7. Nova Rotina

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NATASHA ROMANOFF

A conversa com Wanda não tinha sido fácil, embora eu soubesse que tínhamos chegado em um ponto onde nenhuma das duas queriam avançar, pelo menos não por enquanto.

Parte de mim sempre entenderia o ressentimento dela, nunca foi uma dúvida para mim que o que eu fiz foi completamente errado, mas minhas razões eram muito claras em minha mente naquela época.

- Pensativa, Romanoff? -uma voz soou atrás de mim, me fazendo pular de susto. - Você nem me viu entrar.

- Meu Deus, Maria! -reclamei, colocando uma mão sobre o coração. - Você quase me mata do coração.

Maria Hill era uma amiga de longa data. Nos conhecíamos há pelo menos cinco anos, quando ela se mudou para a mesma rua que eu morava. Nossa relação tinha se complicado ao longo dos anos, mas eu costumava não pensar muito nisso ultimamente.

- Não tenho culpa se você estava no mundo da lua. - ela deu uma risadinha e então se inclinou sobre o balcão. - Você sumiu, não atende minhas ligações, não aparece para conversar... Então eu tive que vir até aqui.

- Você não tem ideia da loucura que minha vida se tornou. -resmunguei, pensando em tudo que havia acontecido nos últimos dias.

Maria tinha razão, no entanto. Eu havia ignorado todo e qualquer contato, não só com ela, mas com basicamente todo mundo. Não que eu tivesse muitos amigos ou um círculo social extenso, mas eu tinha me afastado até mesmo de Steve e Peggy.

- Que tal se você me contar tudo o que aconteceu? -ela disse olhando seu relógio no pulso. - Se eu bem conheço seus horários, estamos na hora do seu almoço.

Ponderei aquilo por um momento e não pareceu uma ideia de todo ruim. Conversar com alguém que não estivesse envolvido em toda essa loucura talvez me ajudasse a ver as coisas com mais clareza.

- Acho que pode ser uma boa ideia. -concordei dando a volta no balcão para sairmos.

Sentamos em um bistrô não muito longe da loja e pedimos nossa comida. O lugar não estava muito cheio e conseguimos conversar com tranquilidade.

Contei toda a história a ela. Bom não toda, mas tudo aquilo que precisava ser dito. Contei sobre Wanda e sua repentina volta, sobre como os gêmeos estavam animados por ter uma nova mãe, ainda que isso fosse difícil para eles.

- Nat, eu sinto muito. -ela disse parecendo realmente preocupada, sua mão tocando a minha sobre a mesa e se mantendo ali. - Você sabe que não precisa fazer nada disso sozinha, não sabe?

- Obrigada, Maria. -retribui o toque, me sentindo confortável naquele momento. - Embora eu ainda tenha dificuldade de me abrir para as pessoas, foi bom conversar sobre isso com você.

- Estaria por perto muito mais se você me permitisse. -ela jogou como quem não quer nada.

Isso era uma verdade, desde que nos conhecemos Maria e eu tínhamos nos envolvido nesse lance que nunca se concretizava. Não por parte dela, é claro. Eu me perguntava porquê ela ainda insistia.

- Eu sei. E você sabe que é complicado. -desconversei, não querendo iniciar mais um assunto difícil naquele momento. - Bom, tenho que ir. Wanda vai pegar os garotos na escola e então levá-los para passar o fim de semana com ela. É a primeira vez, quero deixar tudo organizado.

- Posso te acompanhar se você quiser. -Maria disse tranquilamente. - Talvez assim você entenda que não precisa fazer tudo sozinha.

Pensei por um momento na sua proposta e não pareceu de todo ruim. Era uma situação incomum e difícil, eu precisaria de algum suporte.

The Life That You Stole From MeOnde histórias criam vida. Descubra agora