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CHRISTOPHER
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Conversei muito com Alfonso naquela manhã. Mesmo que ele estivesse de ressaca, estava me dando ótimos conselhos. Eu contei absolutamente tudo a ele, sobre a Dulce, sobre os problemas com a Ste, e como tudo isso me atrapalhou.
— eu achei que você tinha se mudado para estudar, apenas. Foi o que havia me dito.
— não. Eu realmente estava precisando limpar minha ficha. — bebo um pouco de café.
— você não se arrepende? Ela era só uma menina.
— do que vivemos não. Da forma que vivemos sim. Mesmo que soe desproporcional, era legal. A gente começou uma amizade muito bacana. Eu perdi isso, pela forma como lidava com tudo, e como terminou, claro.
— e se o destino tiver dando uma segunda chance a vocês. Ela é solteira, você também. Anos se passaram, as coisas mudaram.
— deixa só ela ouvir o que você tá dizendo. — faço deboche.
— ué, qual o problema? Isso pode acontecer.
— ela não me parece nada confortável com minha presença ali.
— mais um motivo pra eu crer que vocês podem ficar juntos. Não quero exagerar, mas sei lá... essa aproximação pode favorecer, ou quem sabe vocês só coloquem os pingos nos is que faltam.
— não penso assim. Mas respeito seu pensamento criativo. Eu.. preciso atender alguns clientes, vejo você outro dia.
— tá certo, eu preciso trabalhar também.
Nos levantamos, fomos acertar a conta, Alfonso seguiu seu caminho, e eu o meu.
Contar tudo aquilo pra ele me fez crer que talvez eu estivesse realmente tendo uma segunda chance. Mesmo que ela não demonstre curtir minha presença ali, eu posso sentir que ainda há algo entre nós. Mas pra que eu me sinta menos culpado, por algum milagre do destino, Stéfani e Dulce teriam que me perdoar, e se perdoarem, só assim eu eu ficaria aliviado.
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DULCE MARIA
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Estava chegando no prédio da Revista, estacionei meu carro no sub solo, e percebi uma movimentação estranha, gritos.. Eu logo pensei que fosse os marginais que vivem se escondendo do frio ali, mas eles pareciam estar aprontando com alguém. Eram gritos de uma mulher.
— me solta, me solta!! — já estava apavorada, mas eu tinha que fazer alguma coisa. Peguei meu spray de pimenta, e fui silenciosamente atrás dos gritos.
— fica quieta menina, eu só quero a grana, qual é. — um deles dizia.
— sai de cima dela! — eu me aproximo com o spray de pimenta, como se só ele fosse fazer efeito. Logo em seguida atrás de mim, chega Anderson, meu colega de trabalho do setor financeiro da Revista Manhattan.
— aiiii — um deles grita com o spray ardendo em seus olhos, a moça se afasta e Anderson os espanta.
— Caiam fora daqui, respeitem as moças, a polícia esta a caminho. — eles se afastam, mas logo devem voltar, sempre se abrigam ali, uma pena que aqui não tenham uma segurança reforçada, qualquer um consegue entrar nesse lugar.
— você esta bem? — pergunto a ela que estava com rosto escondido.
— estou... obrigada — quando ela se ergue pronta pra agradecer, eu levo um choque ao ver que era.
— Stéfani? Você por aqui? — a encaro.
— Dulce? —ficamos nos encarando e Anderson se aproxima.
— Vocês estão bem? Conhece a moça, Dulce? — ele diz.
— Estou, obrigada. — ela responde ele, mas olhando fixamente pra mim.
— Eu.. conheço, claro. — engulo seco — vamos, você precisa tomar uma água, está pálida. — digo e ela segue Anderson, ainda não entendi o que ela fazia ali.
— Tudo bem moça, vamos te levar lá pra cima, se acalme e os conte o que aconteceu, ta bem? — ela acena positivamente e eu sigo sem saber o que dizer, eu não esperava reencontra-la. logo agora que seu pai também voltou.
Chegamos na recepção, eu busquei um chá pessoalmente e entreguei a ela. Anderson a ajudou com sua bolsa e se sentou ao seu lado.
— Então, nos conte o que houve? — Ele a encara.
— Eu... vim trazer a câmera do meu namorado, ele... é fotográfo e hoje vai prestar alguns trabalhos pra revista, ele trouxe a câmera com defeito, e deixou a boa em casa, como elas são iguais, eu vim trazer.
— E porque não pegou o elevador principal? ficar lá em baixo é perigoso... — Anderson diz.
— Porque eu parei minha moto ali, ele... disse que iria descer, mas começou a demorar e fui atrás dele.
— Seu namorado é o Luke? — Pergunto só pra confirmar, eu mesma havia o chamado para as novas fotos da campanha.
— Sim. — ela responde educadamente.
— Ele ainda está em reunião, se não tivéssemos te ajudado, provavelmente aqueles malucos teriam te assaltado. — Anderson completa.
— é... agradeço a ajuda. — ela responde.
— eu vou.. ter que fazer algumas coisas de escritório, a Dulce te faz companhia, enquanto eu vejo se ele já saiu da reunião. — ela me encara.
— ta bem, obrigada. — ela responde e Anderson sai.
Anderson é um verdadeiro cavalheiro, sempre nos trata super bem. Há quem diga que comigo o tratamento é especial, mas eu não o vejo assim, alias, não vejo ninguém assim mais.
Ano passado éramos mais próximos ainda, eu dei uma afastada com medo de me envolver demais, e me machucar.
Ali olhando pra ela, eu comecei a reviver lentamente nossa amizade, as brigas, os traumas...
— precisa de mais alguma coisa? — pergunto a ela.
— não, obrigada. — ela me encara.
— não esperava te ver, você parece bem, exceto pelo susto que passou. — eu estava sem assunto, precisava dizer algo.
— estou bem. E você não deveria ter se arriscado daquele jeito. Agora eles poder fazer algo contra você, por ter evitado o assalto. — ela estava preocupada comigo? aquilo aqueceu meu coração.
— eu fiz o que tinha que fazer, e que bom, pois sabendo que era você, eu faria duas vezes se for preciso.. — a olho com carinho, ela parecia compreender o que eu dizia, e até retribuir do mesmo sentimento, mesmo que eu a tenha magoado tanto. Ficamos em silêncio e Luke Apareceu.
— meu amor, tá tudo bem? — ele a abraça.
— está, o pior já passou. Ela me ajudou, ela e um rapaz. — ela diz e ele me olha agradecido.
— muito obrigada, Dulce, de verdade! não sei o que seria de mim se algo a acontecesse. — ele sorri aliviado.
— eu imagino, jamais permitiria algo de ruim acontecendo com ela. — digo e ele fica confuso mas sorri grato. — Eu... vou deixar vocês a vontade, se precisarem de mim estou em minha sala, ao lado da diretoria. — dizendo assim ela saberia onde fica minha sala, quem sabe me procura para conversarmos. Doce ilusão a minha, eu sei, mas depois daquele encontro, eu só consigo criar teorias dela me perdoar finalmente.
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O que acharam desse reencontro de amigas? Por essa vocês não esperavam, já quero essa amizade de volta em minha mesa, quem concorda respira. Haha. Votem muito!
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No Sigilo • Segunda Temporada | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Los Angeles, ano 2029. ||SEGUNDA TEMPORADA|| O tempo passou e com ele Dulce Maria precisou se adaptar as consequências de inúmeras atitudes impensadas da sua fase mais rebelde. Além de sua realidade como mãe, a chegada do emprego dos s...