32. Pequenos Reparos

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WANDA MAXIMOFF

Encarei os olhos dos meus dois filhos que me olhavam em expectativa. Eles estavam prontos para irem para a escola, mas ainda agiam como se temessem que eu não estivesse mais aqui quando eles voltassem.

O que era totalmente compreensível.

­— Eu ainda vou estar aqui no fim do dia. –os assegurei e eles pareceram um pouco mais satisfeitos. — Vocês podem ficar tranquilos.

Steve passou pouco tempo depois, buzinando do lado de fora e meus dois pequenos saíram correndo. Tinha três dias que eu havia voltado e a nossa convicência estava um pouco difícil. AS crianças tinham sido um pouco mais compreensivas, mas isso não quer dizer que não tenha sido complicado. Eles estavam sempre desconfiados e cheios de questionamentos.

Com Natasha as coisas estavam bem piores, no entanto. Eu não julgava a sua reação, era perfeitamente compreensível que ela estivesse chateada, mas eu estava sentindo tanto a sua falta.

Era quase agoniante.

— Bom dia. –ela murmurou baixinho quando entrou na cozinha.

— Bom dia, Nat. –respondi com simpatia, mas ela se manteve indiferente.

O silêncio tomou conta do ambiente enquanto ela começou a passar um café. Observei seus movimentos com atenção, deixando meus olhos vagarem por cada detalhe que eu havia perdido no último mês.

Nosso diálogo tinha sido quase zero e o clima estava pesado e difícil. Isso me fez questionar se eu estava forçando minha presença ao seu redor. Afinal de contas, Natasha tinha me convidado para morar aqui quando nossa relação estava em um momento completamente diferente.

— Você quer que eu vá embora? –questionei de repente, chamando sua atenção para mim. Ela me olhou um pouco confusa, parecendo não entender muito bem o que eu estava falando, então elaborei melhor a minha pergunta. — Da sua casa, Natasha. Você quer que eu saia daqui?

Ela suspirou pesadamente, colocando a xícara de café de qualquer jeito sobre a bancada da cozinha e então me encarou.

— Faça o que quiser. –sua voz saiu dura e cortante e aquilo doeu. — Não é como se você considerasse minha opinião, de qualquer forma.

Dito isso, ela virou as costas e saiu em direção à sala, mas eu a segui. Parte de mim queria apenas revidar aquele ataque, mas no fundo eu entendia de onde vinha a sua mágoa e não queria piorar a situação. Eu tinha prometido à Natasha que não desistiria e iria manter essa promessa.

Acompanhei seus passos e, percebendo que eu estava em seu encalço, ela parou. Talvez esperando que eu revidasse, mas eu me aproximei calmamente, tentando manter um clima menos hostil.

— Isso não é justo, Nat. Você sabe porquê fiz o que fiz. –ponderei com cautela e ela não respondeu de imediato, então eu continuei. — Mas eu não quero impor a minha presença na sua casa, então vou entender se quiser que eu vá.

Mais uma vez lidei com o seu silêncio. E quando se tem respostas tão duras, silêncio deixa de ser algo tão ruim, então dei alguns passos para mais perto dela e toquei seu rosto levemente com meus dedos em um carinho tímido.

— Wanda...-ela me recriminou, mas não impediu o contato, então eu continuei.

— Você quer que eu vá embora? –perguntei mais uma vez, realmente precisando de uma resposta. — Eu não quero ir e não quero ficar longe de novo, mas vou entender se essa for a sua vontade. Vou entender tudo o que decidir, só não vou desistir de você. Aqui ou em outra casa, eu vou continuar tentando reconquistar a sua confiança.

The Life That You Stole From MeOnde histórias criam vida. Descubra agora