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DULCE MARIA
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De volta em casa Lívia veio correndo me abraçar. Aquele abraço era o melhor de todo o mundo. Como a maternidade me mudou nesses anos, é surreal.
(...)
— que saudade mamãe! Hoje na escola eu fiz um desenho pra você. — ela sorri toda feliz.
— Oi princesa! Pra mim?! Cadê, me mostra. — sento no chão ao lado dela.
— esse. A tia disse pra desenhar nossos papais no nosso lugar favorito.
— E você desenhou a mamãe e o papai na escola? — rio. Bom saber que está gostando de estudar.
— Eu sinto falta de você e do papai me levando e buscando na escola.
— oh filha, já falamos sobre isso. — minha mãe chega e me encara — a mamãe trabalha... por isso não pode ir com frequência lá. E seu pai.. viaja muito, trabalha também... você sabe que se pudesse a mamãe estaria grudadinha lá né?
— uhum. — ela sorri.
— e então? Pra mim o que importa é esse sorriso aí.. coisa mais gostosa. — aperto ela que começa a gargalhar.
— Lívia cadê o dever de casa? Pega na sua mochila, querida. — minha mãe diz.
— Tá bom, vovó.
Livia sai e eu me levanto, minha mãe me encara e eu já sabia o que ela iria dizer.
— Ela vive falando que queria que vocês fossem mais a escola. Sei que ela é muito inteligente, mas ainda não entendeu que você trabalha mais agora.
— Eu sei mãe. Eu não sei como fazê-la acostumar sabe? Eu fazia só estágio, depois que fui contratada peguei muitas responsabilidades, e fica difícil conciliar. — suspiro.
— Já entendi, Dulce. Mas continue conversando com ela sobre isso. E diga a Erick que faça um esforço também, a menina é carente por vocês, não há o que fazer.
— É, eu sei. — suspiro novamente ainda preocupada com os problemas da empresa também.
— Além desse assunto, ainda há algo que lhe atormenta não é?
— Um pouco. Problemas na empresa de novo. A revista está sendo plagiada, vamos entrar com processo na concorrência, eles praticamente roubaram diversas ideias nossas, materiais inéditos e agora estão nos acusando de roubo, sendo que foram eles os ladrões.
— Isso que eu chamo de briga de cachorro grande. — ela conclui.
— Pois é. Nossa esperança é o advogado que Anahí escolheu. Ela disse ser o melhor.
— E espero que seja. Mas vai dar tudo certo. — Minha mãe completa e Livia surge com o caderninho em mãos.
Ajudei ela a fazer o dever de casa, conversamos um pouco, dei banho na Livia, a coloquei para dormir e fiz o mesmo. O dia foi longo e eu precisava recompor minhas energias.
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10:00 AM
Estava em minha sala quando recebi um e-mail da escola de Livia, avisando que terá uma reunião de pais mais tarde. Eu teria que ir, já era demais me ausentar o dia todo. A professora iria pensar que ela não tem mãe.
Sabrina entra na sala quando termino de enviar o e-mail de resposta.
(...)
— Você não vai acreditar. — ela entra dizendo, aparentemente em estado de choque.
— O quê? Agora me deixou preocupada! — me levanto.
— O advogado que a Anahí chamou é simplesmente um gato! Você não tem noção, acabo de me esbarrar com ele e ainda estou mole. — começo a rir dos comentários e expressões faciais dela.
— ah não amiga, como vou te levar a sério assim? Você até se esqueceu do Antônio.
— Não me esqueci não. Mas que essa cara é gato não dá pra negar. Ele deve ter uns quarentão, mas tá com tudo em cima.
— Eu não aguento você, vive correndo atrás dos novinhos, agora se cansou e mudou para os velhinhos?
— Eu não sou a única a gostar de caras mais velhos, a senhorita já me disse o quanto era danada. — ela me cutuca.
— disse tudo... era! Eu agora sou bem mais controlada.. raramente saio com alguém, não tenho tempo sequer pra namorar... em pensar que quando era mais nova, eu não fazia absolutamente nada o dia todo. Só estudava, que saudade. — começo a viajar pelas lembranças.
— que seja. Você não vai mesmo ver o gostoso do advogado cujo qual ainda não sei o nome?
— Depois, preciso finalizar alguns trabalhos aqui, e sinceramente estou correndo de macho. Quanto mais longe melhor.
— Espero que não esteja afim de colar velcro, eu não curto mulheres.
— Credo, eu não disse isso. — rio — só não quero me envolver tão cedo com alguém. Tô bem assim.
— Eu não vou te dizer o que penso de novo, mas enfim, vou admirar o gatão aqui de fora.
— tá bom. — sorrio de lado e volto a trabalhar.
Mais tarde encontrei com a professora de Livia, ela compartilhou como estava o comportamento da minha pequena, deu algumas recomendações e tirei algumas dúvidas. Ela passa mais tempo com a professora do que comigo ultimamente, precisava fazer o possível para ajudá-la.
(...)
— Ela tem reclamado de saudade dos pais, entendo que vocês trabalham muito, mas não deixem de observar certos comentários. Por sorte ela é uma menina comunicativa, e vocês conseguem captar sinais importantes para evitar problemas futuros.
— não gosto nem de pensar em problemas, não com ela. — digo seria.
— Eu sei, senhorita Dulce. Os pais fazem das tripas coração para os filhos. Preferem tirar a dor dos pequenos e implantar em si mesmos, mas garanto que não é o caso dela. Apesar das queixas é uma menina muito alegre, participativa, ela está bem, não se preocupe.
— Não sabe como isso me alivia, professora. Eu, tenho uma reunião em poucos minutos, me perdoe porque embora correndo de novo. — sido levantando.
— tudo bem, o principal nós já abordamos. Qualquer coisa entro em contato, mas não fique tão preocupada, foi só uma observação que fizemos aqui.
— Certo, eu agradeço muito. De verdade. Assim que possível venho aqui novamente.
— Tudo bem minha querida, não quero mais segurar seu tempo.
Eu praticamente fui voando para a empresa, eu tinha uma reunião com o advogado da causa da revista. Tinha que expor a ele todas as estratégias que havia sugerido nas reuniões anteriores, fui até a sala, peguei meus relatórios e anotações e quando sai eu me deparei com alguém que eu não esperava ver nunca mais. Minhas mãos gelaram, meu coração quase parou. Senti um calafrio me cercar, como poderia ser ele ali? Eu só posso estar louca vendo Christopher ali depois de 6 anos.
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E vamos de encontro Vondy depois de tantos anos! Desculpe cortar o barato de vocês, no próximo capítulo conseguiremos desfrutar melhor desse momento!
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No Sigilo • Segunda Temporada | Vondy
Roman d'amourCONCLUÍDA || Los Angeles, ano 2029. ||SEGUNDA TEMPORADA|| O tempo passou e com ele Dulce Maria precisou se adaptar as consequências de inúmeras atitudes impensadas da sua fase mais rebelde. Além de sua realidade como mãe, a chegada do emprego dos s...