Cap 11

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DULCE MARIA

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O astral dele mudou na mesma hora, sinto que errei comentando sobre ela, mas imaginei que ele soubesse mais que eu pelo menos. Que seu genro trabalha ali, enfim... eu dei mais um fora comentando sobre.

Ele foi embora e eu para casa. Não comentei nada com ninguém que eu havia me retratado como ele pelo meu comportamento. Mas eu precisava entender aquela reação. Se eu quero me reaproximar de Stefani, preciso saber como está a relação com o pai dela.

Também não posso negar que estou lembrando como era ser atraída por ele. Digamos que estou sim balançada, ele sempre foi incrivelmente atraente.

(...)

No dia seguinte tivemos uma reunião com toda a equipe da revista. Christopher estava a poucos metros de mim. Olhar distante, semblante cansado... Sabrina percebeu que eu o encarava.

— O que pretende em? Só falta seu olho saltar no colo dele. — ela sussurra.

— quieta, eu só estou observando seu comportamento.

— do que está falando?

— ele não parece abatido pra você? Pelo pouco que sei dele hoje em dia, essa feição não é nada saudável.

— Então está preocupada com ele?

— talvez..

— Meninas, talvez tenham algo para compartilhar conosco. — Alan me encara. O irmão de anahi era um monstro quando queria.

— Não, desculpe. — respondo.

— Certeza? A conversa me parecia super agradável. — senti minha bochecha queimar, droga, Sabrina poderia ter tocado no assunto depois.

— já chega, as meninas já sessaram o papo. Vamos prosseguir com o tema da reunião que importa muito mais. — Anahi sem paciência é minha religião. Eu sei que ela não estava nos defendendo, ela só queria terminar a reunião logo.

Na saída da sala ela me barrou quando todos já haviam saído.

— Pode me dizer porque estava atrapalhando a reunião hoje, Dulce? — ela estava irritada.

— Nada, eu só comentei com Sabrina que senti Christopher muito abatido. Ele não não falou nada na reunião.

— E desde quando você se importa com ele? Achei que tinha feito mal o contratando. — ela me alfineta.

— Calma, eu só estava sendo humana, só isso. Eu... não desejo mal a ele, não mais... — gaguejo.

— Sabe de algo que poderia deixá-lo assim? Se sim, você sabe exatamente como ajudá-lo. — ela se afasta e me deixa pensativa.

Eu não tinha certeza, mas suspeitava que fosse nosso papo de ontem. Quando mencionei sua filha e tudo mais ele fez questão de ir embora com pressa. Eu percebi que não deveria ter comentado.

Mas não seria motivo o suficiente para ele estar com aquela cara de ressaca.

Na hora no almoço eu aproveitei que não tinha tanta gente na empresa e fui procurá-lo. Eu precisava entender o que estava acontecendo.

Ele estava em sua sala. Bati na porta e ninguém respondeu. Só ouvi sua tosse, e abri devagar para ver o que estava acontecendo.

Christopher estava debruçado na mesa, com um copo de whisky em mãos com os olhos marejados como de quem estava chorando.

— Christopher? Desculpe entrar assim, mas... você está bem? — é claro que ele não estava. Meu coração partiu, ele tinha um porta retrato com Stefani em sua mesa. Na foto ela era adolescente, quase a mesma época em que nos envolvemos.

— Dulce.. não deveria entrar assim.

— Eu sei, mas percebi que você não estava bem na reunião. Posso ajudá-lo? — me aproximo.

— traga mais uma dose, se puder. — ele me entrega o copo vazio depois de dar um último gole.

— Jamais... você está na empresa, se te pegam bebendo a essa hora, você será prejudicado. — o repreendo. — o que está havendo?

— Eu... sou um fracassado. Prometi que não beberia mais, e olha eu aqui, sofrendo de novo por ela. — aponta para o porta retrato com a filha, que eu havia visto.

— espera, não tem a ver com o que eu disse ontem né? Ou tem? — arregalo os olhos.

— o tempo passa e cada dia me sinto menos pai dela. Já tentei de tudo para reverter essa merda de erro, mas não tem como.

— Eu não sou a melhor pessoa pra aconselhar.. afinal eu fui a culpada, eu o seduzi, eu trai minha amiga.

— e eu dormi com a amiga dela... no caso você. — ele suspira.

— e isso já passou. Tudo bem ela não querer perdoar, mas você precisa se perdoar. Sério! A vida continua, se já tentamos provar que mudamos e erramos, o que mais podemos fazer? — me aproximo dele na mesa, agacho a sua altura na cadeira e seguro sua mão. — eu não teria porque te defender, você também me magoou muito. Mas em relação a essa história sou tão culpada quanto, ou até mais.

Ele fica em silêncio, seca a lágrima que cai e apoia sua mão na minha.

— você sempre foi fascinante, isso nunca mudou. — aquele elogio me deu um tremendo calafrio, depois de anos sentir o toque dele, seu olhar fixo em mim e toda aquela emoção do passado em volta de nós.

— eu... só quero que fique bem. Achei que era só eu que me culpava até hoje. Mas.. sério, não deixe isso te dominar, a vida continua, e você nunca deixará de ser o pai dela. — ele me encara e eu me levando, aquele contato visual estava perto demais e encano estava acostumada. — Eu... preciso ir. Acho melhor você lavar esse rosto e tirar a tarde de folga, se não quiser perder o emprego. — ao me aproximar da porta de sua sala ele me chama.

— Dulce. — aquela voz ainda me faz tremer.

— Sim?

— Obrigado. — ele sorri de leve e eu só aceno e saio.

Eu estava orgulhosa de mim, superando meu medo de me reaproximar e também a magoa que tenho por ele. Apesar de tudo eu estava sentindo um gelo sendo quebrado aqui dentro. Quanto mais eu o tratava bem, e agia com generosidade, menos amarga eu me sentia. E que droga, eu estava gostando de ser legal com ele.

Talvez isso não seja só sobre o sentimento que ele está me causando de novo, e sim sobre como eu sou hoje. Eu não me vejo mais sacaneando as pessoas a troco de nada. Essa é a Dulce de hoje em dia.

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Aguentem, falta pouco para o nosso casal ficar beeeem próximo 😍🤭

Votem e comentem pra me ajudar 🥺🫶🏻

No Sigilo • Segunda Temporada | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora