3. Tudo Que Você Me Roubou

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WANDA MAXIMOFF

Foram dois dias em inteira agonia.

Busquei Natasha em todas as redes sociais, coisa que eu não tinha feito sequer uma vez durante todos esses anos. Tentei de todas as maneiras encontrar uma solução para aquele problema, uma alternativa que fosse qualquer coisa, menos o que se passava pela minha cabeça.

Natasha não seria capaz de me esconder algo assim. Ninguém age com tamanha crueldade. Eu vi os exames de farmácia dando negativo, presenciei a aparente frustração dela, que espelhava a minha naquela época. Ela não poderia ter me manipulado de tal forma. Era inaceitável.

Mas aí, ao mesmo tempo, eu lembrava que ela tinha simplesmente quebrado meu coração sem nenhum motivo aparente e uma parte de mim começou a pensar que Natasha Romanoff era capaz de tudo.

- Você ainda está ai? -Victor perguntou entrando no escritório que havia em nosso apartamento. - Venha para cama, está fria e vazia sem você.

- Estou inquieta, não quero atrapalhar seu sono. -ele sorriu com carinho para mim, depositando um beijo sobre meus cabelos.

- Ainda pensando nos dois garotinhos? -questionou e apenas acenei com a cabeça.

Em um primeiro momento pensei em não contar nada, afinal ainda era uma dúvida e eu sequer sabia como dizer ao meu marido que, possivelmente, eu tinha dois filhos. Mas conforme eu investigava, tudo se concretizava ainda mais na minha mente e então abri o jogo. Afinal, antes de tudo éramos amigos e eu não queria esconder nada dele.

- Vou procurá-los amanha. -avisei, minha decisão tinha sido tomada. - Não consigo mais conviver com essa dúvida pairando sobre mim.

- Não é desnecessário se desgastar dessa forma? As crianças provavelmente não tem nenhum conhecimento sobre isso e a mãe deles não me parece ser uma pessoa confiável. -Victor ponderou. - Podemos pedir para um dos advogados da empresa entrar com uma ação, pedido de DNA, o que quer que seja necessário.

No fundo eu sabia que era a decisão mais sábia, eu deveria ir legalmente munida para enfrentar essa situação, mas ao mesmo tempo eu queria descobrir tudo por conta própria, ter a certeza de onde estava pisando. Eu precisava desse contato.

- Vou fazer as coisas do jeito que acho que devo fazer. -respondi, esperando que ele não ficasse chateado. - Mas obrigada por oferecer ajuda.

- Estou aqui para apoia-la em qualquer decisão. -ele me deu mias um beijo, dessa vez sobre os lábios. - Venha para cama quando se sentir confortável, estarei esperando por você.

Victor era o homem mais compreensível da face da terra e, diversas vezes, eu me perguntava se realmente o merecia. De certa forma, eu nunca poderia entregá-lo meu coração integralmente, porque parte dele tinha sido destruído há muitos anos atrás.

Passei a noite em claro, voltando para o quarto apenas quando os primeiros raios de sol davam bom dia. Esperei pacientemente as horas passarem, com a expectativa crescendo dentro de mim cada vez mais.

No fim do dia, quando finalmente achei que era a hora certa, dirigi sem nenhuma calma em direção à escola. Respirei fundo, minhas mãos suavam e minha boca estava completamente seca.

Era hora de descobrir a verdade.

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- Mãe? -William falou novamente, sua voz um pouco mais calma agora. - O que está acontecendo?

Natasha olhou nervosamente para os meninos, sua boca abria e fechava diversas vezes, tentando encontrar uma resposta plausível.

- O que a Dra. Maximoff está dizendo é real? -Thomas questionou também, os olhinhos ansiosos buscando qualquer reação de sua mãe.

The Life That You Stole From MeOnde histórias criam vida. Descubra agora