os olhos e não tenho tempo algum de responder, pois ele já estava o fazendo por mim: - Ficou claro depois de não parecer contente em me ver aqui, porque isso significa culpa por não me querer mais e apreensão em como me expulsar daqui...

- Eu não sinto culpa alguma... Eu só estou vendo como o senhor é brincalhão e não pensou seriamente na gravidade ao vir até mim me procurar. Procurar por uma pessoa que poderia ter morrido há anos! Como pode ser tão descuidado?! - bato nele como fazia antigamente, após aprofundar em uma intimidade, que me permitia ser mais liberar com as minhas reações corporais.

- É bom saber que ainda se sente livre perto de mim - responde ignorando os meus questionamentos, puxando o meu queixo de forma gentil e brincalhona, somente me provocando.

- Não se sinta privilegiado por isso - porque eu faço com outro homem também -, eu executo essas minhas ações em nome de sua mãe, que está no céu pensando como pode dar a luz a alguém sem um bom senso e juízo.

Viro-me para sair de perto dele, porém, Johannes segura a minha mão não me permitindo sair dali. Eu subo o olhar para os seus olhos castanhos claros e me arrependo do que encontro ali. Procuro desviar o olhar e até mesmo girar a cabeça para outra posição, porque aquilo que eu vi me deixou constrangida.

- Eu vim por causa da promessa que eu fiz para o seu pai, Leah. Após a sua morte, eu prometi retornar para você e cuidar da família que ele estava deixando... Era o meu dever - ele me afirma ainda segurando a minha mão e eu não a solto por não ter palavras ou forças para lutar contra as lágrimas, que apareciam em meus olhos. Ele foi a última pessoa a ver o meu pai, lutar ao seu lado e se despedir aonde quer que ele tenha sido enterrado. Eu nunca pude o fazer.

Amor a Toda ProvaOnde histórias criam vida. Descubra agora