Piratas Espaciais - E a Consciência de Hilda

.:59:. Hilda, Mina, Rabbit e Felpudinho

.:59:. Hilda, Mina, Rabbit e "Felpudinho"

Mina, Hilda e Rabbit correram na direção da entrada para o subsolo mas frearam ao chegarem na borda.

Não havia mais escadas.

O que antes eram degraus agora resumiam-se a destroços esburacados por balas antitanque.

— Tu consegue descer, Rébiti? — perguntou Mina.

— I-I don't know... It's too high!

— Se pendura nas minhas costas! Pode se agarrar no meu pescoço, eu não respiro. — Mina se abaixou, a kemono abraçou sua gargante e a vampira se pôs de pé.

Sem explicações, já que sua garganta estava fechada pelo peso da androide, Mina simplesmente ergueu Hilda no colo ("eita!") e saltou buraco abaixo ("eeeeeita!"), na direção do lobisomem, que já esperava as três.

Mina freou e pousou sem qualquer dificuldade, já depositando Hilda no chão.

— Fica aí de guarda! — a vampira ordenou ao felpudinho assim que Rabbit liberou sua garganta.

— Tá, pode deixar — ele assentiu e engatilhou seu rifle de assalto.

— What're we gonna do?! — Rabbit perguntou enquanto ela, Hilda e Mina corriam salão adentro. — I don't know how to connect HDM-3 to HMD-3.2! We need Greta here!

— Esquece ela. A bicha tá pegada com aquele jagunço do satanás. Vamos ter que dar nossos pulo aqui.

— Fuck... — Rabbit xingou. Sem pausa, desencaixou e removeu sua manopla, revelando um braço de esqueleto por baixo.

Enquanto isso Mina abria a porta laranja e transparente de uma das Honkay 34-RD.

— Entra aí, mulher — pediu para Hilda.

— Você não vai precisar de ajuda com o corpo?

Mina parou.

— Vixe, não sei... Rébiti, tu que sabe mexer nesses troços, como a gente faz?

— We need to solve the memory problem first. If we don't, the machine won't even get pass the error message. — A androide aproximou-se do acesso aberto na CPU, puxou as gavetas com as placas, slots e espaços para componentes e tentou entender o que estava vendo. Pôs então a manopla entre as coxas para liberar sua outra mão e começou a mexer nos fios aqui e ali até encontrar o que procurava. Puxou um conector em específico e se deu conta do problemão diante delas.

Seus ombros cederam:

— Oh, shit... I forgot that all the slots're female... — e ergueu o cabo e a manopla, mostrando que ambos os conectores eram fêmeas.

— Meu padim/Ah não! — Mina e Hilda exclamaram. — E agora?

— Now I don't know... — Rabbit parecia perdida.

— Calma lá, eu acho que eu consigo fazer! — exclamou Hilda. — Eu acho que sei como colar eles dois! Eu já ajudei a Greta nesses concertos. Eu só não sei guiar os dados na direção certa. Você vai precisar me passar os endereços de protocolo.

— Can you do it?! Really?

— Yes... (eita, tô misturando tudo). Sim, mas eu vou precisar da sua ajuda para amarrar as duas pontas da conexão.

— Ok.

— Você tem uma caneta de mana?

— Yup, just a sec! — A kemono enfiou sua mão de esqueleto no bolso da jaqueta e puxou o que parecia ser um marcador de texto amarelo.

— Valeu!

— No problem.

Hilda puxou a tampa e um pequeno cristal amarelo brilhou em sua ponta soltando fagulhas de magia e riscando o ar a cada movimento.

Literalmente riscando o ar.

Era como se a caneta tivesse uma cauda brilhante de uns cinco centímetros que traçava seu caminho pelo espaço.

Imprimindo mana de seu próprio corpo (ou do cristal energético que lhe mantinha viva), Hilda esticou a "cauda" e desenhou no ar vários símbolos e círculos ao redor do slot da manopla.

— Vai, me diz qual é endereço dessa ponta — Hilda pediu.

— Two... "B"... three point two... "X"... 87... — Rabbit foi recitando um conjunto alfanumérico de uns dez dígitos, os quais foram sendo devidamente escritos no círculo de magia.

— Tá, esse tá pronto! — A garota pegou então o cabo e repetiu o desenho. — Agora esse.

— They're the same, except for the last digit. Instead of four, it's five.

— Tá... — Hilda terminou de riscar, entregou a manopla e a ponta do cabo para a kemono e esta finalizou o serviço. Encostou ambas as fêmeas uma na outra e, sob as faíscas dos círculos de magia grudando e mais algumas palavras mágicas, conectou os dois lados.

Ainda com a manopla em mãos, receosa da cola não segurar o peso da peça, Rabbit pediu.

— Ok, now turn the machine on. Let's test it.

Mina não precisou da ordem. Antes de Rabbit terminar, já havia apertado o botão "ligar".

O preto da tela tornou-se um cinza escuro.

Uma barra de loading surgiu.

O logo da Honkay brilhou na tela.

— YAAAAY! — as três comemoraram.

***

Enquanto isso, de pé no mecha, Hilda-Motociclista-de-Preto continuava parada olhando para o vazio.