.:31:. Greta x Polícia para quem precisa de polícia

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.:31:. Greta x polícia

Robôs da polícia em uma formação de parede de escudos empurravam os manifestantes enquanto estes empurravam de volta com o máximo de força que a magia dos bloqueadores permitia. Mãos peludas, coloridas, calosas, élficas e humanas socavam os campos-de-força, batiam com pedaços de pau, xingavam e gritavam, tentando forçar para trás a muralha quase da largura da avenida.

Mais atrás, às costas dos manifestantes e além do alcance dos bloqueadores, lobisomens e demônios lançavam paralelepípedos e pedras do tamanho de melões por cima da muralha de robôs, na direção da tropa de policiais orgânicos na retaguarda.

Vestidos com armaduras táticas e escudos de campo-de-força, a tropa escoltava um caminhão blindado armado com um canhão d'água. O veículo era basicamente um tijolo sobre rodas, com aproximadamente um carro e meio de comprimento, camuflado de cinza e preto, sem qualquer espécie de janela. Usando chapas de proteção encantadas, elas permitiam a luz entrar, mas não sair, o que dava aos operadores a impressão de estarem em um chassi sem carroceria.

Humanos e anões, usando elásticos, também lançavam pedras por cima da parede de robôs, mas que terminavam defletidas pelos escudos da tropa orgânica ou pela couraça do caveirão (o blindado).

Dos policiais antes parados em suas viaturas, uma parte descia o cassetete na população enquanto a outra agarrava e imobilizava manifestantes isolados, arrastando-os para os camburões.

Tropas de choque agiam mais abaixo da avenida, tendo invadido por ruas laterais e cortado a massa de manifestantes em grupos menores.

Um lobisomem pulou nas costas de um grupo de policiais, liberando um humano imobilizado em solo. O sujeito saiu correndo, mas o lobisomem acabou ficando para trás, sendo subjugado pelos oficiais. O humano então retornou com dois demônios e os três derrubaram um dos agentes, roubaram seu cassetete e taser e passaram a atacar os restante dos oficiais na tentativa de liberar o companheiro peludo.

Na calçada, três policiais jogavam sprays de pimenta e surravam dois manifestantes caídos no chão enquanto um ponto de ônibus exibia uma de suas paredes de vidro estilhaçada por uma pedra.

Bombas de gás voavam e rolavam pela avenida, suas trajetórias marcadas com fumaça, afastando quem estivesse por perto. Com panos no rosto ou focinho, a população revidava, jogando o que quer que estivesse à mão, inclusive as próprias bombas de gás, devolvendo-as para onde vieram.

De repente, um lobisomem galopou na direção da parede de escudos, pronto para saltar, mas o jato d'água do blindado o nocauteou a tempo. Outros dois lobisomens, porém, já avançavam feito cães de caça, cada um de um lado da avenida.

O canhão d'água acertou o da esquerda, mas o da direita conseguiu pular. Seu salto terminou em cima da parede de escudos, derrubando robôs e manifestantes com seu peso e abrindo uma brecha na defesa. O ódio invadiu por ali, puxando a população na direção da tropa ao redor do caveirão (e pisoteando os caídos).

Escopetas foram erguidas, balas de borracha foram disparadas, mas não rápido o suficiente.

Na inércia do avanço, a população se jogava contra os escudos, agarrava os policiais pela cintura e pernas, os derrubava no chão violentamente e destruíam os bloqueadores. Em seguida desciam sem piedade pedras, porretes ou qualquer objeto à mão.

De trás do caveirão, porém, mais tropas surgiram, disparando bala após bala, o que acabou por afastar, mas não dispersar, os manifestantes. Policiais resgatavam seus companheiros caídos, da mesma forma que manifestantes carregavam os seus.

Piratas Espaciais - E a Consciência de HildaOnde histórias criam vida. Descubra agora