2. A Verdade

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NATASHA ROMANOFF

Quando Sharon me ligou dizendo que Billy e Tommy estavam machucados em um hospital, senti como se meu corpo todo paralisasse por um momento. Engoli o nervosismo e tratei de largar tudo que estava fazendo e corri ao encontro deles.

É claro que a professora me acalmou e explicou que eram lesões superficiais, mas isso não mudou em nada meu desespero. Só quando já estava com meus pequenos e coloquei os olhos sobre eles, meu coração conseguiu um pouco de sossego.

Ser mãe solteira não é fácil, obviamente estou arcando com as consequências das minhas próprias escolhas, mas isso não muda o fato que criar dois garotinhos nesse mundo insano é algo extremamente dificultoso. William e Thomas são a minha felicidade diária, mas também o meu maior erro. Não por eles, mas por todas as decisões que tive que tomar.

- Mamãe, será que a doutora ainda vai demorar? -Billy questionou franzindo suas sobrancelhas juntas, ele estava claramente chateado e eu apenas suspirei.

Ele era tão parecido com ela algumas vezes, quase como um fantasma que estava disposto a me amedrontar em uma base diária. É claro que, embora eu tenha gerado os dois, geneticamente eles tinham o DNA dela, mas muitas vezes as semelhanças iam além da aparência.

Tommy também tinha traços que se assemelhavam à Wanda, mas a sua personalidade tinha se moldado muito mais à minha ao longo dos anos. Principalmente o meu temperamento mais explosivo. É por isso que nenhum espanto me foi causado quando soube que ele estava no hospital depois de brigar para defender o seu irmão.

Billy me lembrava dela em cada detalhe. No seu jeito muito mais sensível e dócil, no jeito de falar e amar as coisas de uma forma única.

- Ela deve estar atendendo as outras pessoas, mano. -Tommy o respondeu. - Tenho certeza que ela não vai demorar. Ela é muito legal.

Desde o momento que entrei na sala de emergência, tive que ouvir meus dois filhos explicarem como a doutora que os atendeu era legal, cuidadosa e também muito bonita. Apesar das lesões, eles estavam animados com a presença daquela mulher.

Fiz uma nota mental de agradecê-la pelo cuidado com meus pequenos.

- Essa é a Dra. Maximoff, Natasha. -Sharon disse de repente, quando uma mulher entrou pela porta.

A partir daí nada mais foi ouvido por mim. Meus ouvidos ficaram presos àquele sobrenome e meus olhos encararam, embasbacados, a mulher parada diante de mim.

Ela estava de volta.

Depois de tantos anos, depois de eu me acostumar com a ideia de que nunca a veria novamente. Ela estava aqui, parada bem na minha frente, depois de cuidar dos meus filhos.

Dos seus filhos.

- Bom dia. Os resultados...-houve uma pausa em sua fala e eu conseguia dizer que ela estava completamente nervosa naquele momento. - Eles não mostram nenhuma fratura ou lesão craniana.

Meu primeiro instinto foi de ir até ela e abraçá-la, era o que eu costumava fazer no passado. Seja por uma prova na faculdade ou qualquer coisa que estivesse a incomodando, ela sempre recorria aos meus braços.

Mas o reflexo não durou um segundo e então lembrei que eu não podia, não podia envolver meus braços ao seu redor e sussurrar palavras reconfortantes. Havia perdido esse direito quando a mandei embora.

- Vocês vão poder ir para casa assim que eu receitar alguns medicamentos. Tommy, você vai precisar ficar de repouso por pelo menos cinco dias. E Billy, em duas semanas você volta aqui para que possamos retirar os pontos. Entendido?

The Life That You Stole From MeOnde histórias criam vida. Descubra agora