20. Fios Inquebráveis

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NATASHA ROMANOFF

As ameaças de Victor ficaram ecoando em minha mente durante todo o caminho de volta e enquanto entrávamos na nova casa de Wanda.

Ela, no entanto, não parecia nada preocupada. Suas feições transpareciam chateação, é claro, mas nada além disso.

— Você não precisa ficar emburrada assim. -ela disse com um sorriso zombeteiro, enquanto levávamos as malas para o quarto. — Não há nada que o Victor possa fazer para impedir o divórcio. Já tomei a minha decisão.

Inconscientemente eu sabia daquilo, eu via a decisão em seus olhos, mas era impossível não pensar na possibilidade. Nossa vida era marcada por situações mais que improváveis, eu tinha o direito de me sentir insegura.

Além disso, pensar que aquele homem ainda a queria fazia meu peito corroer de ciúme. Victor teve, durante todos esses anos, tudo o que sempre sonhei e quis. Ele teve a vida que deveria ser minha, com a mulher que era minha, recebendo o amor que deveria ser meu.

— Só não gosto dele. -disse por fim, calando todos os meus pensamentos.

— Eu sei. -ela se aproximou, jogando a última mala sobre a cama. — Obrigada por manter a sua promessa.

Embora Wanda tenha iniciado a aproximação, nossos corpos se atraiam automaticamente, como se espaço não fosse necessário entre os dois. Ela colocou as mãos ao redor do meu pescoço, sorrindo enquanto aproximava seu rosto do meu.

— Custou muito não socar aquela cara idiota dele. -murmurei ainda olhando o seu sorriso. — Ele é um babaca.

Ela não concordou com as minhas palavras, mas também não retrucou. Seu rosto continuou a se aproximar do meu, o sorriso se desfazendo segundos antes dos nossos lábios se tocarem em um beijo calmo e cheio de sentimento.

Derreti em seu toque, na forma como seu corpo se moldava ao meu e como sua boca acariciava a minha quase em veneração. Uma das minhas mãos foi até o seu cabelo, puxando levemente apenas para angular melhor o beijo e a outra se firmou em sua cintura.

— Mais calma? -ela perguntou depois de alguns selinhos e eu apenas murmurei um sim, não querendo quebrar aquele contato totalmente.

Retomei o beijo, dessa vez intensificando um pouco mais, sugando seus lábios e deixando minha língua adentrar sua boca, saboreando o sabor dela.

— Talvez um pouquinho. -disse rindo, quando tive que me afastar de sua boca.

Era estranho a sensação de ter acesso a Wanda dessa forma novamente. Minha mente e meu corpo tinham sido ensinados ao longo dos anos que tínhamos perdido isso, que ela nunca iria voltar.

Mas agora que ela estava aqui, isso me deixava em um estupor inacreditável, como se eu não não conseguisse me cansar de tê-la dessa maneira.

— Eu deveria estar arrumando essa bagunça. -ela se afastou, descolando um pouco nossos corpos.

— Tudo bem, tudo bem. -aceitei minha derrota. — Preciso ir para casa de qualquer forma. Você vai pegar os gêmeos mais tarde?

— Sim. A noite quando tudo estiver menos caótico aqui. -a distância entre nós não durou mais que segundos e logo estávamos grudadas novamente. — Você acha que eles vão gostar?

— Eles vão gostar de qualquer lugar que você esteja. -confessei, vendo sua expressão se iluminar em deleite.

O que era uma grande verdade. Billy e Tommy a amavam de uma maneira incondicional, a sua presença já era o suficiente para fazê-los felizes. E apesar de tardio, eu estava muito satisfeita por ver meus dois meninos terem a oportunidade de vivenciar isso.

The Life That You Stole From MeOnde histórias criam vida. Descubra agora