Rustan Abromowitz
A explosão nos impulsiona a rapidamente escondermos nossas cabeças pelos destroços que voaram dela. Não fico surpreso pela armadilha feita por um deles, porém, eu deveria ter desconfiado que tivessem preparado por alguma coisa, pois sei que não se entregarão facilmente, e o preço desta teimosia e orgulho será a morte.
Escuto os gritos dos soldados feridos, o machucado parecia superficial, mas ainda sim ardia em chamas. Ordeno que um deles fique para trás, cuidando dos feridos somente para certificar que estava tudo bem e que conseguiriam ao menos nos providenciar uma retaguarda forte.
Havíamos saído com sete homens, um tinha sido atingido em cheio pela explosão e outros dois com ferimentos um pouco mais leves, contudo, poderia rapidamente piorar a situação. Com isso, a minha ordem para recuo e cuidados médicos. Sendo assim, somente eu, Aleksandr e mais um soldado vamos diretamente ao conflito.
Lentamente, andamos pela rua abandonada, observando atentos a qualquer movimentação suspeitas por dentre as árvores, janelas ou qualquer coisa que se mexa em nossa frente. Com os olhos bem abertos, eu sinto a ansiedade e adrenalina correrem veloz sobre as minhas veias, acelerando o meu coração em meu peito e ensurdecendo os meus ouvidos tamanha tensão que enraizava em meu peito.
Estar em um combate era bem mais fácil do que ter que enfrentar companheiros de guerra. Por mais que eu não fosse próximo a eles e que eles me odiavam por ficar com os privilégios que os outros colocavam de bom grado em mim, eu sinto um leve receio no que exercia. A estranheza do momento me leva a duvidar se eu cumpria aquilo pelo bem.
Todavia, eu logo afasto esta linha de raciocínio, pois bem sei que estes três ordinários não são meus companheiros, muito menos amigos. Eles ousaram machucar Leah de uma maneira cruel e humilhante, feriando a alma dela em pedaços, rasgando sua essência e significado de viver. Por que e para que viver se o mundo virou as costas para você e te jogou no fundo do poço, sem dar um pingo de esperança de que tudo ficará bem? — esse foi o rumo dos pensamentos dela, quando eu a conheci. Pergunto-me no que tem em mente neste exato momento...
Queria conseguir mostrar a ela que estou aqui para salvá-la, ao menos um sinal de que tudo no fim dará certo. Espere por mim, Leah, pois eu estou indo ao seu encontro. Fique firme e forte, não se desespere, porque tudo acabará bem.
Eu me deparo com o edifício caindo aos pedaços, mas apenas uma parte da construção havia sido gravemente destruída, já que outra tinha sobrevivido aos ataques pela construção bem solidificada. Meus olhos buscam justamente pelas brechas daquele prédio, pois seria ali que os três se esconderiam e atirariam em nós a qualquer instante.
Não tardando o meu pensamento, ouço o de um disparo e no mesmo instante o meu coração atropela todos os compassos me alertando que devo fugir e me proteger furtivamente, pois senão, seria vítima de uma bala.
Ignoro toda tensão de meu ser, as tremedeiras e picos de ansiedade, o medo e insegurança, e faço o que sempre realizei durante anos naqueles combates: lutar e sobreviver. Atrás de mim, vejo Aleksandr e Kozma, o outro soldado, abrirem fogo para tentar controlar a situação e não serem atingidos pelas balas cegas. Aproveito-me da situação para correr para o lado de dentro e encontra-los antes que fosse tarde demais.
No entanto, o fogo para cima de meus companheiros estava forte demais, realmente muito bem equipado e preparado para a nossa visita, eu não poderia deixa-los a mercê da sorte. Mas também não poderia demorar e prolongar o sofrimento da doce Leah. Eu tinha que analisar e efetuar e rápido alguma de minhas concepções, caso contrário, eu perderia bem mais do que só um soldado.
Xingo mentalmente pela minha conduta heroica, apertando as mãos e cravando as unhas em minhas palmas, sentindo a raiva subir para o meu cérebro. Naquele instante eu desejava socar a primeira coisa que aparecesse em minha frente. Urro de desprazer e tomo a minha decisão do que deveria ser feito naquela situação.
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Amor a Toda Prova
Historical FictionNo final da segunda guerra mundial, Leah, uma alemã que vive com uma prima de seu falecido pai, sente em sua própria pele os horrores que uma guerra produz, sentindo a extrema necessidade pela sobrevivência, ainda mais com a notícia do avanço dos so...