|Capítulo 50|

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Leah Pfeifer

Rustan estava parado bem no centro do palco bem de frente comigo, ao seu redor haviam vários lampiões acessos, iluminando todo o ambiente como se fossem as estrelas do céu na Terra, afastando toda a escuridão do ambiente. Eu o olho sem encontrar as palavras exatas do que eu sentia e como me descreveria naquele momento, mas sabia de uma coisa de tudo aquilo: a cada dia mais que eu o conhecia, me lançava perigosamente em um caminho sem volta - e talvez eu nem queria mesmo voltar, porque ama-lo era, sem dúvida, a melhor coisa que já me aconteceu desde o dia em que começou essa maldita guerra.

A magia retorna ao ambiente e eu recordo de momentos de risadas e gritos, aplausos com a minha família sentada naqueles bancos. No entanto, o momento de agora era totalmente diferente daquele. O amor por ele era ímpar em relação a minha família, o que fazíamos ali era descomunal. Não tinha como comparar. Mas eu sabia que ambas seriam eternas em meu coração.

- Rustan... - minha voz sai em um sussurro tímido e fraco com imensidão do que ele havia feito para mim.

- O que é o amor? - ele me faz uma pergunta retórica, começando o que havia em mente e eu procuro rapidamente um assento, pois não saberia se teria compostura até o final de sua apresentação. - É o fio invisível que nos une, é a paz no meio de uma guerra. A compaixão pelo outro desconhecido.

Rustan faz uma pausa e olha para o horizonte, retirando de seu esconderijo o tesouro oculto dos olhos de todos, expondo-o a mim de graça.

- O que é a esperança? É a fé pelo amanhã, a certeza de que o sol nascerá.

Ele volta seus olhos para mim e diz me olhando intensamente:

- E o que é te amar? Como o mar, meu amor é profundo e minha entrega desconhece fronteiras. Quanto mais me doo a ti, mais eu tenho, pois tanto meu amor quanto a minha entrega são infinitas. E o que mais é o amor, se não a mais discretas das loucuras, fel que sufoco, doçura que preserva?

A voz dele se transforma em um tom mais rouco e sedutor; quando ele falava de seus sentimentos, era a voz de seu coração na qual eu ouvia e me atraia ainda mais para si.

- Como posso ir embora, quando meu coração está aqui? Não me peças que vá, pois aonde quer que tú fores, ali irei eu. Pois meu coração desconhece o que foi o amor antes de agora, porque nunca tinha visto a verdadeira beleza antes desta noite.

Ele se aproxima de mim ainda em cima do palco.

- Não tenho outro, prata, terras, nem ao menos somos de nações amigas. Porém, se for digno aos teus olhos, o que eu tenho em me coração, eu te dou. Porque eu não aceito mais a guerra, o medo, a fome, pestes, o mundo inteiro querendo nos separar. Nada vai me separar do seu amor. Nada pode me separar dele. O verdadeiro amor nunca trilhou caminhos fáceis, mas com a paciência e determinação, nós construiremos as pontes que nos separam.

Rustan desce e me puxa para cima, segurando a minha mão e meu coração não conseguia acompanhar as badaladas de meus sentimentos.

- Leah, somos bem mais do que apenas dois jovens loucos querendo fugir da realidade da vida. Somos a esperança do amanhã. Leah querida, eu sei que alguns momentos nunca voltarão, pessoas amadas nunca retornarão aos lares, que sentimentos foram descontraídos, cicatrizes criadas... Mas existe também momentos que serão eternos. Lembranças vívidas que foram feitas para durar por toda a eternidade. Pessoas que marcaram a nossa vida. Vitórias ganhas. E meu maior triunfo foi ter a oportunidade de te conhecer. Se passasse somente um dia com a senhorita pelo resto de minha vida, ainda seria o melhor dia de todos.

Amor a Toda ProvaOnde histórias criam vida. Descubra agora