fifteen

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continuação...

Após todo aquele estresse, Kehlani me levou para sua casa. Liguei para as meninas avisando, tranquilizei elas e larguei do celular.

Chorei muito quando cheguei aqui, como nunca, tudo o que eu não havia chorado todos esses anos. Meus olhos estavam avermelhados e inchados e meu nariz acompanhou. Aquela situação me cansava tanto e, a pergunta que ecoava na minha cabeça era; se Kehlani não tivesse chegado, o que ele teria feito?

A própria me acalmou, em uma das piores crises de ansiedade que eu já havia tido. Kehlani foi totalmente paciente, me ouviu falar soluçando e me abraçou a todo momento. No final de tudo ela veio com um blusão e uma toalha e eu tomei um banho relaxante.

Agora estávamos aqui, deitadas em sua cama, abraçadas. Após ela me dar aquele chá horrível. Me senti tão sortuda por tê-la naquele momento.

— Eu te contei que estou quase finalizando meu álbum? —pergunta, a fim de me distrair.

— O SexySweetSavage?

— O próprio! —retruca, sorrindo.

— Você colocou mesmo esse nome, hein! —rio junto, a olhando.

— Óbvio, são minhas fases. —dá de ombros.

— Cada faixa é para uma das suas mulheres? —alfinetei e ela riu.

— Calma, não precisa sentir ciúmes.

Nós rimos.

— E não, sua otária. —completa— Nem todas...

— Entendi. —murmuro— Só acho que devia ter uma música para mim.

Dei de ombros, como quem não quisesse nada.

— Ah claro, vai se chamar "palhaça". —Zomba e eu a empurro, de brincadeira.

Nós voltamos ao silêncio e nossa, como Kehlani era ótima... será que alguém já teve esse lado seu amorosamente? Será que alguma mulher foi tão cuidada assim por ela? Eu ficava me perguntando...

Podendo escolher a pessoa certa, será que eu escolhi o "melhor amigo" errado? — Ri baixinho com esse pensamento.

—  O que foi? —ela quis saber, acariciando minha nuca.

— Nada, é que...você cuida tanto de mim. —falo, pensativa— Acho que ninguém nunca fez isso tão bem, com tanta atenção.

Solto e ela para o carinho na nuca.

— Como assim?

— É, tipo, —procuro palavras, agora me apoiando em meu cotovelo para olhar seu rosto melhor— Nem Ash ou... ninguém...

E lá veio aquele transe! De novo! Kehlani prestava atenção em cada detalhe do meu rosto, parecia pensar numa resposta.

— É você, Annie. —dá de ombros— Por que eu não faria isso?

— Porque você faria? —questiono e ela arque a sobrancelha, tentando entender— Não, deixa...eu viajei agora.

Empurro o ar, voltando a me deitar.

— Não, fala! —pede— Eu quero te ouvir.

Suspirei, pensando bem no que eu falaria. Não podia me expressar errado...

— Eu pedi por isso todos esses anos ao Ash. —explico— Por carinho, atenção, por cuidado...e eu nunca tive, e caramba. De quem eu menos espero eu tenho isso sem pedir, e não posso fazer nada!

— Onde você quer chegar, Annie? —pergunta, direta.

Já estávamos sentadas na cama, ela me olhava com aqueles olhos castanhos nos quais eu sempre me perdia. O quarto tinha pouca iluminação, mas eu a via nitidamente.

— O que eu estou tentando dizer, é que eu odeio que você não seja seu melhor amigo, Lani. —digo, olhando em seus olhos— Eu odeio que você cuide tão bem de mim, odeio que você faça o mínimo apenas comigo. Só comigo.

Solto e ela continuava prestando atenção, sem dizer uma única palavra. Meu coração batia forte e rápido e talvez, ele quisesse sair pela boca!

— Às vezes me pego pensando e queria que tudo fosse diferente...

Completo, engolindo a seco. Meus olhos desceram para os seus lábios e pude reparar que os dela estavam no mesmo lugar. Na minha boca.

Kehlani fechou os olhos, os espremendo, a fim de perder o foco e eu a puxei pela sua blusa, a beijando de supetão.

Meu. Deus.

Quando nossos lábios tocaram, jurei que Deus mandaria um raio pela minha infidelidade. Tudo dentro de mim estava maluco e parecia um carnaval! Porém, quando Kehlani retribuiu, esse foi o motivo da minha morte...

Suas mãos receosamente pousaram em minha cintura, eu pedi passagem com a língua e ela cedeu, ainda insegura. Que beijo! Parecia que eu estava nas nuvens. Quando senti confiança naquilo, agarrei sua nuca indo para o seu colo. Kehlani me abraçou por completo, meus braços estavam em volta do seu pescoço e suas mãos passeavam pelas minhas costas.

O que caralhos eu estou fazendo e por que em Deus, era tão bom?

Nós perdíamos o fôlego mas recuperavamos em selinhos, sua boca não desgrudava da minha. Nosso beijo estranhamente tinha gosto de eu estava há algum tempo te querendo e aposto que não foi só eu quem senti isso!

— Annie, —chama, entre o beijo— Eu não posso...

— Eu sei, eu sei. —digo, tentando cessar— Me desculpa.

— Você não está beijando sozinha, Ann. —Kehlani fala, apertando minha cintura.

E assim ficamos completamente sem fôlego, cessamos os beijos pra recuperar ar. Eu encostei minha testa na sua e ficamos as duas de olhos fechados.

Meu Deus, eu beijei ela. Eu beijei a melhor amiga do meu ex!

— Eu realmente não posso. —ela suspira, mais pra si do para mim.

Soltei um risinho, pois algo em baixo de mim estava dando sinais de vida. E Kehlani percebeu isso.

— Me desculpa. —repito, perto do seu rosto.

Era estranho, mas eu a queria. E queria tanto que, porra...

Isso seria tão errado?

Me dá só um instante. —pede e assim saí de seu colo.

Kehlani levantou, como se estivesse com um ovo entre as pernas e foi às pressas para o banheiro. Ela estava dura, eu a deixei dessa forma!

Deitei na cama de novo, pensando o quão idiota eu era de talvez, ter estragado nossa amizade com esse beijo. E pedi aos deuses que Kehlani não mudasse comigo, se afastasse ou que eu a perdesse...

ur best friend ¤ kehlani (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora