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DULCE MARIA
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De volta em minha sala, eu não conseguia processar aquilo tudo, foi informação demais, eu só fechei a porta e fui para o meu computador.
Fiquei ali teclando quando Sabrina bateu querendo entrar.
— entra. — digo.
— Dulce, tudo bem? Me disseram que houve uma tentativa de assalto no estacionamento.
— Está tudo bem. Foram só aqueles pivetes de sempre. Deles eu não tenho medo.
— Pois deveria. Principalmente nos dias que fica até tarde na empresa.
— Vira essa boca pra lá. — a repreendo — o que preciso te contar é mais pesado que isso. — lhe encaro.
— Espera, não me diga que foi com o Dr Uckermann?
— Pior.. a filha dele, se lembra da história que te contei, que éramos melhores amigas, nos afastamos por causa de todo aquele bafafá.
— sei sei. — ela me interrompe.
— pois bem, a moça que apareceu precisando de socorro era ela, e eu estava lá para ajudá-la. Você não tem ideia, foi um clima estranho quando nós encaramos. Ela ficou sem rumo, mas ao mesmo tempo muito grata por tê-la ajudá-lo.
— Não creio!! Mas afinal de contas o que ela fazia aqui? Ela não conversa com o pai, e ele não vem sempre aqui.
— Ela é namorada do Luke, nosso fotógrafo.
— do Luke? Mentira! — ela ria — quanta coincidência, você encontrar o pai e a filha na mesma semana, e de repente reviver tudo de novo.
— É exatamente nisso que estou pensando. Sabe eu não consegui compreender ainda o que está havendo. Há 6 anos eu simplesmente cortei relações com ambos, magoei e fui magoada e depois nunca mais os vi, e agora tudo resolve acontecer ao mesmo tempo. Eu sei que posso estar exagerando, mas porque tudo agora?
— eu entendo, realmente é bizarro.... E onde ela está?
— Na sala de visitas, eu quis deixá-los a vontade,
Mas depois você podia ir até lá ver se ela precisa de alguma coisa.— Você não vai tentar falar com ela depois?
— Não sei, acho que não. E além do mais eu tenho muita coisa pra fazer agora a tarde, vou adiantar o máximo que puder.
— Tudo bem, vou te deixar trabalhar e depois eu venho.
— Obrigada!
(...)
Alguns minutos depois, ouço alguém bater na porta, eu autorizo a entrada e vejo Stefani e Luke.
— Dulce, eu vim agradecer mais uma vez por ter ajudado minha namorada, de verdade.
— Eu também quero agradecer. — ela suspira — muito obrigada.
— Imagina, eu só fiz o que tinha que ser feito. E... fico feliz de poder revê-la, Stefani.
— Você já a conhecia? — Luke pergunta e ela permanece em silêncio.
— Sim, fomos amigas, na época de colégio. A muito tempo não nos vemos. Esse tempo foi muito bom para nós duas, vejo que está ótima, e eu estou em minha melhor versão. — era bom eu deixar claro que era outra pessoa agora, mesmo que não tenha como mudar o passado.
— Nossa que legal. A Dulce sempre me chama para fazer muitos trabalhos incríveis, amor. — ele diz abraçando-a de lado.
— Que bom amor. — ela sorri de lado — eu preciso ir agora, tenho que trabalhar.
— tá, eu te acompanho até lá em baixo. — ele responde.
— foi bom te ver. — digo a ela.
— igualmente. — ela responde de forma educada e sai.
Ao fechar a porta eu solto um longo suspiro, o que era aquilo tudo? Depois de trocar poucas palavras com ela, eu sentia como se fôssemos estranhas, não sei. Tanta cordialidade com alguém que eu já tive tanta intimidade, que conhecia os meus segredos como ninguém.
O resto do dia eu ainda estava descrente de tudo, sabe quando você não quer ligar um fato ao outro? Mas não tinha jeito, era exatamente o que me passava pela cabeça.
Cheguei em casa, antes mesmo de poder conversar algo com minha mãe, eu me assustei com a presença de Erick ali.
(...)
— Erick? — o encaro abrindo a porta.
— Oi Dul, eu estava precisando falar com você. — ele se levanta.
— É sobre a Livia? Ela aprontou alguma?
— Não. — ele riu — sobre a festa de aniversário dela, sua mãe me disse que você ainda não decidiu o tema e o salão onde vai acontecer.
— Festa? Ah... desculpe, eu estou no mundo da lua. — relaxo o rosto e solto a bolsa no sofá — desculpe, sério eu tô muito atarefada esses dias e não consigo pensar direito em outras coisas.
— Se quiser podemos falar outro dia então, eu só vim porque havíamos combinado.
— não, não... senta aí. Eu realmente me esqueci. Temos que acertar logo tudo. Afinal de contas, onde elas estão?
— Ela me recebeu, e logo a Livia pediu pra comprar um sorvete e elas saíram.
— sorvete a essa hora e com esse frio? Você não devia ter deixado Erick!
— Ela estava tão tristinha, e quando fui pega-la na escola você tinha que ver o bico que ela tava, achando que era você que iria buscá-la. — ele me encara.
— droga.. eu ando muito esquecida, tadinha dela. — desvio o olhar.
— o que está te deixando assim? Sabe que podemos conversar...
— Ah... essa semana eu acabei reencontrando o pai da Stefani, minha antiga amiga do colégio. E aí hoje, ela apareceu na empresa, eu fui ajudar uma moça que estava sendo assaltada, não vi que era ela. Claro que ela ficou super grata mas ainda ficou um clima pesado, e desde então aqui não sai da minha mente.
— Mesmo depois de seis anos isso ainda a atormenta não é?
— Sim, você viu de perto meu drama. Olha se eu pudesse, faria tudo diferente. Ela precisa me conhecer agora, sabe. — digo pensativa, só eu sei o quanto evolui.
— ela precisa mesmo. Você está se saindo uma ótima mãe.
— obrigada. — sorrio.
Me lembro que eu torcia muito para que Erick fosse o pai biológico de Lívia. Imagina só engravidar do pai da minha melhor amiga no meio daquela confusão? E ainda correr o risco de parir alguém com a cara dele? Mesmo que eu tenha dúvidas na época, fizemos um DNA, e nem precisaria, Livia tem os olhos e sorriso do pai. E felizmente ele é o pai que ela merece.
Conversamos um pouco sobre os detalhes da festa que aconteceria dentro de um mês, e logo em seguida ele foi embora. Jantamos rapidamente todos juntos, Livia adormeceu e eu fui descansar.
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Pra quem ainda tinha dúvidas, Erick é mesmo o pai de Lívia ☺️
Estão gostando da história? Votem muito! Vondy começará se reaproximar em... fiquem coladinhos por aqui ❤️
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No Sigilo • Segunda Temporada | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Los Angeles, ano 2029. ||SEGUNDA TEMPORADA|| O tempo passou e com ele Dulce Maria precisou se adaptar as consequências de inúmeras atitudes impensadas da sua fase mais rebelde. Além de sua realidade como mãe, a chegada do emprego dos s...