Capítulo 3.

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O campus estava relativamente cheio naquela manhã.

Depois da última semana que foi passada como recesso por conta da morte trágica do presidente do Corpo Estudantil, era esperado que ainda algumas pessoas não dessem as caras pelo colégio em dor ao luto ou fingimento de que se importavam. No entanto todos pareciam bem e nada abalados, como se a noticia tivesse se esvaziado de suas mentes e nada tivesse acontecido. Risadas, conversas paralelas e animações preenchiam todo aquele espaço ao exterior do prédio de Penhallow High.

Sentados nas mesas que eram cercadas pelas árvores espalhadas no gramado, o trio de amigos ainda conversavam sobre as teorias inventadas que tentavam encontrar alguma pista de quem poderia ser o responsável pela morte de Trevor. Entre falsas acusações e ligamentos que poderiam ter razões, eles acreditavam que possivelmente o assassino devia ser alguém que conheciam, ou que pelo menos soubesse da existência — descartando a possibilidade de se tratar um desconhecido.

— Quais são seus três suspeitos? — enrolando uma das trancinhas no dedo e olhando para o amigo sentado ao banco da mesa da frente, Harper Marrin o questionou.

Cameron Miller pousou os cotovelos na mesa, jogando a cabeça para cima e pensando. Não tinha uma certeza de sua lista, apesar de ter alguns nomes em mente que achava que poderiam fazer algo parecido com aquilo. Mas, sabia que era só parte de sua imaginação fértil de pensar que de fato alguém fosse um assassino a sangue frio.

O garoto mordeu os cantos da boca, incerto sobre quem apostar.

— Tyson está na lista — disse.

— Definitivamente. Também suspeito dele — Harper desviou o olhar. — Sierra?

— Não. Muito óbvio — o garoto pensou mais um pouco. — Mas, não seria um plot twist tão ruim.

— Matou o irmão por amá-lo demais. Daria uma ótima história.

Ela virou a cabeça para o lado, mirando a namorada que estava sentada em cima da mesa, com as pernas dobradas e atenção concentrada no celular, enquanto digitava alguma coisa e se mantinha desfocada da conversa entre os dois. Pela feição em seu rosto, parecia estar preocupada com algo. Desde que tinha ido buscá-la em sua casa, percebeu que ela parecia receosa e dando poucas palavras.

— E você? — Harper a chamou.

Soltando o celular ao ser chamada, Brooke Sanders encarou a garota, que tinha um sorrisinho nos lábios, esperando que se juntasse a conversa.

— O quê?

— Suspeita de alguém?

— Oh...

— Você está bem?

— É só minha mãe... Ela está tentando me colocar em um grupo terapêutico para jovens que saíram da reabilitação — disse isso com um pouco de irritação, deixando claro que não aprovava a ideia. — Ela ainda acha que vou ter uma recaída.

Harper estendeu a mão até sua coxa, apertando-a por cima da calça.

— Talvez te faça bem.

— Eu não sou uma viciada — Brooke insistiu, guardando o celular. — Ok, passei dos limites uma vez. E agora preciso ser tratada como alguém que não tem controle?

— Só estou dizendo que... Nós ficamos preocupados. Não queremos que aconteça de novo.

— Não vai, tá bom? — balançou a cabeça, sabendo que precisaria ter que provar de que estava no controle. — O que aconteceu, foi porque estava em um péssimo momento. Sei o que fiz, mas não vai se repetir.

Trust No One (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora