Cap 38

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DULCE MARIA

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Fui de encontro a Christopher no restaurante. Sabia que a conversa não seria tão leve, mas era tão importante quanto nosso relacionamento. Quando entrei vi que havia uma mulher em sua mesa, eu senti meu sangue ferver de imediato. Quem era ela o que ela fazia ali com ele?!

Quando me aproximei, a tal mulher se apresentou como vizinha dele, uma tal de Patrícia. Muito atirada por sinal. Com vestimentas de menininha mas com cara de velha. Ainda teve a cara de pau de dizer sua idade, e se comparar comigo. Aquilo foi tão irritante.

Quando ela finalmente se afastou, eu não pude conter minha irritação e descarreguei isso em Christopher, que claramente viu como aquilo me aborreceu.

Apesar do ocorrido, eu sabia porque estava naquele encontro com ele, e tinha que manter o foco da conversa. Comecei contando a ele sobre minha filha, e depois finalmente foquei em um assunto que precisava.

(...)

— preciso saber exatamente o que aconteceu com você e ela no passado. Pelo que sei não foi de fato nosso envolvimento que afastou vocês dois. Fato pelo qual eu me culpava até hoje. E você... sabia de tudo, e poderia ter me tirado esse peso. Então eu queria saber se tenho o direito de saber o que houve entre vocês... porque... eu mereço isso, não acha? Estive entre vocês por anos, e pensei que tivesse destruído um grande elo. Me diga Christopher, o que você fez?

Ele me a encarou de forma séria. Parecia não saber o que dizer. Mas chegou a hora da verdade.

— Espera... pensei que fôssemos conversar, isso está mais para um interrogatório. — ele ficou vermelho com minhas perguntas.

— Me diga por favor, eu mereço saber tudo.

— Dulce... você não tem ideia do que aconteceu no passado. E não sabe como tudo isso me feriu.

— Para eu saber, preciso que me conte.

— Bom... eu... cometi grandes erros com ela. Depois do incidente nos reaproximamos aos poucos, isso ela deve ter te contado.

— aham.

— então... eu acabei me afundando na bebida, e como ela não estava sempre comigo, não fazia ideia do que eu estava vivendo. Um belo dia no aniversário de 18 anos dela, eu caí na besteira de subir no palco e fazer uma homenagem a ela. Mas naquele momento, minutos antes, me passou um filme na cabeça. Vi você em todos os cantos, lembrei de tudo que vivemos, e cada visão que eu tinha eu sentia raiva de você, raiva do que vivemos. Senti raiva de tudo, de mim... e fiz um vexame em sua festa. Ela com razão, nunca mais olhou na minha cara. Me acusou de ter destruído o relacionamento dela, me disse coisas horríveis também... enfim, foi um momento doloroso... — ele descia o olhar.

— e porque você fez isso? Porque se deixou levar pelo passado, se já fazia quase um ano desde que rompemos?!

— você nunca saiu da minha mente. Ainda mais quando eu soube que estava grávida.

— como assim você soube? Até então você havia me dito que nem sabia da existência da Livia. — o encaro confusa.

— da Livia não... mas na época, quando você contou para Lupita que estava grávida, ela comentou com Stefani. Que comentou com a mãe dela. Paula inventou que o bebê era meu, e fez piorar ainda mais as coisas com minha filha. Como você nunca mais falou com Stefani, Paula disse que você havia perdido o bebê, e naquele momento eu me senti ainda pior, achando que eu era um péssimo pai em dose dupla. Tive medo de me reaproximar de você e perder minha filha de vez. Então eu abri mão de um filho pelo outro.

— mas que maluquice é essa? Eu não tive dois bebês, só Livia.

— Eu só soube depois, quando nos reencontramos na empresa, eu até comentei com Poncho sobre isso. Eu comecei a pensar que Livia fosse minha filha, mas sabendo que você não seria o tipo de mãe que esconde isso, eu descartei de cara.

— Céus, vocês são malucos.

— Eu... me afastei de tudo e todos, e pelo visto você também. Pelo que soube.

— Eu me afastei sim, Lupita por exemplo ficou mais próxima de Stefani, e eu me vi sozinha, foi quando minha mãe me apoiou e nos reconectamos.

— Dulce... — ele segura em minha mão — eu fui um péssimo pai, um péssimo homem. Só peço que apague isso de vez. Se eu não contei, é porque certamente isso não iria agregar em nada. Só quero esquecer que um dia fui esse tipo de cara.

— Tudo bem... mas confesso que quando ouvi que você me culpava por tudo, eu fiquei chateada. E... poxa vida, se Livia fosse sua filha você realmente não teria ido atrás de mim?

— Eu iria... se não fosse o trouxa do Erick. Você estava com ele, não se lembra? Foi um dos motivos pelo qual eu pensei que não fosse mesmo minha filha. Achei que fosse outra gravidez, imagina eu comentar sobre um aborto seu com você?! Só descobri a mentira pela boca de Anahí.

— Tá bem. Eu... prometo que vou deixar tudo isso no passado, mas me prometa que de agora em diante, independente do que seja, doendo ou não você irá me contar tudo, ok?!

— Eu prometo... não escondo mais nada de você. — ele beija minha mão. — você trouxe o brilho de volta pra mim. Tem ideia disso? — ele sorri.

— fico feliz de ouvir isso... mostra que eu também melhorei e muito. Já fui o terror de muitos... — rio.

— Eu sei... mas passou, você está cada dia melhor... sempre tão radiante.

— assim eu vou me derreter! Vamos pedir alguma coisa logo, antes que o restaurante todo se irrite com o fato de não estarmos consumindo nada. — rio.

— realmente. O garçom não para de rodear nossa mesa! — ele se irrita.

Foi uma conversa franca, e ele me prometeu não ter mais segredos e nem mentiras. Foi estranho e confuso tudo o que rolou. Não fazia ideia que tinham espalhado esse boato meu. E Stefani não comentou nada porque provavelmente queria deixar essa bomba para o pai. Já que foi tudo "culpa dele". É engraçado como um único erro trás uma consequência de mal entendidos!

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Esperavam por esse diálogo? Grandes revelações e mal entendidos...

Capítulo extra para essa reta final de fanfic.

No Sigilo • Segunda Temporada | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora