|Capítulo 42|

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Leah Pfeifer

Ela abre um sorriso sarcástico para mim e me faz uma reverencia devido ao meu nome e o significado, mas eu sabia que era somente gozação comigo para me chamar daquela forma. Eu a olho, ferida com as suas palavras, porém, não mais do que Rustan, que ao meu lado ameaça partir para cima dela. Ele já estava cansado dos chamamentos vulgares e sem respeito referente a mim, porém, algo o impedia de voar no pescoço dela e a estrangula-la. Talvez eu.

Da última vez que houve um conflito verbal direito, eu o segurei e pedi para se calar, no entanto, vendo a nova situação, eu não creio que ele irá me obedecer tão facilmente, ainda mais depois de alertá-la o que aconteceria se ele a visse me insultando novamente.

Atrás dela aparece Johannes, que não compreendia na situação em que estava entrando, mas certamente defenderia Beike por ele ser um soldado inimigo. Aquilo estava ficando cada vez pior!

- O que foi? Não irá se opor a minha observação meticulosa, insultando-me e me inferiorizando ou não consegue fazer isso, porque sabe o que eu falei é somente a verdade? - ela desafia Rustan a mostrar aquele lado mais sombrio dele, um que eu reconheci quando lutou contra Vlad e o destruiu. - Parabéns, soldadinho, você transformou a senhorita perfeitinha em uma verdadeira prostituta.

E com aquele comentário, foi a gota d'água. Sem dar tempo para eu piscar, ele avança furiosamente na direção dela, mas não com o intuito de machuca-la, somente de fazê-la se calar e não dizer mais asneiras. No entanto, assim que Johannes vê Rustan indo na direção da minha prima, ele a puxa para trás e deposita um gancho de esquerda em Rustan, que felizmente se desvia com facilidade e o acerta com um de direita.

Fico atônita com toda a situação e não consigo me mexer nos primeiros segundos. Tudo aconteceu tão rápido. Os dois já estavam rolando no chão do corredor, Rustan em cima dominando a confusão e Johannes tentando reverter o resultado final.

Quando percebo que o clima se esquentou e que eles não iriam parar tão cedo até um deles acabar se matando, eu corro até deles e puxo inutilmente Rustan para trás, tentando arranca-lo de cima de meu amigo. Urro brava ao notar que nenhum deles se importava com a minha interferência e não tinham a intenção de parar a luta. Julgo pela intensidade das investidas de ambos que eles desejavam se matar deste o primeiro momento que se viram.

Eu tinha que pensar rápido em como separa-los antes de tal ponto crítico chegar, mas nada vinha a mente. Muito embora eu gritasse, eles não me ouviram por puro capricho e ego inflado em ver quem seria o ganhador. Suspiro, irritada por Beike mais uma vez se meter aonde não foi chamada e causar mais confusões.

Aquela briga me recordada de conflitos territoriais de gatos que viviam aparecendo em casa, e a melhor maneira que eu encontrava para separa-los era com água. Eu não sei quanto Johannes, mas Rustan ficaria raivoso se eu o fizesse, contudo, circunstâncias drásticas pedem medidas drásticas!

Corro em direção ao meu apartamento e vou até o balde que eu guardava água, agora, após longos dias sem uso, ela se tornou mais barrenta e uma cor menos translucida, uma que eu certamente não usaria em mim, quanto mais jogar neles. Porém, eu não tinhas mais recursos ou opções, era aquilo ou nada!

Pego o balde às pressas, deixando água se esparramar para todos os lados, empoçando nos lugares que eu passava. Sem pensar duas vezes e tomando uma armadura da coragem, eu jogo a água neles sem mais tardar, molhando de cima a baixo ambos, que em um pulo saem de perto tentando compreender o que aconteceu.

Eles olham para mim chocados com a minha impulsividade, arregalando os olhos soltando faíscas deles e fumaça pelas narinas. Ambos bufam juntos e se encaram e reviram os olhos ao perceberem que fizeram igual.

Amor a Toda ProvaOnde histórias criam vida. Descubra agora