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DULCE MARIA
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Uma semana depois...
Já era segunda feira. Acordei com a cara toda amassada e estava com Christopher me abrandando por trás. Me lembrei que estou na casa dele e que estava de férias. Que delícia!
Continuei ali, enquanto tirava alguns cochilos, e depois me levantei na intenção de preparar um bom café pra gente. Ele demorou um pouco a se levantar, e quando chegou na cozinha, estava com uma expressão meio seria.
— bom dia meu amor. — digo.
— bom dia. — ele reponde meio seco.
— o que foi em? Dormiu mal? — o encaro.
— não... Dulce eu acabei de falar com o pessoal da empresa mexicana. E... eu decidi me mudar para lá. — espera, ele mal sentou e provou do meu café, e já estava me dando uma notícia pesada dessas?
— como? Espera... você... me prometeu que...
— que eu pegaria outro emprego se surgisse nesse período. Dulce, não surgiu nada. E eu tinha que me decidir o mais rápido possível. A empresa me quer lá até o fim da semana, e como eu disse sim, não posso mais perder tempo aqui. — deixei uma lágrima cair e ele percebeu o quanto aquilo cortou meu coração.
— mas... não podemos esperar um pouco mais?
— não... e além do mais, a oferta é muito boa. Creio que conseguirei reunir a grana que preciso para abrir minha própria empresa.
— então você... optou pelo melhor pra você.. porque para nós, sabemos que nunca será.
— podemos fazer dar certo... ou.. você poderia ir comigo. Será uma ótima oportunidade para nos profissionalizarmos. — ele se aproxima de mim.
— quanta besteira, Christopher! Eu estou aqui, preocupada com nosso relacionamento, você tem ideia que pra mim não rola relacionamento a distância? — ele fica em silêncio por alguns segundos.
— então você não pretende nem tentar? Caramba Dulce..
— não fale sobre não tentar... você é que não tentou resolver nossa relação.
— Dulce, você está sendo egoista. Não foi você que perdeu o emprego por justa causa. Acha que em uma semana eu encontraria algo melhor que a empresa mexicana? Eu bem que queria, mas olha a minha situação, é a segunda vez que eu deixo minha vida pessoal atrapalhar a minha profissional!
— Está bem... acho que sou eu que estou atrapalhando a sua vida pela segunda vez, eu vou... eu vou embora.. e quando você for viajar, me avise para eu me despedir.
— Dulce porque você é assim? Achei que fosse mais madura.
— eu também achei que fosse. Mas descobri que não... — seco uma lágrima que escorre pelo meu rosto.
Começo a me trocar e ele fica me olhando. Christopher parecia muito certo do que estava fazendo. Eu estava tão mal com aquilo. Meu Deus, eu queria tanto que as coisas fossem mais fáceis pra gente... queria que ele estivesse aqui..
Cheguei em casa chorando, minha mãe veio me perguntar e eu não conseguia responder, ela ficou aflita e decidiu ligar para Stefani, que rapidamente apareceu lá para me acolher em seu abraço de anos.
Eu estava tão magoada, tinha esperanças que ele pudesse esperar um pouco mais até que um bom emprego surgisse. Que merda, eu não posso nem sonhar mais!
Stefani chegou, me abraçou forte e esperou que meu choro desse uma trégua, me entregou um copo d'água e ficou me encarando.
— amiga, olha pra mim... respira, e me compra. O que está te deixando tão nervosa?
— Eu... acho que é o fim para mim e Christopher.
— Porque... ele vai se mudar, não é?
— é... ele.. disse que conseguiu esse emprego, e.. que tem que ir, sei que ele está com poucas opções. Aqui não resta mais tantos clientes, e na outra cidade muito menos.
— você conversou com ele sobre o salário? De repente vocês podem ir, o salário dele pode cobrir os gastos dos dois, e vocês conseguem juntar uma grana.
— ele falou em juntar uma grana, mas eu não me vejo sem trabalhar.
— e você não pensa nele nem um pouco? Você pode conseguir o emprego que quiser, tem um excelente currículo. Já ele, nós duas sabemos...
— eu não imaginava que teria que renunciar a minha vida para poder viver com ele.
— mas Dulce.. — ela ri — relacionamento é assim, renúncias... hoje você abre mão de algo por ele, amanhã ele por você... não será para sempre.. se você não quer ficar longe dele, terá que ser assim..
— mas e a minha filha, eu preciso ver com o pai dela se posso levá-la... será complicado viver em outro país, e ele pode não concordar.
— vocês podem fazer um acordo quando voltar.. deixar ela mais tempo com ele... e ele pode ir visitá-la quando quiser, você também pode se comprometer a levá-la para lá a cada 3 meses.. até vocês voltarem. Conversa com ele, o emprego precisa ser algo temporário para que vocês recomecem a vida de forma mais leve.
— obrigada amiga.. você tem razão.. eu preciso ver tudo isso com ele, não posso deixar que ele vá sem conversarmos sobre isso. Mas... antes, eu preciso te contar uma coisa.
— o quê?
— eu... descobri a pouco tempo que você havia feito essa cirurgia.
— sim, eu te contei. Mas o que tem a ver?
— pois é, mas o Christopher que me contou mais detalhes. Eu sinceramente não sabia que você tivesse recebido a doação de um ruim, não imaginava que havia sido tão sério.
— E foi.. mas eles tentaram ofuscar ao máximo e foi bom que eu superei.
— pois é.. o Christopher não gosta nem de lembrar, mas ele me revelou que o rim que você carrega agora, é dele.. — Stefani ficou parada ali me olhando, assustada com o que eu havia acabado de revelar.
— tá brincando comigo?
— não... ele não queria que eu te contasse.. mas eu acho que esse é um bom motivo para perdoa-lo, não acha? — Stefani ficou pálida, segurei em sua mão, agora era ela que estava apavorada, seus olhos diziam isso. — ele salvou sua vida... perdoe seu pai.. você já me perdoou a tanto tempo.
As lágrimas começaram a rolar pelo rosto dela. Eu a abracei forte. Stefani claramente estava arrependida por tudo que disse ao pai nesses anos, e pela forma que o tratou também.
Eu a consolei e disse a ela para irmos juntas atrás dele, era o momento de colocarmos uma pedra nesse passado e recomeçar uma nova fase.
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Continuando a maratona do fim. 🤧🤧
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No Sigilo • Segunda Temporada | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Los Angeles, ano 2029. ||SEGUNDA TEMPORADA|| O tempo passou e com ele Dulce Maria precisou se adaptar as consequências de inúmeras atitudes impensadas da sua fase mais rebelde. Além de sua realidade como mãe, a chegada do emprego dos s...